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15 DE DEZEMBRO DE 2023

COP de poucos avanços

Humberto Challoub

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Encerrada com a assinatura de um acordo prevendo o estabelecimento de uma redução gradual do uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural), a 28ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, consolidou a ideia sobre a necessidade de diminuir a emissão de gases de efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas que têm impactado o planeta.

Contudo, ao não especificar com clareza como será feita essa transição energética nem quais recursos financeiros serão utilizados, o encontro mais uma vez se revelou inócuo, especialmente por não admitir claramente a eliminação total dos combustíveis fósseis e não estabelecer metas e prazos específicos para que isso aconteça.

A posição brasileira atual é contraditória.

Ao mesmo tempo em que pretende liderar a adoção e desenvolvimento de novas tecnologias limpas para geração de energia, o País não pretende abrir mão da exploração de novas jazidas petrolíferas, em especial a localizada na foz do rio Amazonas.

Torna-se prudente, portanto, uma análise mais abrangente das consequências futuras que poderão resultar da adoção de ações precipitadas e expectativas superdimensionadas em relação aos benefícios reais que o petróleo ainda pode trazer ao País.

Paradoxalmente, as riquezas a serem produzidas pela indústria petrolífera brasileira denotam uma oportunidade de caráter imediatista, uma vez que representam a sobrevida a uma base energética condenada por ser uma das principais responsáveis pela degeneração progressiva do planeta.

É importante que se reconheça que o petróleo continuará sendo, por um bom tempo, a base energética de inúmeras nações que ainda não dispõem de tecnologias adequadas e alternativas viáveis para a substituir os combustíveis fósseis, o que dá ao Brasil a possibilidade de ampliar a possibilidade de assegurar recursos para atendimento de demandas sociais e para o financiamento de novas tecnologias que venham, em um futuro próximo, substituir totalmente o uso do petróleo e seus derivados.

Da mesma forma, torna-se necessário desconsiderar retóricas ufanistas ou apocalípticas que, invariavelmente, têm permeado os debates sobre a questão ambiental, pois em nada têm contribuído para a formação dos conceitos necessários à tomada de decisões coerentes e adequadas aos reais interesses da sociedade brasileira e à salvaguarda do planeta.

Espera-se, portanto, que, desta feita, o desenvolvimento dessa nova etapa pretendida pela indústria petrolífera nacional seja realizada de forma a evitar os erros cometidos no passado, a partir da efetiva reversão dos benefícios à população.

 

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

 

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