As vendas de imóveis usados cresceram 6,7% em Março frente a Fevereiro no Estado de São Paulo, a terceira alta seguida e que contribuiu para o que primeiro trimestre fechasse com saldo positivo de 18,59%, mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, que ficou em 8,66%.
“Esse crescimento deixa evidente a resiliência de um mercado que cresce em um cenário econômico que começa a dissipar incertezas quanto ao futuro, mas que ainda é marcado por taxas de juros abusivas dos financiamentos, tanto que quase a metade dos compradores que têm alguma poupança se vê praticamente forçada a fazer o pagamento à vista”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP.
Em Março, os financiamentos bancários superaram pela primeira vez neste ano as vendas feitas com pagamento à vista, segundo os resultados de pesquisa feita com 779 imobiliárias de 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).
Foram financiados por bancos públicos e privados 49,87% das casas e apartamentos usados vendidos em Março, superando os 46,74% que foram pagos à vista. Em Fevereiro, 49,46% das vendas foram feitas à vista e 46,76% financiadas. Em Janeiro, o percentual de vendas à vista foi de 48,92% e o de financiadas, de 47,06%.
O presidente do CreciSP diz não ter dúvida de que a maioria dos compradores teria preferido contratar um financiamento do que “queimar” suas reservas financeiras numa compra à vista, não fossem os juros o impeditivo que hoje trava essa opção devido ao seu custo elevado.
“Excluída a parcela de investidores e dos que têm boas reservas financeiras, a maioria certamente não hesitaria em preservar o dinheiro poupado com muito esforço para assumir uma dívida com prestações que coubessem em seu orçamento e que tem como garantia um bem de raiz, que assegura tranquilidade à família e garante valorização e ganhos futuros”, argumenta Viana Neto.
Imóveis mais vendidos custaram até R$ 400 mil
A pesquisa feita pelo CreciSP com 779 imobiliárias de 37 cidades apurou que o crescimento de 6,7% nas vendas de imóveis usados em Março em relação a Fevereiro se deveu ao comportamento dos mercados de duas das quatro regiões que compõem o levantamento:
– Interior, com aumento de 32,74%
– ABCD, Guarulhos e Osasco, com alta de 32,63%
– na Capital as vendas caíram 1,05%
– no litoral a queda foi de 30,64%
Os imóveis mais vendidos em Março foram:
– 59,79% por preços até R$ 400 mil
– 68,29% com preço de m2 de até R$ 5 mil
Foram vendidos mais apartamentos (53,52%) do que casas (46,48%) e com descontos sobre os preços originalmente pedidos de 8,59% para os imóveis localizados em bairros de regiões nobres, de 6,83% para os de áreas centrais das cidades e de 4,6% para os de bairros de periferia.
Os imóveis com preços maiores e menores registrados pela pesquisa CreciSP em Março em cidades de três das quatro regiões, excetuada a Capital, bem como suas características construtivas e localização, foram os seguintes:
No ABCD, Guarulhos e Osasco, de R$ 148 mil a R$ 1,175 milhão
Nas seis cidades dessa região, 59,99% dos imóveis vendidos se situam em bairros de regiões centrais, 16,53% em bairros de áreas nobres e 23,49% em bairros de periferia.
60% das casas e apartamentos são do padrão construtivo médio, 33% do padrão standard e 7% do padrão luxo.
O preço médio do metro quadrado da maioria dos imóveis vendidos (75,44%) foi de até R$ 5.000,00.
Casa
A mais barata foi vendida em Diadema: 1 dormitório em bairros do Centro por R$ 270 mil. Além disso, a mais cara foi vendida em Santo André: R$ 765 mil por residência com 3 dormitórios em bairro nobre.
Apartamento
O mais barato vendido em Osasco: 2 dormitórios em bairro da periferia por R$ 148 mil. Desse modo, o mais caro foi vendido em Santo André: R$ 1,175 milhão por 3 dormitórios em bairro nobre.
No Interior, preços variaram de R$ 80 mil a R$ 1,850 milhão
Nas cidades do Interior do Estado, 76,49% dos imóveis vendidos estão localizados em bairros centrais, 17,41% em bairros de áreas nobres e 6,09% em bairros de periferia.
78% desses imóveis são do padrão construtivo médio, 19% do padrão standard e 3% do padrão luxo.
O preço médio da maioria dos imóveis vendidos (59,43%) foi de até R$ 4.000,00 o metro quadrado.
Casa
Portanto, a mais barata foi vendida em Marília: 1 dormitório em bairro central por R$ 80 mil. Já a mais cara foi vendida em São José do Rio Preto: R$ 1,150 milhão por residência com 3 dormitórios em bairro nobre.
Apartamento
Assim, o mais barato foi vendido em Bauru: 1 dormitório em bairro de periferia por R$ 80 mil. Com isso, o mais caro foi vendido em São Jose do Rio Preto: 4 dormitórios em bairros central por R$ 1,850 milhão.
No Litoral, casa por R$ 85 mil e apartamento por R$ 3,6 milhão
Nas cidades do Litoral, 87,77% dos imóveis vendidos em Março estão localizados em bairros centrais, 7,55% em bairros de áreas nobres e 4,68% em bairros de periferia.
73% desses imóveis são do padrão construtivo médio, 24% do padrão standard e 3% do padrão luxo.
O preço médio da maioria dos imóveis vendidos (75,76%) foi de até R$ 5.000,00 o metro quadrado.
Casa
As mais baratas foram vendidas em Itanhaém: um dormitório em bairros centrais por até R$ 85 mil. Além disso, a mais cara foi vendida em Praia Grande: R$ 540 mil por residência com 5 dormitórios em bairro central da cidade.
