A partir do dia 1º de janeiro de 2022, a cidade de Santos, vai permitir a presença de cães na praia, por meio de um projeto-piloto realizado por uma comissão composta por infectologistas, médicos veterinários, biólogos, representantes de universidades e de movimentos de proteção do animal, além das secretarias municipais de Governo, Saúde, Meio Ambiente e Segurança.
A nova lei passará a permitir a circulação e permanência de cães na praia em área restrita e demarcada, e em horário delimitado. Será um estudo inédito no Brasil, com duração de seis meses, que analisará o comportamento e a responsabilidade dos tutores de animais, que precisam seguir uma série de regras, com orientação e fiscalização da Guarda Civil Municipal de Santos (GCM).
Algumas regras já estão pré- definidas como: fica obrigatório à identificação do animal por coleira ou plaqueta própria, constando o nome e o telefone de seu tutor; à carteira de vacinação atualizada; comprovante de vermifugação; à presença de seu tutor maior de idade; comportamento sociável do animal e a não estar no período de cio ou pré-cio. Além disso, o tutor ficará obrigado a recolher, imediatamente, as fezes do cão e descartá-las em local apropriado, sob pena de multa.
É encantadora a cena de um cachorro todo alegre correndo pela areia da praia, mas alguns médicos veterinários dermatologistas alertam que a combinação de areia, água do mar, sol e calor pode não ser tão favorável ao seu pet, portanto é necessário muito cuidado.
Há o risco de o animal desenvolver também dirofilariose, ou popularmente chamado, verme do coração, até mesmo leishmaniose. A médica veterinária, Gabriela Hamouind, afirma que é essencial o animal realizar todos métodos preventivos, como vacinas em dia e comprimidos de uso mensal.
Médica Veterinária
Os motivos para que muitos apõem a proibição de levar cachorro na praia vão desde questões ambientais até o conforto dos demais banhistas. A principal preocupação é com as fezes do pet. Elas podem conter bicho-geográfico.
De acordo com a médica dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Mirella Malloci, o bicho-geográfico causa uma infecção que atinge tanto adultos quanto crianças. Causa uma coceira intensa, vermelhidão e trajetos sinuosos. É muito importante que haja o cuidado, é necessário o dobro de atenção ao entrar em contato direto com a areia que já foi frequentada por cães e gatos.
Prefeitura de Santos
A Prefeitura garante que haverá controle de balneabilidade das praias mensalmente, assim como a coleta e análise da qualidade sanitária da areia da área demarcada. Polêmica A permissão para cachorros na praia gera discussão entre os munícipes de Santos, sobretudo nas redes sociais, onde existe uma grande polarização. Segundo Paula Soares, que costuma correr na areia da praia, os cachorros na praia são um risco. “Eu tenho sobrinhos pequenos que sempre brincam na areia nos fins de semana. Os pais nem sempre estão de olho, assim a criança pode encostar nas fezes do animal e ter bicho-geográfico”, salientou Paula. Já Ricardo Pereira comemorou a decisão da Prefeitura de Santos. “Eu tenho dois cachorros e não vejo nenhum problema, sempre tomo cuidado com os pets, além do mais, haverá uma série de regras que teremos que cumprir, isto será ótimo para a saúde dos cães”, complementou Ricardo. A estimativa é que em janeiro, a medida gere ainda mais polêmica.