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21 DE OUTUBRO DE 2011

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Em Bauru, primeiro clube de Pelé virou mural em entrada de supermercado

No interior do Estado de São Paulo, fala-se que Edson Arantes do Nascimento nasceu em Três Corações (MG), mas que o Pelé recebeu a luz em Bauru. O que faz sentido. Muito embora o Rei do Futebol tenha surgido para o mundo usando o branco e o preto do Santos, foi a quase 300 quilômetros […]

Por: Da Redação

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No interior do Estado de São Paulo, fala-se que Edson Arantes do Nascimento nasceu em Três Corações (MG), mas que o Pelé recebeu a luz em Bauru. O que faz sentido. Muito embora o Rei do Futebol tenha surgido para o mundo usando o branco e o preto do Santos, foi a quase 300 quilômetros do litoral paulista que o eterno camisa 10 — que neste domingo (23) comemora 71 anos de vida — foi descoberto.


O local onde Pelé fez suas primeiras “vítimas” no gramado, por sua vez, não existe mais desde 2006. No lugar, situado na esquina das ruas Rio Branco e Capitão Gomes Duarte, no Centro de Bauru, foi erguido um supermercado, da rede Tauste. Até então, o terreno era ocupado pelo ainda famoso Bauru Atlético Clube (BAC), mas que pouco antes de dar lugar ao empreendimento, já dava sinais de deterioração.


Tradicional agremiação bauruense, o clube, fundado em 1919, era conhecido por seus amplos espaços sociais, festas e áreas esportivas (foto abaixo). No futebol, apesar de participações sem grande destaque no Campeonato Paulista (o máximo alcançado pelo BAC foi a Série A2), seus destaques individuais romperiam os limites da cidade.



Na década de 40, o grande nome do time era Dondinho (pai de Pelé) que tempos depois, iniciaria o filho Edson, então conhecido como Gasolina, no próprio BAC. E Gasolina não precisou de muito tempo para arregalar os olhos de Waldemar de Brito, ex-jogador da seleção brasileira e técnico do Baquinho — como era conhecida a equipe menor do BAC. Sim, o mesmo Waldemar que, pouco tempo depois, levaria o garoto para à Vila Belmiro.


Se para Pelé, o resto foi a história que todos conhecem, o BAC teria sua “vida” abreviada. Embora mantenha uma sede social como clube de campo, a agremiação se viu em uma grave crise financeira e “ofuscado” pelo rival local Noroeste — que disputou a Série A1 paulista neste ano. Enfraquecido, o Bauru Atlético Clube acabou vendendo a sede à Tauste.




O estádio Lusitana, cujo nome é alusivo à primeira alcunha do clube, foi demolido. Do primeiro campo em que Pelé jogou, restou somente um mural, na entrada do supermercado, com a imagem do estádio pintada. Do lado de dentro, defronte à escada rolante que dá no estacionamento, há um outro mural, este com fotos antigas — uma delas com o próprio Pelé, facilmente reconhecido em meio à garotada — que faz o último resgate à imagem da instituição onde despontou pela primeira vez o aniversariante deste domingo.



Casa viva


Se a sede esportiva do BAC e palco das primeiras genialidades de Pelé já não existe mais, a casa em que o Rei do Futebol e seu pai viveram quando moraram na cidade segue de pé. Em abril do ano passado, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru (Codepac) aprovou o tombamento do imóvel, que não pode mais sofrer nenhuma espécie de reforma ou alteração em suas características.


A ideia é que o local se transforme em um Memorial do esporte bauruense, destacando não só Pelé, mas o pai do Rei (Dondinho) e Toninho Guerreiro, parceiro do eterno camisa 10 do Peixe no próprio Santos e campeão da Libertadores e Mundial em 1963 pelo Alvinegro Praiano.


Um dos tantos bauruenses que hoje ainda param para observar as lembranças do clube e, claro, de Pelé, é o psicólogo Antônio Carlos Simi, que reside a duas quadras do antigo BAC. Com os mesmos 71 anos de Pelé, Simi é de uma época em que jogar futebol descalço na rua ainda era comum e em que quase todos se conheciam na então pequena Bauru.


Não a toa, o psicólogo foi um dos vários “garotos” que teve a experiência de bater bola com o menino Edson na infância. Para seu azar, jogou contra. “Morávamos praticamente na mesma rua, a Sete de Setembro. Eu em uma extremidade, ele em outra. Tínhamos 12, 13 anos, e já era difícil marcar o moleque franzino!”, recorda.

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