O Instituto Aço Brasil divulgou nota a respeito da decisão da entrada em vigor da tarifa de 25% para importação de aço e alumínio nos Estados Unidos.
A preocupação é que a medida possa afetar o setor industrial.
Assim, a medida foi adotada pelo governo Trump e já vigora.
Além disso, o governo brasileiro também emitiu nota no mesmo sentido.
Portanto, confira a nota do Instituto Aço Brasil
“A despeito da entrada em vigor da tarifa de 25% para importação de aço nos Estados Unidos, o Instituto Aço Brasil e as empresas associadas mantêm a expectativa de que, com a abertura do canal de diálogo pelo governo brasileiro com o governo norte-americano, seja possível prosseguir com as
negociações para reestabelecer as bases do sistema de importação construído no primeiro governo de Donald Trump com o Brasil, em 2018, e que vigorou até esta terça-feira (11/3).
Pelo mecanismo, importações de aço brasileiras mantiveram-se isentas de imposto de importação, desde que respeitadas as cotas de entrada de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados e 687 mil toneladas de laminados por ano.
Durante todo o período de vigência do acordo, na modalidade “Hard Quota”, os volumes estabelecidos pelas cotas foram rigorosamente respeitados.
Ressalte-se, como já dito, que a negociação de 2018 atendeu não somente o interesse do Brasil em preservar o acesso a seu principal mercado externo do aço, mas também o da indústria de aço dos Estados Unidos.
Em 2024, o Brasil respondeu por quase 60% da demanda das usinas dos Estados Unidos por placas, de 5,6 milhões de toneladas.
O Aço Brasil reafirma que o não reestabelecimento do acordo trará perdas não só para a indústria de aço brasileira, mas também para a indústria
do aço norte-americana.”
Governo Federal
Aliás, situação semelhante foi destacada pelo Governo Federal, que lamentou a decisão tomada pelo governo norte-americano em vigor a partir de hoje (12).
E assim, cancelar os arranjos vigentes relativos a quotas de importação desses produtos.
Portanto, tais medidas terão impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA, que, em 2024, foram da ordem de US$ 3,2 bilhões.
Confira a nota
“Em defesa das empresas e dos trabalhadores brasileiros e em linha com seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo brasileiro considera injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países.
Segundo os dados do governo estadunidense, os EUA mantêm um superávit comercial de longa data com o Brasil, que foi, em 2024, da ordem de US$ 7 bilhões, somente em bens.
No caso do aço, as indústrias do Brasil e dos Estados Unidos mantêm, há décadas, relação de complementaridade mutuamente benéfica.
O Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA (US$ 1,2 bilhão) e o maior exportador de aço semi-acabado para aquele país (US$ 2,2 bilhões, 60% do total das importações dos EUA), insumo essencial para a própria indústria siderúrgica norte-americana.
À luz do impacto efetivo das medidas sobre as exportações brasileiras, o governo do Brasil buscará, em coordenação com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos.
Em reuniões já previstas para as próximas semanas, avaliará todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, com vistas a contrarrestar os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como defender os legítimos interesses nacionais, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio”
Confira as notícias do Boqnews no Google News e fique bem informado.