Prognósticos apontam para um verão tão quente quanto os dois últimos | Boqnews
Foto: Nara Assunção/Arquivo Temperaturas permanecem elevadas no inverno

Calor

10 DE FEVEREIRO DE 2016

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Prognósticos apontam para um verão tão quente quanto os dois últimos

Elevação da temperatura média do planeta e super versão do El Niño são as principais razões; Por suas características, Santos sofre mais os efeitos do calor

Por: Da Redação

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veraonaraJá está aberta a temporada de termômetros marcando a sensação térmica de 40ºC pelas ruas de Santos. A exemplo dos últimos anos, prognósticos apontam que a população será novamente castigada pelas altas temperaturas neste verão. Segundo o climatologista e diretor científico da ONG Amigos da Água, Rodolfo Bonafim, o calor senegalês de 2014 e 2015 vai se repetir em 2016. A única diferença será o aumento considerável no volume de chuvas. “Ao contrário dos verões passados que foram muito secos e, inclusive, motivaram a crise hídrica, teremos mais precipitações ao longo dessa estação”.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), nos últimos nove anos, a média mensal das temperaturas máximas aferidas na Cidade é de 29 ºC em janeiro e 30,1 ºC em fevereiro. No Rio de Janeiro, por exemplo, os números são 33,3 ºC e 34,3 ºC, respectivamente.

Calor x temperatura
Invariavelmente, medições oficiais realizadas por órgãos especializados serão diferentes das apontadas por termômetros de rua ou da efetiva sensação térmica do corpo humano. O que sentimos “em nossa pele” nada mais é do que uma combinação entre temperatura, umidade do ar e velocidade do vento. A interação entre esses fatores provoca uma sensação térmica maior ou menor do que a temperatura efetiva. Por exemplo, quanto mais vento, mais fácil o esfriamento do corpo e, portanto, a sensação térmica tende a diminuir, assim como na situação inversa, tende a aumentar. “Na Baixada Santista temos uma sensação térmica muito maior do que em outras regiões. Turistas do Mato Grosso, por exemplo, acham que aqui é mais quente. Isso porque lá é seco e Santos é normalmente úmida. Existe também o fator do sal da água do mar que é transportado pela brisa marinha. Essa situação faz com que tenhamos mais sensação de calor. É por isso que aqui se transpira mais”, esclarece Bonafim.numeroverao

Motivos
Especialistas apontam que, de maneira geral, o calor rigoroso de 2016 pode ser explicado por duas razões: A elevação da temperatura média do planeta e uma super versão do fenômeno natural conhecido como El Niño (aquecimento das águas), que tem a sua maior intensidade desde 1997-1998, que foi o maior registro histórico. O super El Niño também é responsável pelo alto volume pluviométrico.

Além disso, existe uma grande preocupação por parte da comunidade científica especializada em clima a respeito da força do calor, uma vez que a tendência natural era de temperaturas mais amenas. Bonafim explica que existe um ciclo climático chamado de Oscilação Decadal do Pacífico, em um período a cada 30 anos. “Nesse tempo existe uma quantidade de El Niños e La Niñas, que se alternam entre si. Estamos na fase negativa, com maior número de La Niña (resfriamento das águas). De onde vem esse calor extra para trazer um El Niño tão forte? Se especula que isso seja responsabilidade do aquecimento global”, esclarece.

Ilhas de calor
Um dos problemas de Santos é a sua densidade populacional. Proporcionalmente, a área é pequena para o número da população. Outro fator é o crescimento da construção de arranha-céus que faz com que um fenômeno conhecido como ilha de calor ocorra por aqui. “A falta de brisa que não consegue penetrar nos bairros mais internos cria aquele abafamento. À noite isso é bem perceptível”, afirma.

Nosso organismo
O professor de fisiologia da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Gilberto Monteiro, explica que quanto mais quente o ambiente pior é para o nosso corpo. “O melhor sistema de resfriamento do nosso organismo é a transpiração. Aqui em Santos é comum a combinação de temperaturas mais fortes com a umidade relativa do ar alta. Nesse cenário, a transpiração e evaporação das gotas de suor são dificultadas, isso faz o corpo sofrer muito mais”.quadroverao

Com isso, a desidratação é a primeira consequência de dias quentes. “Crianças e idosos são mais suscetíveis a esse problema. Os mais novos porque já têm uma temperatura mais alta em comparação com os adultos por conta da alta produção celular. Também ocorre que os pequenos possuem um sistema de glândulas sudoríparas com volume menor. Já para os mais velhos a complicação vem do envelhecimento do sistema. A sensibilidade das alterações de temperatura e os ajustes demoram a acontecer. Da mesma forma existe o problema de menos glândulas sudoríparas nesse caso”.

Além disso, Monteiro lembra que a saciedade demora mais a ser percebida pelos idosos. Portanto, é importante beber água mesmo sem sede.
Segundo Monteiro, o pior do calor não é nem os picos de temperatura e sim a constância de dias quentes. “Isso às vezes ocorre aqui em Santos, vários dias acima de 30ºC. O efeito somatório de calor no organismo não permite a reposição de líquidos e acaba retardando o ajuste do nível eletrolítico que deve ocorre em seis horas, dentro de condições normais. Do ponto de vista de desgaste celular é melhor você ter um dia de 40ºC e o seguinte de 27ºC do que seguidos de acima de 30ºC”.

A previsão é que os dias quentes passem a rarear a partir de março. Veja dicas no quadro acima para contornar o calor enquanto o verão não termina.

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