Celeiro de atletas, nascidos ou que optaram pela região para viver, Santos tem presença nos principais eventos esportivos e não poderia ser diferente nas Olimpíadas deste ano, que acontecerão em terras cariocas. Participação que já começa na próxima sexta-feira (22), com a passagem da tocha olímpica pela região.
Símbolo dos jogos – que evoca a lenda do roubo do fogo do deus grego Zeus por Prometeus para entregar aos mortais – a tocha chegou no dia 3 de maio em Brasília e percorrerá outras três cidades da Baixada Santista neste mesmo dia: Guarujá, São Vicente e Praia Grande. Para quem vai conduzir, o orgulho é imenso como é o caso do deficiente físico e estudante de Direito, Jackson Paula, de 40 anos.
Em entrevista ao Boqnews em maio, a emoção já era grande. Oportunidade que conquistou ao participar do concurso Quem se atreve! promovido pela Nissan, uma das patrocinadoras do evento. Ao todo 12 mil pessoas conduzirão a tocha por 329 cidades brasileiras.
De acordo com o secretário Municipal de Esportes, Alcídio Melo, Cidão, este será um momento único para o país e é especial para qualquer cidade que recebe esta celebração. “O que vale para nós é o espírito olímpico, o significado da chama de união dos povos e os valores do esporte. Santos como uma cidade que respira esporte no dia a dia tinha obrigação de participar deste revezamento e de receber os atletas. Queremos que o santista vivencie o mais perto possível os jogos”.
Segundo Cidão, ao todo serão 11 países e 14 delegações que chegarão nos próximas dias para realizarem os últimos treinos. Além de receber os atletas, proporcionando toda estrutura, segurança e logística necessária, Cidão explica que o intuito será incentivar ainda mais o esporte na Cidade, promovendo encontros com alunos e munícipes com os atletas.
Na próxima quarta-feira (20) haverá coletiva de imprensa, com participação dos cordenadores do Rio 2016, para divulgar o trajeto completo da tocha na Cidade, no Museu Pelé, às 10 horas.
As Olimpíadas
Ao todo serão disputadas 42 modalidades Olímpicas, em 19 dias de competição, de 5 a 21 de agosto. 306 provas valerão medalhas: 136 femininas, 161 masculinas e nove mistas.
Unisanta receberá atletas olímpicos
Três dias depois da chama das olimpíadas passar pela região, começam a chegar os atletas que treinarão no complexo da Universidade Santa Cecília. Para quem trabalha na área, há tempos os dias estão sendo contados no calendário. Como não poderia ser diferente a expectativa é grande. Esta sendo assim para a coordenadora de esportes e supervisora da equipe de natação da Universidade Rosa do Carmo José.
“Estamos bem felizes com esta situação pois de certa forma é a nossa universidade dentro das Olimpíadas. Não só com atletas participando de provas, mas também trabalhando efetivamente nos jogos”, ressalta orgulhosa.
Do dia 25 de julho até 16 de agosto, a universidade irá receber equipes da Itália, de natação, maratona aquática e triatlon, da Eslovênia, de natação e triatlon e da Rússia, de maratona aquática. “Temos um cronograma. A piscina está toda mapeada por raia e horário. Tudo para recebê-los da melhor maneira”, detalha.
Para Rosa, o mais importante é a troca de experiência entre os atletas. “Teremos a oportunidade de interagir com as equipes. Estaremos por dentro do que tem de mais moderno, embora o Brasil hoje não deva nada para estes centros internacionais e seja potência nas maratonas, por exemplo. Não vemos a hora de chegar o momento para interagir”, conta.
Para Rosa, Santos tem aptidão natural para os esportes e o poder público tem feito sua parte, apoiando os atletas nem suas necessidades por aqui. “A cidade tem características parecidas com a do Rio de Janeiro. O que os atletas buscam é isso: um lugar parecido só que mais tranquilo”, explica.
Setor hoteleiro não cria expectativa
Se há dois anos, o setor de turismo comemorava antecipadamente a Copa do Mundo, por Santos ser subsede e receber as equipes da Costa Rica e do México, hoje o cenário com as Olímpiadas é bem diferente. Para o presidente do Sindicato de Hoteis e Restaurantes da Baixada Santista (SinHores), Salvador Gonçalves Lopes Lógico, mesmo com a proximidade dos jogos, o momento é de crise. Segue o cenário político-econômico do país. Para ele, há pouco para comemorar.
“Lógico que tudo que vier para nossa região é ótimo, pois mais pessoas passam a conhecer aqui. Mas acredito que as olimpíadas serão igual à Copa. Por isso não podemos criar expectativas.O mundial foi uma decepção”, explica. Na época – além de não atrair novos visitantes – Salvador lembra que ainda teve diminuição de pessoas que vinham a trabalho.
Em novembro de 2014, o presidente fez um balanço para uma outra reportagem do Boqnews. Para ele, aquele foi um ano ruim. “Um dos piores. Durante a Copa, os hoteis – por exemplo – tiveram uma média de apenas 28% de ocupação. Neste mesmo ritmo ficaram os restaurantes. Logo depois, vieram as eleições, que também prejudicaram o setor”, disse na época.
E agora em 2016, a decisão foi de ficar com os pés no chão. “Preferimos não criar muitas expectativas para não nos decepcionarmos”, conclui.