Janeiro é o mês das despesas. Impostos, faturas de cartão de crédito de contras natalinas, materiais e matrículas escolares, entre outras contas acabam pesando nos orçamentos familiares. Os aumentos dos índices de inflação e desemprego são outros agravantes.
De maneira geral, especialistas em finanças apontam que educação é um dos itens que ficam mais abaixo na lista de corte de gastos. Isso se reflete em Santos, pois, segundo a regional do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado (SIEEESP), as escolas não sentem uma redução significativa do seu quadro de alunos.
“O que temos visto é uma rotatividade além do normal. Ou seja, muitas transferências entre as próprias escolas particulares em busca de preços que caibam no orçamento. Os pais estão preservando a educação nas escolas particulares. O sindicato orienta também para que a concorrência seja saudável e não predatória”, diz José Camelo da Cunha, vice-presidente do SIEESP.
Para ele, o diálogo entre a escola e os responsáveis é fundamental para evitar a redução nas matrículas diante de perspectivas pouco animadoras. “Negociar, dar oportunidades para os pais parcelarem anuidades, descontos, mudanças das datas de vencimentos são as estratégias adotadas para não perder os alunos”. De acordo com o censo de escolas privadas do SIEEESP de 2014 divulgado em outubro do ano passado, o número de matrículas no Estado de Sâo Paulo cresceu 5,10%.
Secretaria Municipal de Educação informa que as matrículas remanescentes iniciaram em 11 de janeiro e ainda não há como fazer, neste momento, um levantamento sobre migração da rede particular para a pública. Informa, ainda, que disponibilizou 4.700 vagas remanescentes e que até agora preencheu 1.063.
Empreendedorismo
Ao abrir a sua escola agora em 2016, o diretor administrativo e financeiro da Escola Cantos e Encantos, Luciano Facury, afirma que sua expectativa de matrículas foi superada. “Eu fiz um estudo de mercado antes de abrir o negócio com a minha esposa. Vim de São Paulo e uma das razões para escolhermos Santos foi pelo perfil populacional e poder aquisitivo. Apesar do momento econômico ruim tive um nível de procura muito bom”, explica.
Segundo ele, uma das razões que possa ter motivado a boa adesão foi o preço praticado pela escola. “Já conversei com os pais que estamos com valores 15% menores. Essa decisão faz parte da estratégia de fidelizar o público, já que existe uma natural desconfiança dos pais em colocar em uma escola sem tradição. Isso já é deixado claro para os responsáveis. Temos uma filosofia de procurar dar tranquilidade aos pais”, diz.