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UPA Central

26 DE FEVEREIRO DE 2016

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Mesmo moderna, unidade de saúde apresenta demora no atendimento

Cronograma de novas estruturas é extenso na Cidade

Por: Da Redação

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Dependendo da qualificação do paciente, demora pode chegar há seis horas

Santos está com cronograma extenso com prazos para entrega de reformas de unidades de saúde e também de novas instalações (veja quadro a baixo). Os investimentos são elevados. O esperado e prometido Hospital dos Estivadores, por exemplo, já quase dobrou seu custo original, que hoje beira os R$ 50 milhões. O mês de maio é a mais nova previsão de entrega da obra, que já passou por diferentes datas.

Já para a construção da UPA Central, recém inaugurada, foram cerca de R$22 milhões investidos pela Fundação Lusíada, responsável pela aquisição do terreno e construção do imóvel. A da Zona Leste deverá começar a ser construída entre 30 a 40 dias após a mudança do PS para o prédio no número 386 da Avenida Afonso Pena – alugado há mais de seis meses e que passa por reformas e adaptações – que oferecerá atendimento parcial, sem ortopedia e odontologia. O prazo para entrega da nova UPA é de 18 meses. Já a UPA da Zona Noroeste tem entrega e inauguração marcada para o segundo semestre deste ano.

Mas será que as novas unidades conseguem cumprir o papel de oferecer um melhor atendimento à população, além do que se refere às instalações mais modernas? Na última quinta-feira (25), a reportagem do Boqnews esteve na UPA Central para conferir como está o atendimento à população.

Experiência
Como todos os anos, no auge do verão, entre salas geladas com ar-condicionado e o ambiente externo quente e abafado, a garganta inflama. A tosse seca e forte assusta a todos. O catarro começa também a aparecer. A febre neste ano ainda não começou. Já conheço os procedimentos que até então, porém, era realizado em um pronto socorro particular da Cidade, com uma espera de cerca de 40 minutos para ser atendida por um médico clínico e receber a receita para antibióticos. Por vezes era necessária uma inalação. Já houve ano que o que parecia rotineiro era o início de uma pneumonia, por isso a precaução. Neste ano, o procedimento mudou de lugar, a UPA Central.

Inaugurada no dia 16 de janeiro na Rua Joaquim Távora, a unidade tem a função de prestar um melhor atendimento à população, fazendo o papel do antigo PS Central, ao lado da Santa Casa, desativado na última semana. Horário de chegada: 9h29. No atendimento de triagem, que foi rápido, recebi uma pulseira azul. Minutos depois fui chamada e fiz o cadastro para ser atendida, já com um aviso de que iria demorar duas horas.

Durante esta espera, muitas frases foram ditas por pacientes que assim como eu aguardavam um atendimento, com diferentes cores de pulseiras no pulso: “Do que adianta estar mais bonito se o atendimento continua o mesmo, com tanta demora?”; “Estou aqui há duas horas, cheguei com tanta dor, mas agora já nem sinto mais”; “Não vou esperar, vamos embora. Pega a criança e vamos”.

Do outro lado os funcionários: “Puxa que chato, desde às 9h você está aqui?”; “Tem demorado mesmo. No meu último plantão, houve uma moça que esperou por seis horas”; “Quando der quatro horas de espera, faz uma pressão na enfermeira que talvez ela agiliza”; “Para ser atendido aqui mais rápido só chegando por volta das 6h da manhã” e “Mas também recebemos toda a população da Baixada Santista, tem gente que vem de São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Peruíbe. É muito grande a demanda”.

Após três horas ouvindo frases como estas, por mais de uma vez e por diferentes pessoas, às 12h30 estava na rua sem a paciência que é imposta para conseguir atendimento. Em nenhum momento – nem mesmo na triagem – foi aconselhado para procurar um atendimento em uma policlínica, o que poderia ser mais rápido e eficaz para meu caso.

De acordo com a Fundação ABC – Organização Social de saúde (OS) que administra a unidade – a UPA possui atualmente quatro médicos clínicos dedicados ao pronto atendimento, um dedicado à sala de emergência e observação, além de um pediatra e um ortopedista, totalizando sete médicos em atividade.

Em relação aos atendimentos da UPA, a fundação esclarece que ocorrem dentro do tempo preconizado pelo Sistema Humanizasus de Classificação de Risco. “A partir dessa metodologia, os pacientes são classificados por cores. Dessa forma, os usuários não são atendidos por ordem de chegada, mas pela gravidade do quadro clínico”, informa em nota.

P4-OK

Demanda em alta
Uma questão que deve ser levada em consideração este ano é se o sistema público de saúde está preparado para receber os usuários de planos de saúde que podem migrar por conta da crise econômica, aumentando ainda mais a demanda. De acordo com o secretário de saúde de Santos, Marcos Calvo, isto já é uma preocupação da Cidade.

“Já começamos a observar a procura maior nas policlínicas, principalmente pela busca de medicação. A saída que temos é de equacionar melhor os nossos recursos. O próprio Poder Público sofre também por conta da queda de arrecadação. Nem o orçamento do Ministério da Saúde está garantido. É preciso organizar nossas receitas”, ressalta.

UPA
De acordo com Calvo, a UPA Central tem mais serviços que o antigo PS Central, como a pediatria e a distribuição de medicamentos básicos para os principais problemas atendidos na emergência para o início dos tratamentos. “No PS Central tínhamos uma estrutura física inadequada. A nova unidade é mais informatizada. Algo que será ainda mais estendido. A integração com outras unidades de saúde também será realizada para acelerar o atendimento. Quem recebe a qualificação verde ou azul será atendido para ter o problemas resolvido, mas todos serão informados e orientados a procurarem a policlínica do bairro antes de ir para a UPA. É importante que as pessoas saibam buscar ajuda em outras unidades.”

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