Empresário do setor do agronegócio – incluindo a pecuária – e telecomunicações, o deputado paulista Beto Mansur (PRB) fez questão de acompanhar a liberação do embarque de 25 mil novilhos do navio Nada, embarcação atracada no Porto de Santos.
O navio saiu do cais nas primeiras horas desta segunda (5).
Ele estava retido por decisão judicial, após ativistas ambientais entrarem com pedido na Justiça para impedir o embarque de 27 mil cabeças de gado.
O embarque – o segundo nos últimos dois meses – foi iniciado no dia 26 de janeiro e interrompido dias depois – quando a quase totalidade dos animais já estava dentro da embarcação.
Após saraivada de críticas nas redes sociais, em suas respostas – no famoso ‘copia, cola’ -, Mansur fez questão de divulgar sua visita ao perfumado navio.
Gravou vídeo um trecho do interior da embarcação (aparentemente, limpo para entrada das autoridades. Ele esteve junto com o presidente da Codesp, José Alex Oliva).
Chegou a dizer que praticamente não havia cheiro no local (um animal urina e defeca, por dia, de 10 a 14 vezes. Mesmo assim, ele não sentiu o odor, ou o minimizou dizendo que era menor do que no campo…)
E destacou que “como quase todo brasileiro, adora um churrasco”.
Aproveitou também para gravar um vídeo sobre a liberação da embarcação e colocá-lo em suas redes sociais.
Recebeu aplausos de alguns, mas a saraivada de críticas foi mais intensa, especialmente pela forma como ele divulgou sua ida ao interior da embarcação.
E a imprensa?
Quem não gostou foi o vereador Benedito Furtado (PSB), um eterno aliado das causas dos animais.
Em seu Facebook, o vereador questionou o porquê a imprensa não ter tido acesso à embarcação.
“Eles (Mansur e Oliva) entraram no navio e fizeram vistoria em parte de um dos sete andares, que fora previamente limpo e abastecido de alimento e água. Obviamente, fizeram uma filmagem e fotos da área maquiada para mostrar à imprensa e pelas redes sociais que os bois estavam sendo muito bem tratados, em local limpo e arejado.
A pergunta que não quer calar: POR QUE NÃO DEIXARAM A IMPRENSA ENTRAR NO NAVIO?
Um fato chamou a atenção de alguns militantes: uma mulher que acompanhou a comitiva na visita ao navio saiu de bordo com os sapatos e as calças repletos de dejetos dos animais e tão logo entrou no carro tirou rapidamente as calças.
Indagada por uma das militantes a razão da retirada da vestimenta, respondeu rapidamente que estava indo para a praia”.
Foto: Divulgação