Pelo segundo ano, a folia foi cancelada por conta do coronavírus.
Em 2021, o Brasil vivia um dos momentos mais tristes da pandemia, causado pela segunda onda.
Neste ano, a situação melhorou com a vacinação em massa e a perspectiva é que a pandemia não tenha mais tanta força no País. Entretanto, o início de 2022 foi marcado pela chegada da variante Ômicron que é mais transmissível e causou uma explosão no número de casos, impactando o aumento na curva de internações e mortes. Porém, a variante já começa a perder força.
As autoridades optaram pela prevenção e cancelaram o Carnaval de rua. Contudo, a permissão de festas privadas, em locais como clubes e casas de shows, levantou polêmica. Afinal, a aglomeração também vai acontecer, logicamente com menos pessoas, mas em um ambiente fechado.
Desfile
Um dos eventos mais aguardados do Carnaval é o Desfile das Escolas de Samba. Em Santos, a tradicional festa acontecia uma smeana antes na passarela Drauzio da Cruz desde 2016
Em decisão com a Liga Independente Cultural das Escolas de Santos, a Prefeitura cancelou o desfile em fevereiro. Questionada sobre a possibilidade do evento acontecer em algum feriado neste ano, a Prefeitura ressaltou que irá se posicionar em um momento mais oportuno. Na época em que a decisão foi tomada, o presidente da Liga, Fábio Przygoda, em entrevista ao Boqnews detalhou que a discussão sobre a realização do desfile seria retomada com a desaceleração da pandemia. O cancelamento do evento foi prejudicial para as agremiações, pois algumas já estavam com o desfile bem encaminhado e precisaram guardar as fantasias e adereços em galpões.
A Real Mocidade, por exemplo, tinha 70% das fantasias prontas em janeiro, conforme informou o presidente da escola Edson Pereira, o Edinho.
Vale destacar que, em Santos, nove agremiações estão no Grupo Especial: Unidos dos Morros, União Imperial, X-9, Mãos Entrelaçadas, Mocidade Amazonense, Real Mocidade, Mocidade Dependente do Samba, Sangue Jovem e Brasil. Se o Desfile das Escolas de Samba de Santos segue incerto para 2022.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, o evento já está com data marcada: será no feriado de Tiradentes, entre os dias 20 e 24 de abril. Vale destacar que os apaixonados pelo Carnaval em Santos desfilam nas agremiações tanto da capital paulista, como na cidade do Rio de Janeiro. Na cidade de São Paulo, o desfile do Grupo Especial no sambódromo do Anhembi está marcado para os dias 23 e 24 de abril, na seguinte ordem.
1º dia – Acadêmicos do Tucuruvi, Colorado do Brás, Mancha Verde, Tom Maior, Vila Maria, Tatuapé e Dragões da Real.
2º dia – Vai-Vai, Gaviões da Fiel, Mocidade Alegre, Águia de Ouro, Barroca Zona Sul, Rosas de Ouro e Império de Casa Verde.
O Rio de Janeiro seguirá com os mesmos dias do desfile paulista, o que irritou o mundo do samba, haja visto que muitas pessoas desfilam e trabalham nos dois locais. Assim, o desfile na tradicional Marquês de Sapucaí será da seguinte ordem.
1º dia – Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor.
2° dia – Paraíso do Tuiuti, Portela, Mocidade, Unidos da Tijuca, Grande Rio e Vila Isabel.
Festas privadas
Assim, como as outras prefeituras da região, Santos optou pelo cancelamento do Carnaval de Rua.
Entretanto, as festas e shows estão permitidas para o feriado, tanto que o Portuários vai receber o grupo Barões da Pisadinha no domingo (27). A Prefeitura destaca que os eventos precisam cumprir as normas sanitárias, como a restrição para a capacidade máxima em 70%.
Importante frisar que os bailes de Carnaval em Santos dependem da autorização da Prefeitura. Dessa forma, os clubes e casas noturnas deveriam solicitar autorização da Prefeitura para realizar bailes de Carnaval. Com essa aprovação, a agremiação recebe o alvará de licença provisório, emitido pela Secretaria de Finanças.
O primeiro clube a efetuar o pedido foi o dos Ingleses. Os pedidos poderiam ser realizados até esta sexta-feira (25) no Poupatempo.
Impactos
A não realização do Carnaval traz uma série de impactos negativos para a economia, principalmente no setor de eventos e no turismo.
Muitos trabalhadores dependem deste período, como as pessoas que produzem fantasias.
É o caso de Manuel Gonçalves, que faz fantasias de Carnaval, inclusive para passistas de agremiações da capital paulista, como a Unidos de Vila Maria e a Nenê de Vila Matilde.
Manuel destaca que o cancelamento do desfile em Santos foi prejudicial na parte econômica, já que algumas pessoas haviam o procurado para fazer o orçamento da fantasia no fim do ano passado.
Neste período, ele focou em outras vertentes, como a produção de máscaras para empresas.
Todavia, o impacto negativo não é só na economia. Grande parte dos foliões temem que o Carnaval não seja como antes e tenha um pouco da identidade quebrada.
Em entrevista ao Jornal Enfoque/Manhã de Notícias, o maestro Oscar Guzella relembrou as bandas e os blocos que desfilavam pelas ruas de Santos, como a bandeira do Boqueirão. Ele ressaltou que os músicos se reuniam ainda na metade do ano para compor as tradicionais marchinhas de Carnaval.
“Eram várias marchinhas, algumas não eram aproveitadas e outras faziam grande sucesso”, citou. Por fim, ele enfatizou que as marchinhas estão cada vez mais raras. Quem também participou do programa foi o compositor Ricardo Peres, autor de vários sambas de sucesso. Ele frisou os bons tempos que as escolas tinham vários compositores para escolher o samba enredo. Algo que mudou nos últimos anos, principalmente por conta do interesse econômico nos desfiles.
Hotéis
Para o Carnaval, a cidade de Santos espera um ocupação de 70% nos hotéis.
De acordo com a estimativa da Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, entre 93 mil e 144 mil veículos devem descer para a cidade de Santos.
No total, até 480 mil veículos devem descer à Baixada Santista neste Carnaval, cuja operação especial prossegue até quarta (2).