Há mais de uma década estreava nos cinemas de todo o mundo o
filme que se transformaria em uma das franquias mais famosas e rentáveis da
história do cinema: O senhor dos anéis.

Os pequenos Hobbits, criações do autor John Ronald
Reuel Tolkien, marcaram pelos
filmes dirigidos por Peter Jackson a cultura pop, tornando-se personagens
queridos por muitos fãs. E, com a promessa de uma nova história desde o fim da
primeira trilogia, eles aguardaram, ansiosamente, por mais quase dez anos, a
chegada, realmente inesperada como presente de Natal, a nova jornada dos
habitantes da Terra Média, a produção O Hobbit, que teve uma recepção
calorosa com pouco mais de uma semana de exibição desde a sua estreia na última
quinta-feira(13).
Assistir ao filme é o mesmo que se
transportar para o mais alto escalão do mundo da fantasia. É adentrar de forma
mágica a Terra Média citada nos livros e se maravilhar com todos os elementos
criados para uma saga de qualidade. Em sua essência, o filme não foge do
subgênero road movie, o mesmo usado em seu antecessor nas telonas, mas
consegue comportar com maestria os elementos disponíveis e usá-los de forma
satisfatória para o público.
No primeiro longa, os andarilhos
buscavam uma solução nas terras de Mordor. Sociedades se juntaram para dar
apoio à destruição do Anel precious-,
agora, anões guerreiros buscam fortalecer sua irmandade e reconquistar seu
reino, cheio de ouro e que fora dominado por um temível dragão. Para isso,
formam um seleto grupo que, por indicação do simpático mago Gandalf, convida o
pequeno hobbit, Bilbo Bolseiro, o ladrão, para fazer parte da grande jornada
inesperada. Na história cronológica, este filme se passa antes da apresentada
em O senhor dos anéis.
Contar histórias. O quê seria de
Bilbo se não tivesse embarcado na grande aventura de sua vida? O quê ele teria
para contar e compartilhar com seus amigos e descendentes, se não aceitasse e possuísse
coragem o bastante para embarcar em uma viagem que poderia não ter volta? São
questões que vagamente nos fazem refletir sobre o nosso dia a dia. A grande
dúvida é e se?. O personagem central com certeza viu que sua vida não mudaria
muito se ficasse somente em seu querido vilarejo, que no filme é muito bem
trabalhado, com cenários vivos e perfeitamente moldados ao espírito da calma.
Paralelamente, a melancólica cantoria dos anões, logo no primeiro ato, mostra a
falta que faz, para eles, de ter um lugar para chamar de seu. Um local onde
suas famílias poderiam ter de volta a paz que ali reinava e que seus filhos
pudessem crescer e brincar.
Todo esse sentimento nos embala em
uma sequência de fatos que, de uma forma ou de outra, nos prende na poltrona do
cinema e faz-nos virar um anão, um hobbit, um mago, um elfo ou qualquer outra personalidade
dentro da etnia mitológica existente naquele mundo. No meio disso, até mesmo o
emblemático frágil Sméagol é passivo de compreensão. Aliás, comemoremos também
o aniversário de dez anos desde que a criatura apareceu para o público, pois em
2002, era lançando o segundo filme da trilogia do Anel, As duas torres.
Queremos ajudar, queremos fazer
parte da aventura, nos sentimos perto o bastante para desejar isso. O ser
humano, por mais que falem ao contrário, coexiste com a compaixão. E isso é
chave em um filme onde se torce pelo triunfo do bem e a queda do mal.
O Hobbit já é um sucesso de
bilheteria e acredito que não vá ser diferente com a sequência que virá nos
próximos dois anos. Mais um franquia de qualidade e que vai somar positivamente
com a sétima Arte e satisfazer todos que gostam de se aventurar pelas salas
escuras dos cinemas.
Ficha técnica
O Hobbit Uma jornada inesperada
Direção: Peter Jackson
Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens,
Peter Jackson e Guillermo Del Toro
Adaptação do livro
de J.R.R. Tolkien, The Hobbit
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