array(1) {
["tipo"]=>
int(27)
}
Polêmico, irreverente, simples e humilde. Esses adjetivos ajudam um pouco a descrever quem é José Ferreira Neto. Craque de bola, figura rara no futebol brasileiro, passou por diversos clubes brasileiros entre os anos 1980 e 90, mas fez história em duas agremiações: no Guarani de Campinas e no Corinthians. E foi neste último clube que conseguiu projeção nacional, graças à conquista do primeiro campeonato brasileiro pelo Timão, em 1990. Ele comandou a equipe e é idolatrado pelos torcedores por isso até hoje.
Depois de diversas experiências, “burradas”, como ele mesmo diz, idas e vindas, vitórias e derrotas, Neto é um dos principais comentaristas esportivos do País e esteve na Universidade Santa Cecília na última terça-feira (25) onde participou de uma palestra com os estudantes de Jornalismo da instituição, contando um pouco da sua história.
Sempre procurando ressaltar a sua origem humilde no interior paulista, Neto lembrou que seus pais não o incentivaram a estudar. “Não dava, parei na quarta série do primário. Hoje sei o quanto isso me faz falta”. Demonstrando emoção por diversas vezes, o ex-jogador contou que, graças ao esporte, deu um novo rumo à vida, não só dele, como da família.
“Dei uma casa a cada um dos meus irmãos, ao meu pai e minha mãe, que são separados. Às vezes, quando olho o que recebo, fico sem acreditar se mereço. Mas trabalho forte para dar uma condição boa para minha esposa e meus filhos”, contou, estimulando os alunos a seguir nos estudos.
Brasileirão – Neto também deu seus pitacos sobre futebol. Afirmou que o Fluminense deverá ser o campeão brasileiro deste ano e que o Atlético Mineiro não ficará nem entre os quatro primeiros colocados. “Em seguida virá o São Paulo, Grêmio e, a quarta colocação vai depender do Corinthians que, na minha opinião, será o fiel da balança neste campeonato”.
 |
Neto deu entrevista a alunos da Unisanta e falou sobre o seu momento atual, a seleção e o Corinthians |
Ele também fez comentários contundentes em relação à Seleção Brasileira. Disse que Neymar é perseguido demais por torcedores e que ele deve ser protegido. “É o nosso único craque”, opinou. Quando aos treinadores da seleção, fez questão de demonstrar toda insatisfação com o trabalho de Mano Menezes. “Ele não tem a experiência que todo mundo gostaria que tivesse e está fazendo um trabalho medíocre. Acho que falta mais qualidade aos treinadores, mas isso vai demorar a acontecer. Deve dar sequência para eles também. O técnico deveria ter sido o (Vanderlei) Luxemburgo desde o começo”.
O craque ainda destacou que os jogadores e o treinador devem conviver com a pressão da torcida. “Quem não estiver preparado para as críticas e as vaias, numa função tão importante como as de treinador e de jogador não joga em time grande. Deve mudar de profissão”, apontou, com a contundência de sempre.