Projetos reforçam potencial de revitalização do Centro Histórico de Santos | Boqnews
Foto: Marcelo Martins/PMS

Desenvolvimento urbano

28 DE NOVEMBRO DE 2025

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Projetos reforçam potencial de revitalização do Centro Histórico de Santos

Residencial Novo Valongo foi pensado para estimular o retorno da população ao Centro e integra o pacote de obras que serão entregues na região

Por: Da Redação

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No último dia 13, o Centro Histórico de Santos ganhou força após o lançamento do Residencial Novo Valongo, um dos primeiros grandes empreendimentos privados da área.  Segundo os empreendedores, o projeto foi pensado para estimular o retorno da população ao Centro, reduzindo deslocamentos e fortalecendo a vida urbana na região histórica.

 

Centro

O CEO do projeto, Roberto Coutinho, comenta sobre a construtora Draft, responsável pela obra, enxerga como um marco histórico dentro do contexto de retomada do Centro Histórico de Santos por se tratar de um projeto inovador, trazendo 1.088 unidades, com um shopping a céu aberto, com 54 lojas, o que traz uma mobilidade e uma movimentação para toda a região do Valongo.

Ele informa ainda que o bairro hoje é uma área de desenvolvimento, com o Parque Valongo e Museu Pelé. Assim como, as lojas da região central, ruas XV e do Comércio, que estão sendo restauradas e gerando novas oportunidades de negócios.

 

Moradores

Segundo o CEO, a empresa detectou que hoje boa parte dos santistas de média renda não reside mais em Santos, pois buscam outras cidades para moradia, como São Vicente, Praia Grande, Guarujá, Cubatão. Motivo: o custo em Santos é muito elevado. Com isso, conforme ele, “a Draft trouxe um produto de boa qualidade com preço acessível para que esse público, que hoje demora duas horas de translado das cidades que são vizinhas para virem trabalhar em Santos todos os dias, tenham mais qualidade de vida”.

“Nós detectamos a possibilidade deste público morar por um preço mais acessível e de volta a Santos, com uma qualidade de vida para sua família num ambiente seguro, tranquilo e totalmente remodelado, que é a área do Valongo.”

 

Revitalização

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade, Glaucus Farinello, foi possível ao longo dos últimos anos, estabelecer uma linha de projetos estruturantes para o Centro Histórico.

“O VLT é uma obra estruturante. Sabíamos da importância de requalificar e potencializar alguns ativos importantes, como é o caso do Mercado Municipal e da Bacia do Mercado e não só potencializar esses ativos, mas também conectá-los”.

Ele cita que era importante tentar enxergar esses atributos principais, por exemplo, o Monte Serrat, o Mercado Municipal, o Valongo, o Paquetá. Então, o VLT também é esse indutor que conecta  a região do Mercado com o Centro Histórico. Segundo o secretário, a instalação de uma estação do VLT para frente do Mercado é uma conquista, pois aproxima milhares de pessoas que vão circular em direção ao Centro e vão passar naquela região que precisa ser reestruturada.

 

Habitação

Além disso, Farinello menciona que apesar de conectar esses ativos, o que faltava no local ‘era vida, no caso, habitação’.

“Nós sabíamos que esse termo, o habitar o Centro, demanda um tempo. Aliás, o esvaziamento do Centro demandou décadas. Dentro da dinâmica urbana, não apenas de Santos, mas do mundo inteiro, essa evolução de como a cidade se comporta está mudando.

Então, se a gente imaginar, em 1968, o Plano Diretor de Santos proibia a residência no Centro, isso era um reconhecimento público. “Eu trabalho aqui, moro ali, presto serviço acolá”.

Então, essa ideia de cidade pendular existiu e isso forçou a ter essa segregação e o Centro Histórico não teve ao longo desses anos investimentos habitacionais. Hoje, no mundo, as pessoas buscam cidades caminháveis, com circulação de 15 minutos.

Ou seja, o emprego acabou indo para perto das pessoas. Assim, hoje os bairros da orla possuem torres comerciais, com escritórios, hospitais e serviços.

“Portanto, naturalmente, isso se aproximou da área habitacional e o Centro que era simplesmente a parte de comércio e serviço foi perdendo força. Então, entendemos que o repovoar era muito importante, mas também isso demanda um conjunto de ações e essa seria uma ação a longo prazo”, enfatiza.

 

Modernização

Com isso, ele aborda que desde 2018, as leis urbanísticas tem sido modernizadas, criando uma série de incentivos e estímulos. “Eu cito em 2018 a Lei de Uso do Solo, que criou zona de renovação urbana com incentivos para habitação, para renovação urbana.

Em 2019, o Alegra Centro criou incentivos habitacionais muito fortes, como o caso do ITBI, do IPTU. Infelizmente, logo depois da Lei do Alegra Centro de 2019, veio a pandemia.

“Então, a gente sofre e sabemos que a construção civil precisa acreditar no projeto e de tempo, porque ela tem que prospectar terreno, aprovar projeto, buscar financiamento e construir. Isso é um ciclo de, no mínimo, cinco anos. Se a gente imaginar que criamos essas leis em 2018, 2019 e no meio do caminho houve uma pandemia. Assim,  é justamente hoje que a gente começa a colher esses frutos com mais posição de fato.”

