Às vésperas das eleições, os bastidores da Câmara de Santos fervem.
O líder do governo, Adilson Jr, chegou a usar – de forma constante, mas sem citar nomes – que há ‘gente medíocre e muita mediocridade’.
“Enganam-se os que tentam enganar a população. Ela conhece quem fala a verdade”, disparou.
Os ataques – ainda que não direcionados a alguém em especial – ocorrem ao polêmico projeto de lei que previa maior transparência nos gastos da Covid por parte do Executivo, vetado na semana passada.
De autoria do vereador Antonio Carlos Banha (MDB), o projeto previa maior divulgação dos gastos no combate à doença.
Até setembro, Santos já gastou mais de R$ 120 milhões no combate à Covid – R$ 5 milhões a menos que no mês anterior.
Em termos per capita, é a cidade que mais investiu recursos públicos no combate à doença.
Por sua vez, é o município que mais registrou mortes.
No entanto, apesar da Procuradoria da Câmara ter dado parecer contrário, o assunto ganhou destaque nas redes sociais, sob alegação de ‘falta de transparência’ no uso dos recursos públicos.
Banha chegou a criticar ‘a falta de responsabilidade da coisa pública’ em razão da não aprovação do texto.
“Quem não quer ser fiscalizado, é réu confesso’, disparou.
O líder do governo, vereador Adilson Jr (Progressistas), explicou o projeto continha ‘vícios de iniciativa’ e fora rejeitado pela própria Procuradoria da Casa. “Não é questão de falta de transparência, mas de cumprimento à legislação federal”, destacou. “Já existe legislação sobre o assunto”.
No final, 9 vereadores votaram contrários ao projeto e cinco favoráveis à recusa do veto do prefeito. Outros 6 se abstiveram. O presidente da Câmara, Rui de Rosis, não vota – exceto em caso de desempate.
Foram favoráveis ao veto os edis Ademir Pestana, Adilson Jr, Cacá Teixeira, Hugo Dupreé, Boquinha, Lincoln Reis, Manoel Constantino, Roberto Teixeira e Sergio Santana.
Favoráveis: Banha, Fabrício Cardoso, Francisco Nogueira, Sadao Nakai e Telma de Souza.
Vídeo polêmico
O assunto ganhou ainda mais destaque quando circulou um vídeo pelas redes sociais, onde – em clara montagem – focalizou a vereadora Audrey Kleys saindo da sessão, enquanto teria ocorrido a votação durante uma fala de Banha.
Audrey foi uma das edis que não votou no projeto.
Irritada, a vereadora veio a público falar da montagem do vídeo.
“É fake news e crime eleitoral. Já estamos chegando na pessoa que fez isso”, disse.
“Eu estava do lado de fora atendendo a munícipes”, disse.
O clima ferve nos bastidores do Legislativo santista…
Outros projetos
Também foram aprovados na semana passada – com menos polêmica – os projetos que preveem o Refis de impostos municipais para pagamentos até o final de novembro – com desconto de multa e juros.
Além disso, o aumento do repasse em R$ 3 milhões do convênio da Prefeitura com a CET Santos, totalizando R$ 23 milhões.