De uma ação onde havia menos de 1 mil páginas digitalizadas há quatro anos para 1,3 milhão nos dias atuais.
Aliás, este é o resultado do trabalho desenvolvido pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santos, graças ao empenho e dedicação do seu presidente, jornalista Sergio Willians.
“É o único instituto no País que está fazendo esta ação”, enfatiza.
Willians participou do Jornal Enfoque desta segunda (3). Ao todo, são 54 títulos de jornais criados desde 1849.
Portanto, todo o conteúdo da imprensa santista e da região está sendo enviado – e disponibilizado ao público do Brasil e do exterior- na Biblioteca Nacional.
Alguns veículos já tem seu conteúdo disponibilizado em sua maior parte, como o Cidade de Santos.
Ele circulou de 1967 a 1987, onde 90% das páginas já estão liberadas para consulta.
E também o Boqnews (nascido Jornal Boqueirão em 1986), na mesma proporção.
Mas faltam outros veículos, como O Diário e a própria A Tribuna, entre os anos de 1927 a 1959.
Assim, ao todo, restam, segundo seus cálculos, cerca de 2 milhões de páginas a serem digitalizadas.
Dessa foram, neste ritmo, demoraria até seis anos para ser concluído.
No entanto, Willians espera a chegada de um segundo scanner para dobrar a capacidade das atuais 1.500 páginas/dia para 3 mil/dia.

Jornalista Sérgio Willians também está à frente da elaboração de um livro sobre a história da Santa Casa de Santos. Foto: Felipy Brandão
Máquina para agilizar
O equipamento deverá ser adquirido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos, que apoia a iniciativa, entre outras instituições, empresas e parlamentares, via emendas parlamentares.
Dessa forma, diminuiria pela metade o tempo previsto.
No entanto, algumas publicações, porém, encontram-se em más condições, o que exigirá um trabalho mais apurado.
Caso do jornal O Diário de Santos, cuja coleção encontra-se em situação “crítica”, como define.
Ele circulou entre 1872 a 1932, mas sua recuperação demandará um trabalho mais detalhado do que meramente a digitalização das páginas.
Todo o serviço ocorre na Sociedade Humanitária, no Centro de Santos, também parceira do projeto.
Não bastasse, Willians reconhece que há muito o que fazer.
“Há bastante chão para percorrer”, sintetiza.
“A ideia é disponibilizar tudo o que foi produzido pela Imprensa de Santos e região ao longo da história para que as pessoas possam conhecer nosso passado”, acrescenta.
No entanto, ele vai além.
Assim, ele focará em livros escritos ao longo das décadas sobre a Cidade, de forma a criar uma ampla biblioteca digital sobre Santos.
Apaixonado pela história de Santos
Aliás, o jornalista é um entusiasta da história de Santos, a ponto de escrever livros com base em histórias descobertas nas páginas dos jornais, permitindo uma verdadeira volta ao passado.
Caso da santista Zezé Leone, considerada a primeira miss brasileira, cujo anúncio oficial ocorre há exatamente um século (leia detalhes aqui).

Livro escrito por Sérgio Willians sobre Zezé Leone. Foto: Divulgação
Ela venceu um concurso por fotografia entre 319 candidatas brasileiras.
“O nome dela virou sinônimo de beleza”, relembra.
Aficcionado por tecnologia, Willians também tem ajudado a prefeitura de Santos a implantar novidades que caíram no gosto do público.
Caso do veleiro inglês Krestel, encalhado na praia da Aparecida, há mais de um século.
Assim, a imagem pode ser conferida por meio de realidade aumentada por meio de QR Code, via celular.
Dessa maneira, outra experiência interessante ocorreu na semana passada, durante a inauguração da Praça das Gerações e Jardim Japonês, no Quebra-Mar, no José Menino.
Usando a mesma ideia, o navio Kasato Maru, que trouxe os primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, via Porto de Santos, também consegue ser visto da mesma forma.
Diante do sucesso, ele estuda a criação de um aplicativo para este fim – ampliando o alcance e unindo tecnologia e história na palma da mão.
Outros projetos
Dessa forma, Willians não para.
Além deste trabalho – entre outros em desenvolvimento – escreve um livro em homenagem à Santa Casa de Misericórdia de Santos.
E já adianta uma curiosidade que muitas defendem.
O hospital – o mais antigo das Américas em funcionamento – não surgiu em 1º de novembro, Dia de Todos os Santos, o que remeteria ao ‘batismo’ da cidade com o nome de Santos.
Afinal, o hospital fundado por Brás Cubas em 1543 antecede à própria fundação da então vila pelo mesmo desbravador.
Não bastasse, ele luta para a volta do funcionamento do relógio da Western Telegraph, que se arrasta há décadas, a despeito da posição do Ministério Público.
Por sua vez, há projeto para sair do papel, com a retomada do projeto Parque Valongo, anunciado pela prefeitura de Santos.
“É importante resgatarmos esta história”, enfatiza.
Afinal, o equipamento está guardado em uma sala junto ao Teatro Coliseu e permanece funcionando graças ao trabalho do relojeiro Antonio Rodrigues de Lima.
Ele atua, graciosamente, na manutenção do secular equipamento. (veja abaixo o modelo da torre onde ele seria colocado)
Entrevista
Dessa forma, confira a entrevista concedida ao jornalista Francisco La Scala