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Foto: Polícia Militar

Segurança

13 DE DEZEMBRO DE 2024

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Alta crescente nos confrontos policiais motiva reforço psicológico aos PMs

Casos recentes mostram que abusos poderiam ser evitados se houvesse atendimento psicológico mais presente a corporação, diz especialista

Por: Da Redação

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Nos últimos meses de 2024 ocorreram diversos casos de brutalidade policial no Brasil. Aliás, vale mencionar dois especificamente: que ocorreram no estado de São Paulo, em que PMs foram presos.

Sendo assim, um deles foi em um supermercado da Zona Sul de São Paulo no dia 4 de novembro em que um policial militar matou um suspeito, com tiros pelas costas, após flagrá-lo cometendo um furto a um estabelecimento comercial.

Além disso, outro caso, mais recente, foi também na Zona Sul de SP, em 2 de dezembro. Desse modo, quando  um policial jogou um homem de uma ponte em uma abordagem.   Com isso, surge o debate: quais fatores influenciam para mais casos de violência do gênero e o comportamento psicológico dos PMs?

 

Números

Segundo matéria da UOL, com os dados da própria Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) durante os meses de janeiro a setembro deste ano, ocorreram 474 mortes pela PM.  A maioria dos alvos (64%) são negros (255 pardos e 51 pretos) e há 143 vítimas identificadas como brancas, enquanto as outras 25 pessoas não tiveram registro da cor da pele. O levantamento realizado pelo site apresenta que 99% das vítimas são homens.

Em nota, a SSP disponibilizou a seguinte informação: “A Secretaria da Segurança Pública ressalta seu compromisso com a legalidade, transparência e respeito aos direitos humanos fundamentais. Deste modo, não compactua com excessos ou desvios de conduta, punindo exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos estabelecidos pela pasta. Todas as ocorrências de letalidade policial são rigorosamente investigadas pelas Polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, MP e Judiciário”.

 

Análise

O coronel da reserva da PM, Maurício Izumi,  analisou o cenário. “Esses casos são exemplos de atitudes que afrontam os princípios da PM, que são a legalidade, moralidade, imparcialidade, cumplicidade, eficiência. São desvios de condutas que devem ser punidas com rigor da lei, sabemos que em casos de não conformidade, a apuração pela PM é meticulosa e as punições são rigorosas. Certamente o fator psicológico tem uma grande influência no desenrolar das ocorrências. A situação de estresse permanente que os policias militares do Estado de São Paulo vivem nos grandes centros carecem de acompanhamento mais próximo de serviço operacional”.

Izumi aborda que um dos fatores que contribuiu para essa realidade das cidades da região estarem no ranking foi o prolongamento da Operação Verão II, que é feita todo ano na região, a SSP prolongou até o começo de abril, reforçando com tropas especializadas do Choque e da Polícia Civil.

Assim como, o combate à criminalidade, pois a região foi identificada como foco do PCC, inclusive com mortes de policiais.

 

Escalada de casos

Desse modo, o coronel também  opina sobre os fatores que contribuem para a escalada de violência durante operações policiais. “O principal fator é o despreparo policial. Uma operação policial demanda diversas situações, pois o PM tem que estar preparado para todas elas. Nós presenciamos operações que a própria população se volta em favor do criminoso, querendo retirar da mão da polícia o infrator da lei, e o PM tem que estar preparado para enfrentar esse tipo de situação. Então com certeza, um PM bem preparado é sinônimo de uma ocorrência bem resolvida. E se ela estiver bem resolvida, normalmente se evitam mortes. Com certeza, o melhor fator efetivo é o preparo policial”.

 

Psicológico

Izumi informa que seja na capital ou no interior, existem sessões especializadas de apoio psicológico, mas infelizmente essas sessões acabam voltadas quando o problema já surgiu. “Ideal se tivéssemos um número de psicólogos suficientes para prevenir. Normalmente acabamos identificando esses problemas depois que o fato vem à tona. O ideal é que haja trabalho de prevenção, identificando antes do problema surgir naquele policial que já está chegando no limite. ”.

 

Formação

O coronel cita que na  formação do policial incluem-se temas e matérias ligadas ao Direitos Humanos, preservação da vida seja na escola de formação dos soldados ou na escola de formação de oficiais. “No seu currículo, há uma carga horária ligada a essas áreas. O problema é quando ele se forma e acaba por anos trabalhando nas ruas sendo submetido para o estresse, com pressões internas e externas.  É fundamental investir em treinamento, que não aborda apenas as habilidades técnicas para o policiamento. Mas também na inteligência emocional, a mediação de conflito, e o uso proporcional da força, reforçando essas matérias no transcorrer da carreira policial, eu tenho absoluta certeza que os resultados serão positivos”, destaca.

 

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