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Foto: Pablo Jacob/Governo de São Paulo

segurança pública

06 DE OUTUBRO DE 2025

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Tecnologia avançada garante precisão na análise de falsificação de bebidas em SP

Processo rigoroso traz provas técnicas essenciais às investigações contra falsificação no estado e garantem resposta rápida aos casos envolvendo metanol

Por: Da Redação

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A tecnologia de ponta da Polícia Científica de São Paulo garante maior precisão na detecção de bebidas adulteradas durante as investigações sobre intoxicações por metanol em SP.

Dessa maneira, o registro inicial à emissão do laudo final, cada garrafa apreendida passa por uma sequência rigorosa de análises que começam na verificação de rótulos, selos e lacres, realizada no Núcleo de Documentoscopia. E avançam até os exames químicos no Núcleo de Química,

Os peritos identificam e quantificam os níveis de metanol. Esse processo garante materialidade jurídica às investigações e contribuirá para a responsabilização dos envolvidos na falsificação.

Medidas de combate à falsificação

O Governo de São Paulo intensificou as medidas de combate à falsificação de bebidas diante dos casos registrados nos últimos dias. Desde a criação de um gabinete de crise, na última terça-feira (30), operações em todo o estado resultaram na apreensão de milhares de garrafas e lacres suspeitos. Só nesta sexta-feira (3), por exemplo, mais de mil garrafas de uísque foram apreendidas em Diadema com rótulos que apresentavam sinais de falsificação.

A força-tarefa do Governo de São Paulo conta com a participação da Polícia Civil, Secretaria da Fazenda, Procon-SP e vigilâncias sanitárias estadual e municipal. Ao todo, foram 10 estabelecimentos interditados cautelarmente. As autoridades realizam esse procedimento para colher amostras de bebidas e verificar suspeitas de contaminação por metanol, o que só acontece posteriormente pela Polícia Científica. Até lá, os estabelecimentos podem ser interditados por questões sanitárias, como falta de higiene no local e problemas no armazenamento de alimentos.

Etapas

As etapas de análise começam com a chegada das amostras ao Instituto de Criminalística, após fiscalização ou apreensão policial. Os peritos registram as bebidas e as enviam ao Núcleo de Documentoscopia, que verifica sinais de adulteração em rótulos, selos e embalagens.

“Um selinho falso já é um indicativo de que pode haver reutilização de garrafa autêntica para inserção de líquido falsificado”, explicou a diretora do núcleo, Nícia Harumi Koga, à Agência SP. Entre os equipamentos utilizados, por exemplo, está o Comparador Espectral de Vídeo, uma máquina que permite verificar alterações em lacres e marcas de impressão.

Em seguida, os peritos encaminham as garrafas ao Núcleo de Química, onde realizam a etapa mais complexa: a análise laboratorial do líquido. O exame detecta a presença de metanol e, se confirmado, quantifica a concentração. “Não basta dizer se há ou não metanol. É preciso identificar quanto existe, e essa quantificação exige mais tempo e técnica”, disse o perito Alexandre Learth, do Centro de Exames, Análises e Pesquisas (CEAP). Ou seja, os peritos realizam o processo todos os dias da semana para acelerar os resultados diante da gravidade dos casos revelados nos últimos dias.

Learth explicou que as bebidas falsificadas analisadas recentemente apresentam concentrações de metanol muito maiores do que as encontradas em produtos regulares. O especialista explica que a ingestão de 10 ml da substância pode causar lesões no nervo óptico e, em doses iguais ou superiores a 30 ml, levar a óbito.

Investigação

Portanto, comparação com padrões originais fornecidos pelos fabricantes também faz parte da investigação. Dessa forma, os especialistas conseguem atestar se a bebida suspeita corresponde à composição de um produto autêntico ou se houve adulteração.

Esse trabalho todo não é novo: há anos a Polícia Científica de São Paulo faz análises em bebidas falsificadas, o que garante expertise acumulada para enfrentar a situação atual. “Essa experiência permitiu dar uma resposta rápida aos casos recentes”, afirmou Learth.

Em 2024, a polícia recolheu mais de 50 mil garrafas em ações de combate à falsificação de bebidas alcoólicas. Dessa maneira, as operações recentes mostram a dimensão do problema. Somente na semana anterior, houve apreensão de 4,5 mil garrafas em diversas cidades, como Barueri, Americana, Dobrada e na capital. “O trabalho da polícia científica é fundamental neste momento.

Entretanto, a pericia reforça que o laudo técnico confirma se a bebida é falsificada e se contém metanol em níveis nocivos, permitindo o avanço dos processos criminais. O Governo de São Paulo reforça as medidas para combater e tratar os casos de intoxicação por metanol no estado. Entre as ações estão interdição cautelar de estabelecimentos, disponibilização de mecanismos rápidos de denúncia, estruturação de atendimento em toda a rede de saúde e intensificação das investigações da Polícia Civil e Secretaria da Fazenda.

Canais de denúncia 

A população pode enviar denúncias sobre irregularidades e suspeitas de bebidas adulteradas pelo Disque Denúncia 181 ou pelo site da Polícia Civil de São Paulo: www.webdenuncia.sp.gov.br/cidadao/crime-acontecendo. O Procon também recebe denúncias: pelo Disk 151 e pelo site www.procon.sp.gov.br. O órgão de defesa do consumidor ganhou um atalho no site para as denúncias relacionadas aos casos.

Recomendações aos consumidores 

A intoxicação por metanol é grave, pode levar à cegueira permanente e até a óbito. O metanol pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas e adulteradas, além de produtos como combustíveis, solventes e líquidos de limpeza.

Portanto, as unidades de saúde do estado estão preparadas para lidar com a situação. A Secretaria de Saúde recomenda que o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve procurar atendimento médico imediato, realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica. Aliás, os sintomas de alerta são dores abdominais intensas, tontura e confusão mental. Ou seja, o socorro em até 6h após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento.

Três laboratórios localizados em Campinas, Botucatu e Ribeirão Preto analisam as coletas de sangue e urina no Estado de São Paulo e emitem os resultados em até uma hora.

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