Ultimamente, parto e maternidades são assuntos que têm marcado presença no noticiário local. Tudo por causa da polêmica de eventuais fechamentos de prontos socorros obstétricos para atendimento emergencial. Decisão que obrigava muitos bebês a terem ‘hora para nascer’, estimulando mais nascimentos por meio de cirurgias cesarianas, procedimento, aliás, que já representa 52% dos casos no Brasil quando o tema é natalidade.
Indo na contramão desse dado, existem movimentos que tentam conscientizar as gestantes quanto a preferência pelo nascimento natural e o ‘parto ativo’ é um desses segmentos.
Origem
O conceito é desenvolvido pela escritora e ativista Janet Balaskas, que esteve recentemente em Santos para realizar workshsops sobre o tema. Sul-africana, erradicada na Inglaterra e mãe de quatro filhos, (todos nascidos de partos naturais), ela se engajou na causa após uma pequena intervenção enquanto dava à luz ao seu primogênito. Segundo Janet, uma episiotomia — incisão efetuada para ampliar o canal de parto — desnecessária na ocasião.
O episódio a motivou e ela decidiu pesquisar mais sobre o assunto nas bibliotecas londrinas. Foi quando percebeu que a concepção de parto ativo sempre existiu desde os primórdios da humanidade, inclusive na cultura indígena brasileira.
Parto ativo
Esse processo é conhecido assim porque está associado justamente com o movimento, respiração, descanso, conforto, sobretudo, o protagonismo e prevalência das vontades da mulher durante o parto.
Todavia, Janet ressalta que “apesar os movimentos, o descanso entre as contrações deve receber atenção especial para que a gestante não fique cansada, uma vez que o parto pode durar um bom tempo’’.
A ativista esclarece também que a ioga tem um papel importante no parto ativo. As técnicas dessa prática, especialmente a respiração profunda, ajudam na hora H.
Acima de tudo, Janet preconiza que o instinto materno seja colocado em primeiro plano. ‘‘O papel da mãe no parto ativo é relaxar e fazer o que o seu corpo pede para que ele faça. Todas as mulheres sabem o que tem que fazer, é vocação’’.
Cirurgia cesariana
Sobre a cesárea, Janet disse que é um procedimento maravilhoso, afinal ele salva vidas. Contudo, o problema é quando ocorre banalização e precipitação dessa atividade, ação que é repudiada pela ativista.
‘‘O uso anestésico na cirurgia cesariana é imprescindível no processo, mas o ideal é que seja uma peridural — a que insensibiliza a região do tórax e parte inferior do corpo —, de modo que a mãe fique acordada e possa ver o seu bebê logo após a operação, mantendo assim o vínculo maternal’’, salienta.
Benefícios do Parto Ativo
– Fortalece o vínculo maternal
– Facilita o desenvolvimento do cérebro do recém-nascido
– Produz forte sistema imunológico do bebê
– Parto mais fácil,curto e seguro
Fonte: Janet Balaskas