Com preço nas alturas, viagem ao Catar é restrita para poucos privilegiados | Boqnews
Foto: Divulgação/FIFA

Especial Copa do Mundo

05 DE AGOSTO DE 2022

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Com preço nas alturas, viagem ao Catar é restrita para poucos privilegiados

Copa do Mundo no Catar deve receber apenas torcedores que possuem uma renda elevada

Por: Da Redação

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Ir para a Copa do Mundo é o sonho de qualquer torcedor e geralmente muitos fazem sua economia durante vários anos para acompanhar o maior evento do futebol mundial.

Entretanto, neste ano, nem mesmo com uma grande reserva será possível ir para o Mundial. Ou seja, o brasileiro que pretende ir ao Catar vai precisar de uma equação financeira para conseguir arcar com todas as despesas, como viagem, ingresso, hospedagem e alimentação.

Vale lembrar que por conta do verão rigoroso no Oriente Médio, a Copa do Mundo, que normalmente é realizada nos meses de junho e julho, especialmente este ano vai acontecer entre os dias 21 de novembro e 18 de dezembro.

Passagem e ingresso

Quem quiser viajar, vai ter que desembolsar um valor considerável. O valor de ida e volta no período da Copa custa mais de R$ 10 mil, mas com escala.

Se o torcedor optar por um voo direto, o valor da passagem chega a mais de R$ 16 mil. Em alguns casos, como no dia anterior da final, o preço de ida e volta ultrapassa a marca de R$ 25 mil.

Os ingressos também estão salgados. O valor das entradas pode variar de R$ 320 a R$ 7,5 mil. Importante frisar que nas partidas da fase de grupos, os ingressos são mais baratos em relação aos jogos eliminatórios. O valor do ingresso para a Copa do Mundo não é o maior problema para o torcedor, que recentemente tem tido sofrido com a elitização do esporte.

Para se ter uma ideia, a entrada mais barata da final da Libertadores 2021, entre Palmeiras x Flamengo, no estádio Centenário, em Montevidéu, custou R$ 1.116. Na ocasião, a Conmebol estipulou que o ticket mais barato fosse 200 dólares, o que revoltou a torcida dos dois times, já que o dólar ultrapassa os R$ 5,30

No próprio Campeonato Brasileiro, os valores em alguns estádios não condizem com o salário da maioria da população do País, o Athletico/PR cobra o ingresso a R$ 200 para não sócios e torcedores visitantes. Vale destacar que os interessados em comprar o ingresso para os jogos da Copa do Mundo têm até o dia 16 de agosto para realizar a operação no site da FIFA.

Final da Copa do Mundo no Catar será realizada no dia 18 de dezembro/Foto: Divulgação

Hospedagem e alimentação

A hospedagem também não é barata no Catar. Com hotéis grandiosos e luxuosos, o país do Oriente Médio esbanja riqueza e atrai turistas milionários afastando outras camadas. Dessa forma, não será fácil achar uma hospedagem econômica durante a Copa. A única solução para fugir deste gasto é o programa Host a Fan que permite que os torcedores consigam se hospedar nas casas de quem mora no Catar. Entretanto, para entrar no programa é necessário um cadastro que não dá garantia que o turista seja selecionado.

A alimentação segue a mesma tendência de preço salgado, o que é normal em grandes eventos. Muitas pessoas inclusive fazem a opção pelo tradicional fast food para escapar dos preços nos restaurantes.

Um dos poucos pontos positivos para o bolso do torcedor é a logística, como o Catar é um país pequeno, no tamanho do Estado de Sergipe, o turista não vai precisar se preocupar com carro, já que o transporte público do país oferece o deslocamento para todos os estádios e hotéis. Dessa forma, o torcedor poderá acompanhar dois jogos no mesmo dia de competição. Para ver a Copa do Mundo com segurança, o torcedor vai desembolsar no mínimo R$ 20 mil.

O Holiday Villa Hotel And Residence City Centre Doha é uma das opções de hospedagens/Foto: Divulgação

Economista

O economista Pablo Nostre Simões explica que o câmbio é um fator muito importante para o custo de uma viagem para a Copa do Mundo no Catar. “Para você fazer uma viagem internacional, é preciso levar em consideração o dólar que vem causando um aumento nos custos para os brasileiros e para a população de outros países emergentes”, citou.
Simões destaca que o Catar pretende usar a Copa do Mundo para aumentar sua relevância no cenário econômico. “Por ser uma economia aberta, que praticamente importa tudo aquilo que necessita consumir, obviamente essa questão da moeda interfere muito nos custos”, salientou.

Questionado sobre como o torcedor pode economizar para conseguir ir para Copa do Mundo, o economista enfatizou que antes de tomar qualquer decisão, é essencial fazer o planejamento a longo prazo.

“Após fazer o planejamento e as economias, o torcedor precisa pesquisar e ficar atento com algumas questões. Assim é preponderante comprar a passagem aérea e a hospedagem com antecedência, já que estes dois pontos são os principais vilões do bolso”, finalizou.

Questões culturais

Além dos jogos, a Copa do Mundo marca um momento de celebração entre os povos, com festas, bares lotados, shows, baladas, bebidas alcoólicas e afeto. Entretanto, todo este cenário tende a ser diferente no Catar.

O professor de Relações Internacionais da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Daniel Conorato explicou que o País do Oriente Médio é uma das nações que seguem a lei islâmica com mais rigor. Dessa forma, uma série de atividades não são permitidas no País. “Eu acredito que haverá uma flexibilização natural durante a Copa do Mundo, mas é bom não abusar. Importante frisar que o Catar quer passar uma boa impressão para o mundo com a realização do evento”. As roupas tanto para homens como para mulheres são algumas das questões mais polêmicas.

Daniel ressalta que os brasileiros devem evitar a camisa regata e o short acima do joelho em locais distantes aos estádios. O mesmo vale para a questão do afeto. “Andar de mão dada não é um problema, contudo beijos e abraços devem ser revistos, principalmente entre pessoas homossexuais, já que o País é extremamente fechado para essa questão”, citou. O uso da bandeira LGBTQIA também causa preocupação para as pessoas que aderem ao movimento. Em relação às bebidas alcoólicas, além do preço não ser nada barato, cerca de R$ 60 uma garrafa, os torcedores terão dificuldades para comprar o produto nas ruas do Catar, sendo mais fácil encontrar dentro dos hotéis.

O país deve proibir o consumo de bebida alcoólica nos estádios, porém a informação é incerta, sobretudo que alguns patrocinadores da Copa são marcas de bebidas. Daniel diz que as punições podem ficar nas advertências, mas também causar multas ou prisões, dependendo do caso de infração das normas do País.

A bandeira LGBTQIA+ é uma das polêmicas envolvidas na Copa do Mundo do Catar/Foto: Divulgação

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