Os bons números da economia brasileira registrados no segundo semestre deste ano indicam que, aos poucos, o País vai superando o quadro de dificuldades que foram impostas com o desequilíbrio fiscal ocorrido ao longo da última década.
O crescimento da atividade produtiva, especialmente nos setores de bens e serviços, e o fortalecimento do mercado consumidor interno superaram as previsões mais otimistas, criando assim um ambiente propício para o estabelecimento de metas possíveis de serem alcançadas em médio e longos prazos.
Os resultados positivos somados às perspectivas de início de novos governos Federal e estaduais criam um cenário ainda mais favorável, com a perspectiva de aumento de postos de trabalho, ingresso de novos investimentos estrangeiros, ampliação da arrecadação tributária e, sobretudo, com a possibilidade de adição dos royalties oriundos da exploração mais efetiva das jazidas de petróleo e gás natural existentes nas camadas pré-sal da Bacia de Santos.
Há de se reconhecer que o futuro de possibilidades ora preconizado deverá ser alicerçado em bases sólidas estabelecidas a partir da introdução de novos conceitos de política econômica e de ajuste fiscal, sob o preceito de que não se pode gastar além do que é possível arrecadar.
Nesse sentido, apesar do quadro de indicadores favoráveis, torna-se prudente, neste momento, conter os arroubos de ufanismo, uma vez que as conquistas desejáveis para o País demandarão a transposição de obstáculos relevantes e a adoção de medidas imprescindíveis para conduzir a Nação ao patamar de desenvolvimento almejado.
Não obstante o fim de mais um período de embates políticos decorrentes do processo de sucessão presidencial, que propiciou a propagação de retóricas demagógicas e populistas, ao Brasil se impõem desafios de superação de problemas crônicos que, se não enfrentados de forma prioritária, acabarão por comprometer o ritmo de crescimento permitido pela abundância de recursos à disposição.
É sabido que sem uma política educacional consistente – dirigida a forjar novas gerações de brasileiros melhor habilitados ao convívio social e à prática profissional -, aliada às melhorias das condições estruturais, nas áreas da saúde, assistência social e meio ambiente, toda a riqueza produzida terá pouca serventia.
Mais do que contar com recursos naturais disponíveis, o País necessita, a partir de agora, adotar práticas inteligentes para não reproduzir o modelo perverso de distribuição de renda cujas consequências danosas já são por demais conhecidas e têm condenado milhares de brasileiros à pobreza e ao atraso.
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