Desse modo, ele cita o prédio do Valongo. “Afinal, com mais de mil apartamentos, serão 4 mil pessoas que vão habitar uma quadra. E a partir desse ponto irradiar a transformação. Com isso, vem o comércio, a segurança pública, a zeladoria e a vigilância da inerência ao ser humano, porque se nós temos uma região abandonada, esvaziada, não há alguém para cobrar o poder público de uma zeladoria”.

“Então, realmente as pessoas no ambiente acabam sendo o principal indutor de transformação e requalificação do território”, explica.

“Aliás, não só o Valongo, que naturalmente pelo porte dele tem um poder transformador maior, mas também de forma pontual, nós temos intervenções públicas. Entregamos agora recentemente com a Cohab, 50 apartamentos no Paquetá para atender a demanda de interesse social, estamos fazendo um retrofit na Rua do Comércio para atender estudantes de baixa renda”, acrescenta.

“Então, com o público investindo, o privado também estará. E nós temos também alguns retrofits. São dois, um na Praça José Bonifácio, com 27 apartamentos, e outro na Rua Augusto Severo, com a General Câmara, com 16 apartamentos, ambos aptos para funcionar”, diz.

 

Expectativas

Além disso, sobre como enxerga o futuro de Santos com os projetos e o que eles impactam para a Cidade como um todo, o secretário afirma que os bairros estão cada vez mais se estruturando para se tornarem completos. “Santos é uma cidade que tem um território pequeno. Naturalmente temos uma Área Continental, com bastante preservação ambiental, e esse é o foco mesmo. Temos a questão portuária, mas temos um grande foco na preservação na Área Continental. E adensar a ilha é sustentável à medida que eu preservo 75% do nosso território”.

“Com isso, eu preciso otimizar a infraestrutura que está ociosa na cidade. Portanto, no Centro, com certeza, se mostra um ambiente favorável para que a gente consiga ter esse desenvolvimento. Ali tem tudo, o transporte está ali, a infraestrutura. Então é um local de fato que a gente enxerga com o potencial para crescimento nos próximos anos”.

Conforme ele, os empreendimentos públicos que estão sendo  feitos demonstram que o município tem esse compromisso em promover a revitalização, criar um ambiente seguro, tanto para investir, mas em um ambiente atrativo do ponto de vista também turístico, cultural, de lazer, e o privado está vindo já. “A gente já percebe essa movimentação para que possamos ter uma justiça territorial também na Cidade”.

Ele aborda que Santos é uma cidade que sempre ganha diversos títulos de melhor qualidade de vida, mas também têm problemas, especialmente nas áreas de palafitas, nas áreas de morros e no Centro Histórico. “Então é levar essa justiça territorial, ou seja, levar também desenvolvimento e qualidade de vida para todos os cantos da cidade. É óbvio que a gente não quer tornar os bairros iguais, muito pelo contrário”.

Cada bairro tem a sua especificidade, a sua característica, a sua história. E quando se fala em história, o Centro é recheado. “Temos uma vocação fantástica para turismo, entretenimento, cultura. Então, de fato, queremos trazer a habitação ao Centro, mas sem perder essa vocação também que é muito forte.”

 

Projetos

Aliás, Farinello informa que existem algumas obras importantes a caminho. “Estamos em andamento hoje com as fases novas do Parque Valongo. Então, todos os armazéns serão restaurados nos próximos anos. O Mercado Municipal está quase pronto, mas o entorno começa já em obras. Com isso, também nos próximos meses, toda a Bacia do Mercado estará revitalizada. O VLT começa a operar em dezembro. Ou seja, vão ser também mais ativos importantes que vão contribuir para os ambientes cultural e histórico.

Aliás, a expectativa para vinda do terminal de passageiros para a região central é um catalisador de uma outra gama de serviços. “Nós temos contatados redes hoteleiras e eles estão atentos  a esta movimentação, porque ali vão circular um milhão de passageiros por ano. Se a gente avalia que numa temporada de cruzeiros de cinco meses, um milhão de pessoas virá para Santos embarcar no navio, estaremos falando de 200 mil pessoas chegando por mês e com isso virá uma cadeia diferente de serviços ligado ao turismo ao apoio ao turista e a rede hoteleira. Então, viveremos realmente um ciclo. ”

Além disso, também existe o Túnel Santos-Guarujá, o Aeroporto do Guarujá, tudo isso está conectado para tornar não apenas Santos, mas a Baixada Santista como um destino turístico mais fortalecido”, finaliza. “E o Centro Histórico vai ser um dos epicentros desse processo. Se estamos construindo e fortalecendo o destino turístico da região, o Centro é um dos ativos principais, porque ele está a cinco minutos do Aeroporto do Guarujá via conexão aquaviária. Vai ter o terminal marítimo de passageiros ali. Eu sou sempre um cara muito otimista de que o Centro passa hoje por uma transformação positiva.”

 

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