O nível do sistema Cantareira, o maior manancial da Grande SP, caiu 0,1 ponto percentual nesta quinta-feira (30) e atingiu 15,4% de sua capacidade. Esse foi o primeiro recuo no reservatório desde 1º de fevereiro, quando o nível do sistema recuou de 3,9% para 3,8%.
Há um ano, esse mesmo sistema operava com 30,9% de sua capacidade -à época, com 392,3 bilhões de litros de água disponíveis. Hoje, há 196 bilhões de litros em todas as represas do manancial.
O percentual (hoje em 15,4%) tem como base a quantidade de água no dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).
O Cantareira abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas, por meio da ampliação das redes de interligação.
O Estado de São Paulo enfrenta uma grave crise de abastecimento desde o início do ano passado. Diferentes cidades do interior adotaram sistema de rodízio, enquanto a Grande São Paulo vive há ao menos um ano um sistema duro de racionamento de água, no qual são prejudicados principalmente os bairros altos e distantes dos reservatórios. O governo de Geraldo Alckmin chama essa manobra de redução da pressão na tubulação.
Esse recurso, que vinha sendo utilizado pela Sabesp sem aviso prévio, deixa milhares de casas sem água durante noites e madrugadas.
Ao mesmo tempo, ao “empurrar” menos água pelos canos, a estratégia reduziu o desperdício no sistema. De dia, em especial nos horários de pico, a água precisa circular com alta pressão para chegar a todas as torneiras. Mas à noite essa pressão associada a torneiras fechadas é a receita ideal para que a água escape pelos canos.