A exemplo do ano passado, o programa Roda SP, criado em 2011 como importante ferramenta de turismo do Estado de São Paulo, está suspenso.
E não tem previsão de volta, pelo segundo ano consecutivo.
A iniciativa mudou de foco, e a partir de agora aposta no desenvolvimento regional, garante a Secretaria de Turismo do Estado, por meio de nota.
De acordo com a nota enviada pela pasta, haverá apostas em ações estruturantes envolvendo parceiros.
Além disso, prefeituras municipais, iniciativa privada e terceiro setor.
Antes de ser encerrada, os números eram positivos para o programa.
Ao todo, mais de 150 mil pessoas foram contempladas na Baixada Santista desde a implementação.
No Estado, mais de 300 mil pessoas foram atendidas.
O alto investimento, porém, foi um dos motivos para que a suspensão do programa fosse suspenso.
No total, cerca de R$ 4 milhões eram gastos por temporada, totalizando R$ 28 milhões ao longo desse período em funcionamento.
Investimentos
Ainda em nota, mesmo após a suspensão, a pasta garante que estão sendo tomadas iniciativas para fomentar o turismo.
Em andamento, se encontram a reestruturação de aeroportos, como do Guarujá, cujo edital deverá ser lançado na sexta.
Além disso, “o aumento de frequências áreas em todo o Estado a partir da redução do ICMS sobre o combustível de aviação, e a promoção do serviço de stopover – benefício para quem deseja conhecer outros lugares durante uma escala”.
Em dezembro último, por exemplo, a pasta organizou duas viagens com operadores internacionais, de acordo com a nota.
Canadenses vieram conhecer as cidades de São Sebastião, Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba.
Já peruanos estiveram em Santos e em Guarujá.
“Em 2019, por meio do Dadetur, a Secretaria também investiu R$ 87,5 milhões em obras de infraestrutura turística em toda a Baixada Santista”, completa a nota.
O repasse de tais verbas, porém, é obrigatório.
‘Ruim para São Paulo’
A decisão tomada pelo atual governo estadual desagradou.
Ex-governador e então secretário estadual de Turismo na criação do Roda SP, Márcio França (PSB), demonstrou insatisfação com o desfecho final do programa.
Segundo a nota divulgada por sua assessoria, França afirma que a decisão “foi muito ruim para São Paulo”.
“Mais de 1 milhão e meio de pessoas participaram das viagens pelo Estado de SP”, afirma.
Além disso, França classificou o ato, no entanto, como um não reconhecimento do próprio cidadão paulista.
Assim, de acordo com ele, “a concepção de “sofisticar” nosso público, é típica de quem não conhece bem o nosso povo”, finaliza a nota.
Vale lembrar que ao assumir o cargo de governador de São Paulo, João Doria (PSDB) cancelou 60 convênios firmados por Márcio França, em 2018.
Ao todo, cerca de R$ 143,8 milhões seriam repassados aos municípios paulistas.
Do montante, R$ 60 milhões eram destinados à Baixada Santista.