Instituições financeiras consultadas todas as semanas pelo Banco Central (BC) esperam que a inflação, este ano, chegue a 9%. A estimativa anterior era 8,97%. Essa foi a 11ª elevação seguida na estimativa e alcançou a projeção do próprio BC, divulgada na semana passada. Para 2016, a estimativa segue em 5,50%, há seis semanas consecutivas.
A meta de inflação, que deve ser perseguida pelo BC, tem como centro 4,5% e limite superior de 6,5%. O BC já desistiu de entregar a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), na meta, este ano. O BC tem dito que deve alcançar a meta somente em 2016. Mas como as expectativas para a inflação no próximo ano ainda estão acima do centro da meta, o BC tem sinalizado que deve subir novamente a taxa básica de juros, a Selic, que já passou por seis altas seguidas. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda, que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo.