Criatividade e inovação parecem palavras siamesas, além de muito usadas se tornando muitas vezes clichês. Inovar não significa mudar tudo. Para o americano Larry Kim, CEO da MobileMonkey, considerada uma das melhores plataformas de “chat marketing” e fundador da WorldStream, a principal fornecedora de ferramentas de palavras-chave para anúncios – a criatividade é como um músculo que precisa ser alongado, desafiado e, ocasionalmente, empurrado para fora da sua zona de conforto.
Segundo Larry Kim, existem caminhos para melhorar a criatividade e conseguir usá-la para a inovação. Ele afirma que a curiosidade leva à criatividade. Isso quer dizer que ter uma ideia bacana não depende somente de ter um lampejo de sorte, mas é possível inovar sistematicamente com muita leitura, conversas com especialistas e aprendendo com tudo isso.
Outro ponto que ajuda na criatividade, de acordo com Larry, é manter a vida equilibrada. Eu particularmente, acrescento que estar aberto para o novo, sem “pré-conceitos” é uma outra atitude fundamental pra esse exercício da criatividade.
Fazer algo que te dê prazer, é a recomendação do empreendedor. Tenha um hobby, toque um instrumento, corra, colecione coisas antigas, faça algo que ajude a relaxar e lutar contra o estresse, pois isso acaba impulsionando a criatividade.
Desligar, ou simplesmente não fazer nada, também é valioso. Às vezes, as melhores ideias surgem no chuveiro, enquanto se está dirigindo, caminhando ou até assistindo ao pôr-do-sol. O famoso “ócio criativo” tão bem dito por Domênico di Masi vale ouro.
Já o brasileiro Thiago Gringon, coordenador da pós-graduação de Criatividade & Ambiente Complexo na faculdade ESPM-SP, escreveu em um artigo onde diz que a criatividade é um fenômeno de interação com o mundo, e está em tudo. “Ela acontece quando uma pessoa combina objetos de determinadas maneiras em um espaço, para causar mudanças em si, nos outros ou no próprio ambiente”
Para ele, ser criativo é “observar o mundo de novas maneiras, encontrar oportunidades ocultas, juntar referências de forma que ainda ninguém fez”. Em outro artigo, Thiago diz que nos “tornamos criativos a partir da medida de nossas interações”. Ele continua: “A interação com nossa cultura e com as outras culturas mais diversas possíveis (além da zona de conforto) nos permite compreender melhor outros paradigmas de mundo, conhecer novos recursos e maneiras de manipulá-los”, escreveu.
“Porém, existe uma energia interna que só precisa de incentivo e foco para se expandir e materializar o que quisermos. E, somente a partir dessa energia, que conseguimos estabelecer as bases criativas para nossas novas ideias”.
A questão da inovação precisa ser entendida como algo que não precisa ser totalmente disruptivo, mas como alguma melhora num processo, num produto já existente. Thiago diz que a criatividade é o que vai nos manter relevantes nesse atual contexto de mundo. “É a partir dela, e talvez somente dela, que conseguiremos fazer novas perguntas antes de buscar novas respostas para os problemas que, nós humanos, criamos. Será por meio dela que alcançaremos novos resultados, não só para os negócios, mas principalmente para as pessoas”, completa.
Quando eu for, eu vou sem pena/ Pena vai ter quem ficar/ Morena tão desamada e tão precisada de amar/ Açucena delicada, sem a mão pra lhe cuidar…”
Quando eu for, eu vou sem pena
Paulo Vanzolini
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