O ano do centenário do SantosFC se vai e ficam diversas perguntas no ar para serem respondidas. Depois de um desempenho muito aquém do que o torcedor esperava, mesmo conquistando dois títulos nesta temporada (Paulista e a Recopa), o torcedor ficou com o gostinho de que dava para ser melhor.
O presidente Luis Álvaro Ribeiro sabe que faltou algo. Foram muitas promessas e poucas ações até o momento. Contratações, fundo de investimento e, de prático, o clube chega ao final do ano com um elenco mediano (a exceção é o craque Neymar) e fora da Libertadores da América, competição que pode não ser uma das tops na premiação, mas dá visibilidade ao time.
E, agora, o mandatário ficará afastado do comando do clube entre 8 de dezembro e 30 de janeiro por orientações médicas. Este afastamento foi aprovado pelo Conselho Deliberativo do clube na última quinta-feira (29), no mesmo dia em que eles aprovaram o remanejamento de verbas e a suplementação orçamentária deste ano e o orçamento do próximo ano – que já surge com um déficit de R$ 15,2 milhões. A reunião teve um clima tenso e até princípio de confusão.
O clube só conseguiu fechar o ano no azul porque houve a venda do meia Paulo Henrique Ganso para o São Paulo (que gerou R$ 23,9 milhões) e o adiantamento de cotas da TV Globo (R$ 36 milhões). Assim, o Peixe arrecadou R$ 178 milhões, R$ 38 milhões acima do esperado. Parte desta valor já foi usado para quitar dívidas. O restante, pouco mais de R$ 20 milhões, será investido em reforços.
Henrique Schlithler, superintendente administrativo do clube, único representante do executivo presente na apresentação das contas, afirma que o clube segue no caminho certo e que foi o único da Série A do Brasileiro a diminuir as dívidas nos últimos anos. “Este orçamento foi baseado o máximo possível na realidade. Ele é um objetivo e vamos fazer o máximo para segui-lo. Baseamos em cálculos concretos, não em achismos”, afirma, lembrando que a direção não é obrigada a seguir à risca a peça.
Schlithler observa que o resultado operacional do Santos FC – compromissos financeiros e o passivo do clube – vem se mantendo estável nos últimos anos. E lembra que, quando se fala em déficit para 2013, não se considera uma eventual negociação de atleta. “As vendas de jogadores entram como receita extraordinária, por isso não fazemos algo pensando nisso”, aponta.
Porém, o torcedor não quer saber disso. Ele lembra das promessas de Luis Álvaro, entre elas a de que Robinho seria o alvo do clube. Recentemente, ao receber uma homenagem na Câmara de Santos, ele voltou a afirmar isso e de sairá de licença médica com o elenco de 2013 montado. Até o momento chegou o zagueiro Neto e o volante Renê Jr. O técnico Muricy Ramalho já andou reclamando da demora nas contraçõers.Pouco para quem lembra que “sempre pode mais”.
