Com a inauguração do Santos Convention Center no fim de outubro, a Nova Ponta da Praia, enfim teve a conclusão do projeto de revitalização, iniciado no ano passado.
As obras foram realizadas pela iniciativa privada, como forma de compensação, prevista em lei. A modernização do local contou com a implantação de um Centro de Atividades Turísticas (CAT) e o novo Mercado de Peixes.
Na Avenida Saldanha da Gama, foram concluídas obras na ciclovia, no Deck do Pescador e a criação de espaços de lazer e turismo, como a Fonte Interativa e o monumento “Eu amo Santos”. Além disso, a área ganhou nova iluminação, bancos e quiosques. Dessa forma, a conclusão do projeto levou mais pessoas ao bairro, em um espaço que costumava ter menos munícipes, principalmente aos fins de semana.
Problemas
Pedestres não utilizam a faixa/ Foto: João Pedro Bezerra
Apesar dos benefícios faltaram alguns detalhes que tem causado certos problemas. O maior deles é em relação ao fluxo de pessoas na saída na travessia de barcas entre Santos e Guarujá.
A troca do local da faixa de pedestres, não foi bem vista pelas pessoas que atravessam a rua pela antiga faixa, arriscando a própria vida.
A expectativa era que as cenas diminuíssem com a inauguração dos pontos de ônibus na Praça Almirante Gago Coutinho, porém muitas pessoas ainda optam por atravessar no antigo cruzamento.
Barreiras de proteção e grades, já foram colocadas na área, mas acabaram sendo derrubadas. A terra batida, onde o mato não cresce é o símbolo da circulação excessiva das pessoas no local.
Um dos motivos para tais fatos é causado pelas dificuldades que os pedestres têm para atravessar na nova faixa. Os carros que estão na fila da balsa acabam impedindo a passagem. Outro fator é a entrada dos ciclistas nas embarcações, onde as bicicletas também ficam em cima da faixa.
Por fim, o tempo do semáforo para a travessia é curto, ou seja, uma pessoa mais idosa ou que tem problema de locomoção fica sujeita a riscos.
De acordo com a usuária Melissa Vizoni, as pessoas acabam optando pela faixa antiga, para ganhar tempo, já que a nova faixa fica distante e por conta da pressa muitos indivíduos acabam correndo para chegar ao outro lado. Ela ainda citou que em horários de pico, os carros ficam parados na faixa de pedestre.
Ciclistas
Carros ficam parados na ciclovia e na faixa de pedestres/ Foto: João Pedro Bezerra
Assim como os pedestres, os ciclistas têm tido problemas na Ponta da Praia, principalmente em momentos de mais circulação. Segundo o estudante Adriano Soares, a situação está confusa “É carro que para na faixa de pedestre, é pedestre que fica na faixa de ciclista e ciclista que impede a passagem dos carros”. Adriano destacou que nos horários de pico, o cenário fica caótico, com ausência de fiscalização de trânsito.
Além de ter que lidar com estes problemas, os ciclistas enfrentam dificuldades na travessia de balsa entre Santos e Guarujá. No dia em que a Reportagem esteve no local duas pessoas caíram na saída dos usuários do lado de Santos.
Mercado de Peixes
Flanelinha atua de forma irregular/Foto: João Pedro Bezerra
O Mercado de Peixes tem alguns problemas na parte externa. Muitos permissionários acabam descarregando a carga de pescados na calçada, impedindo a passagem de pedestres que utilizam a ciclovia e correm o perigo de serem atropelados. Além disso, o local que o consumidor tem para deixar a bicicleta fica escondido e assim os indivíduos deixam suas respectivas bikes em frente a porta do Mercado de Peixes.
Em relação ao estacionamento, a equipe de reportagem flagrou flanelinhas trabalhando na área, algo existente desde a inauguração. Enquanto, a antiga Rua do Peixe (Rua Áurea Gonzalez), que estava sem manutenção, foi limpa. No mês passado, o Jornal Boqnews mostrou a situação de abandono no local.
Outros Detalhes
Estação do Bike Santos tem poucas bicicletas ao longo do dia/ Foto: João Pedro Bezerra
A estação do Bike Santos, modal de locação e uso de bicicletas, tinha apenas um veículo na Ponta da Praia no horário da manhã e nenhum no período noturno.
No tocante ao transporte público, o novo terminal não trouxe mais veículos e algumas linhas continuam com o tempo de espera de mais de uma hora, caso do 80 e 25.
Por fim, a praça do Centro de Atividades Turísticas (CAT) amanhece suja, com latas e garrafas de bebidas alcoólicas. Os jovens acabam não jogando os resíduos no lixo e eles ficam espalhados pelo chão.
Prefeitura
O Poder Municipal, emitiu a seguinte nota. “A Prefeitura instalará barreiras de proteção nos canteiros centrais, onde ocorre a travessia de pedestres de forma irregular, uma vez que a faixa de pedestres está sinalizada em local onde há maior segurança para o caminhante atravessar. Com a nova tecnologia, os tempos semafóricos são ajustados remotamente, direto da CCO, de acordo com o fluxo viário observado pelas câmeras de monitoramento ou pelos agentes de trânsito no local”. Em relação aos flanelinhas, a Secretaria de Segurança informou que a proibição da ação deles é de responsabilidade da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal, aliás, subordinada à pasta.