Depois de idas e vindas da implantação do sistema de controle de medicamentos na área da Saúde da Secretaria Municipal de Santos percebe-se nitidamente que o avanço tecnológico não acompanha a realidade.
Entre alterações previstas nos sistemas Sisam, antigo, mas funcional, e o MV, novo, mas complexo, quem perdem são os pacientes.
Afinal, com o novo sistema, o controle do estoque é automático, o que gera – na teoria – agilidade e acompanhamento dos volumes estocados.
No entanto, como os procedimentos licitatórios permanecem da mesma forma – com lentidão e recursos que podem ser implementados pelos concorrentes, demandando maior tempo para finalização da compra e entrega dos medicamentos – cria-se um hiato entre o pedido das unidades de saúde e o estoque real das farmácias.
Assim, algumas unidades enfrentam problemas de abastecimento, prejudicando pacientes, especialmente aqueles que precisam de receita controlada, como os dos Naps – Núcleo de Apoio Psicossocial.
Ou seja, se os abastecimentos ocorriam quinzenalmente, hoje eles ocorrem, em muitas casos, mensalmente.
E assim as prateleiras ficam mais tempo vazias deixando muitos usuários literalmente a ‘ver navios’.
Ou seja, implantaram um sistema de Primeiro Mundo, mas dentro de uma realidade de Terceiro Mundo…