Apartamento
O mais barato foi vendido em Praia Grande: quitinete em bairro central por R$ 130 mil. Portanto,o mais caro foi vendido em Bertioga: 4 dormitórios em bairro nobre por R$ 3,6 milhões.
Locação no Estado recua 7,43% com mais alugados custando até R$ 1,5 mil
Depois de dois meses seguidos de alta, a locação de imóveis residenciais caiu 7,43% em Março comparado a Fevereiro no Estado de São Paulo, segundo a pesquisa CreciSP feita com 779 imobiliárias de 37 cidades. Os bons resultados registrados em Janeiro (+ 14,37%) e em Fevereiro (+ 22,98%) garantiram, porém, que o primeiro trimestre fechasse com saldo positivo de 29,92%.
Das quatro regiões que compõem a pesquisa, só nas cidades do ABCD, Guarulhos e Osasco houve crescimento das locações em Março, de 4,96% em relação a Fevereiro.
Nas outras três houve queda:
– Capital (- 15,0%)
– Interior (- 7,4%)
– Litoral (- 4,79%)
Aluguel por até R$ 1.500,00
A maioria dos novos inquilinos preferiu as casas (56,03%) aos apartamentos (43,97%) com preços médios de até R$ 1.500,00 (59,02% do total alugado).
O presidente do CreciSP lembra que este preço se tornou quase um padrão no mercado de locação estadual. “Em todos os meses do ano passado os imóveis preferidos dos novos inquilinos foram os de aluguel mensal até R$ 1.500,00, um padrão que se manteve nesse primeiro trimestre com exceção de Fevereiro”, afirma José Augusto Viana Neto.
Dessa maneira, em Fevereiro, 53,98% das casas e apartamentos foram alugados por até R$ 1.200,00 mensais.
Março
Já em Março, segundo a pesquisa CreciSP, os donos dos imóveis concederam descontos sobre os preços anunciados que variaram conforme a localização dos imóveis:
– 8,20% em bairros nobres
– 8,19% em bairros centrais
– 6,67% em bairros de periferia
Garantias e inadimplência
As formas de garantia de pagamento do aluguel em caso de inadimplência mais adotadas nos contratos em Março foram o seguro de fiança (39,81%) e o fiador (30,26%), mas proprietários e inquilinos também se valeram de outras opções:
– depósito de três aluguéis (16,9%)
– caução de imóveis (7,73%)
– locação sem garantia (3,28%)
– cessão fiduciária (2,02%)
A pesquisa feita com as 779 imobiliárias das 37 cidades apurou que o índice de inadimplência em Março foi de 4,01%, percentual 5,81% inferior aos 4,26% que estavam com o aluguel atrasado em Fevereiro.
As imobiliárias relataram que o percentual de inquilinos que cancelaram o contrato em Março foi equivalente a 72,76% do total de novos contratos. A maioria dos desistentes alegou motivos diversos para o cancelamento do contrato (61,87%) e 38,13% disseram que a decisão se deu por motivos financeiros.
Aluguel no ABCD varia de até R$ 500,00 a R$ 7.473,00
Nas cidades de Santo André, São Bernado do Campo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco estão em bairros centrais 86,67% dos imóveis alugados. Os demais se distribuem por bairros de periferia (7,48%) e de regiões nobres (5,84%).
Casa
– as mais baratas foram as de aluguel até R$ 500,00 em Guarulhos (com 1 dormitório em bairros centrais), em Santo André (1 dormitório em bairros centrais) e em São Bernardo do Campo (2 dormitórios em bairros também centrais).
– a mais cara foi alugada em São Bernardo do Campo: R$ 7.473,00 por residência com 4 dormitórios em bairro nobre.
Apartamento
– os mais baratos foram alugados em São Bernardo do Campo: 2 dormitórios em bairros centrais por preços entre R$ 700,00 e R$ 2.000,00.
– o mais caro foi alugado em Santo André: R$ 4.000,00 por um de 3 dormitórios em bairro nobre da cidade.
Interior tem casas por R$ 300 e apartamento por R$ 4,5 mil
Nas cidades do Interior, 74,07% dos imóveis alugados estão situados em bairros centrais, 13,41% em bairros de periferia e 12,53% em bairros de áreas nobres.
Casa
Dessa forma, as mais baratas foram as alugadas em Araçatuba: 2 cômodos em bairros de periferia por preços entre R$ 300,00 e R$ 350,00.
Sendo assim, o mais caro aluguel, de R$ 8 mil, foi o de casa com 4 dormitórios em bairro nobre de São José do Rio Preto.
Apartamento
Portanto, os mais baratos foram os alugados em Araraquara: quitinetes em bairros de periferia por R$ 330,00 mensais. Além disso, o mais caro tem 4 dormitórios, está situado em bairro nobre de São José dos Campos e custará ao inquilino R$ 4,5 mil mensais.
Litoral tem aluguel de R$ 550,00 a R$ 5,3 mil
Nas cidades do Litoral, 76,43% dos imóveis alugados estão localizados em bairros centrais, 16,95% em bairros de áreas nobres e 6,62% em bairros de periferia.
Casa
Contudo, as mais baratas foram alugadas em Bertioga: 2 cômodos por R$ 550,00 em bairros centrais. Com isso, as mais caras estavam em São Sebastião: R$ 3.300,00 por residências de 3 dormitórios em bairros centrais.
Apartamento
Já os mais baratos foram os alugados em Praia Grande: 1 dormitório em bairros centrais a partir de R$ 790,00. No entanto, os mais caros, em Ubatuba: 4 dormitórios em bairro nobre por R$ 5.300,00 mensais.
Assim, a pesquisa realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo:
Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilha bela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.