
Foto: Arte Mala
Cala boca já morreu
A decisão do Supremo Tribunal Federal de imputar aos meios de comunicação a responsabilidade sobre as falas dos seus entrevistados abre um precedente perigoso, pois imputa ao profissional e veículo uma nova responsabilidade.
Ou seja, como saber qual será a resposta diante do questionamento de um tema mais ‘espinhoso’ ou até uma denúncia?
Autocensura
Tal situação se torna mais grave, pois – sob o temor de implicações jurídicas – profissionais farão a natural auto-censura.
Assim, evita-se polemizar assuntos que possam dar margem às críticas mais ácidas de um entrevistado que, aliás, poderá responder temas mesmo que não perguntados, fazendo acusações.
Censura ao vivo
A situação piora em programas jornalísticos ao vivo, onde não há tempo para apurações mais aprofundadas para saber se a fala de uma fonte é verídica ou não.
Perigosos precedentes
Ainda que os ministros do STF queiram evitar a proliferação de acusações e notícias falsas (fake news) – o que o Código Civil já define em crimes contra a honra -, a posição do órgão abre precendentes para entendimentos diversos de magistrados de instâncias inferiores, afrontando diretamente o direito à opinião, garantido na Constituição.
Clube para poucos
Afinal, nem todos os jornalistas e veículos de comunicação terão condições de apelar ao STF caso sejam acusados, após passar e gastar para isso nas demais instâncias inferiores.
São necessários recursos de monta e tempo até chegar a uma decisão positiva – se houver.
Um risco à democracia e à imprensa.

Deputado Carlos Giannazi participou do Jornal Enfoque e falou sobre a privatização da Sabesp, entre outros temas. Reprodução/Jornal Enfoque
Pressão I
Segundo mais votado à Assembleia Legislativa, deputado Carlos Giannazi (PSOL) denuncia a pressão que o governo paulista tem feito em cima de prefeitos para garantir o aval para a privatização da Sabesp.
Ele participou do Jornal Enfoque nesta terça.
Confira
Pressão II
E cita como maior exemplo o apoio à candidatura à reeleição do prefeito Ricardo Nunes para que ele dê o aceite ao acordo firmado entre a prefeitura paulistana e a empresa.
O projeto de privatização chega à Alesp nesta segunda.

Vereador Paulo Miyasiro tem até o início de abril para definir se fica ou não no Republicanos. Foto: Felipy Brandão
Shakespeare
Vereador eleito pelo Republicanos, o vice-presidente da Câmara, Paulo Miyasiro, vive um dilema.
Afinal: continua no partido e apoia o prefeito Rogério Santos ou muda de legenda em apoio ao ex-presidente da Câmara e seu padrinho político, Sadao Nakai, cotado a vice da deputada Rosana Valle nas eleições de 2024.
Assim, terá até o início de abril para bater o martelo.
Ele participou do Jornal Enfoque de sexta.
Confira
Batendo asas
Aliás, não é só Miyasiro que está nesta situação.
Ou seja, pelo menos um dos três vereadores do PSDB já conversou com lideranças do União Brasil para migrar para a legenda.
Ou seja, na bolsa de apostas, o PSDB não repetirá o feito em 2024.
Sem contar que a vice-prefeita, secretária da Mulher e atual presidente do partido em Santos, Renata Bravo, deverá disputar uma vaga ao Legislativo em 2024.
Afinal, a conferir.
Selfies
O governador Tarcísio de Freitas será cada vez mais acionado pelos candidatos à prefeitura de Santos, com direitos a vídeos e selfies nas redes e whats.
Dessa forma, em menos de uma semana, ele apareceu ao lado do prefeito Rogério Santos e da secretária Audrey Kleys (dobradinha para 2024?) na entrega das unidades móveis do Bom Prato.
Agora, a deputada Rosana Valle gravou vídeo de liberação de recursos para a UTI da Santa Casa ao seu lado.
Enfim, o jogo de imagens só está começando…
Quem responde?
Será…
que a Câmara de Santos votará ainda este ano proposta para atender a resolução 996 do Contran e assim definir quem coibirá os abusos nas ciclovias, cada vez mais comuns?
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