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13 DE DEZEMBRO DE 2024

Melhorar para competir

Humberto Challoub

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O anúncio do estabelecimento do acordo de livre comério entre os países que integram o Mercosul com os da União Europeia representa uma grande oportunidade para o Brasil ampliar sua participação no mercado internacional, estabelecendo novas rotas de comércio para reduzir, de forma gradativa e contínua, a dependência de parceiros majoritários, como a China e Estados Unidos.

Com um mundo cada vez mais globalizado, o País terá a oportunidade de conquistar novos mercados e, ao mesmo tempo, desenvolver métodos de padrão exigidos pelos consumidores europeus.

Nesse sentido, mais do que consolidar a participação do Brasil como um dos maiores exportadores de commodities – como soja, minério de ferro, petróleo bruto, açúcar e carne bovina -, o momento oferece a chance de servir como estímulo ao aprimoramento e desenvolvimento de novas tecnologias que possibilitem agregar valor às mercadorias brasileiras e, assim, elevar o superávit da balança comercial.

Da mesma forma, a isenção de taxas e impostos nas transações entre os dois continentes tornará os produtos produzidos europeus mais acessíveis e, por isso, mais competitivos no mercado nacional, impondo a melhora da qualidade à produção brasileira.

Apesar dos avanços conseguidos pelo Brasil em áreas específicas, especialmente as ligadas ao agronegócio, o setor produtivo nacional, especialmente o de manufaturados, ainda é muito suscetível às intempéries externas e carece de mairores investimentos para alcançar maiores níveis de competitividade.

Se, por um lado, o acordo de livre comércio com a Europa pode trazer dividendos expressivos, por outro ele expõe as fragilidades de nosso setor industrial.

Sobrecarregados por elevados impostos, por um modelo trabalhista arcaico e pela burocracia fiscal, as empresas que atuam em território naciona tiveram reduzida as chances de crescimento e de competitividade nos mercados externos.

Assim, apesar da vantagem por possuir fontes de energia limpa e generosos espaços para expansão das atividades produtivas, o menor grau de qualificação da mão de obra brasileira ainda representa um obstáculo a ser superado. Portanto, mais do que nunca, torna-se urgente remodelar o sistema educacional visando a formação de profissionais à altura dos desafios impostos por um mercado cada vez mais internacionalizado, a partir da revisão das estruturas da educação de base e com uma maior ênfase ao ensino profissionalizante.

Sem uma política consistente de capacitação, qualificação e estímulo às pesquisas tecnológicas o Brasil poderá desperdiçar uma grande oportunidade de produzir a riqueza necessária para reduzir as imensas diferenças sociais que ainda geram miséria e violência.

 

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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