Educandário Anália Franco busca captar recursos para recuperação do ‘Castelinho’ | Boqnews
Edificação é de 1922 e passa por detalhado processo de restauração. Captação de recursos para a primeira etapa é de R$ 3,1 milhões. Foto: Divulgação

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28 DE JULHO DE 2024

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Educandário Anália Franco busca captar recursos para recuperação do ‘Castelinho’

Imóvel de 1922 passa por processo de pequenas intervenções internas para se preparar para o início da sua revitalização, como limpeza das paredes e pintura de muro

Por: Da Redação

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O Castelinho, secular imóvel popularmente conhecido localizado na esquina da Avenida Ana Costa com a Rua Barão de Paranapiacaba, na Encruzilhada, começa a ganhar vida novamente.

O local foi referência para gerações de crianças que por ali passaram ao longo de décadas.

Seja como alunos do Educandário Anália Franco ou como estudantes da escola Dino Bueno (municipal).

E até 2012, abrigava as aulas do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e o programa Vovônauta, mantido pela Prefeitura de Santos.

Fechado, o espaço entrou em um processo de deterioração contínuo.

Furto de fiação elétrica e das telhas francesas contribuíram para a degradação do imóvel, com restrições por pertencer à área geográfica de tombamento em razão da proximidade com a antiga estação da Sorocabana, tombada (hoje Estação da Cidadania).

Assim, como as palmeiras imperiais na Avenida Ana Costa e o antigo abrigo dos bondes, localizados na mesma via.

Pertencente ao Educandário Anália Franco, o imóvel tem recebido pequenas intervenções internas e externas, como a pintura do muro.

Pintura do muro em branco e azul já sinaliza mudanças estéticas no local. Foto: Divulgação

E lavagem interna do prédio.

Um pequeno passo para uma etapa mais ousada visando o início pleno da sua recuperação.

Autorização

Afinal, o Ministério da Cultura aprovou o projeto de restauração e revitalização do Educandário Anália Franco (PRONAC nº 243103), autorizando a captação de recursos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Nesta primeira etapa, são R$ 3,1 milhões usados para a reforma do telhado (cerca de R$ 1 milhão, com valor já orçado), além de serviços de hidráulica, elétrica e acessibilidade com o complemento dos recursos.

Assim, a entidade busca parceiros para captação dos recursos visando o abatimento de impostos pagos.

“Queremos transformar o imóvel em um espaço de uso da sociedade, como ocorre com a Pinacoteca Benedicto Calixto”, salienta o presidente da entidade, Paulo Murat.

Ele participou do Jornal Enfoque nesta quinta (25).

Na ocasião, falou dos planos de recuperação do imóvel e do trabalho desenvolvido à frente da entidade, com atendimento a 375 crianças de 4 meses a 5 anos e 11 meses.

Além de abrigar 10 menores em imóvel na Rua Pedro Américo, atividade realizada pela entidade desde sua origem.

Museu da Maçonaria

Murat pretende dar vida ao prédio em todos os andares.

Aliás, no pórão habitável, pensa em um pequeno bistrô para atendimento ao público.

Por sua vez, no primeiro andar, um vão aberto nas amplas salas possibilitando a criação de salão para exposições e atividades culturais e no andar superior, um museu da Maçonaria.

Afinal, em 5 de janeiro de 1853 surgiu a Loja Maçônica Fraternidade de Santos, responsável em dar abrigo tanto ao Educandário Anália Franco como à Casa do Sol, no Morro da Nova Cintra.

Atualmente, com ajuda de estudantes universitários, as medições das áreas físicas do imóvel estão sendo feitas para preparar o projeto da segunda fase, orçado em R$ 10 milhões, estima Murat.

“Nosso grande esforço é buscar parceiros”, destaca.

As próprias telhas francesas, por exemplo,  para o telhado do imóvel podem vir dos armazéns 1 ao 3, da Autoridade Portuária, que abrigarão o futuro terminal de passageiros.

“Estamos conversando com o presidente da Autoridade Portuária (Anderson Pomini) sobre a possibilidade de cessão das telhas quando os armazéns forem derrubados”, ressalta Murat.

Orçada, a troca do telhado tem previsão de custo estimado em R$ 1 milhão aproximadamente. As vigas centenárias que a sustentam estão intactas. Foto: Divulgação

Como ajudar

Atualmente, a entidade conta com o apoio do Instituto Base de Brasília para a realização do projeto, que será executado com recursos advindos do Imposto de Renda.

A parceria é fundamental para o avanço desta 1ª etapa das obras.

Assim, é possível destinar até 4% do imposto de renda devido por pessoas jurídicas (tributadas pelo lucro real) ou 6% do imposto de renda devido por pessoas físicas (modalidade completa).

As doações podem ser realizadas antecipadamente na conta corrente destinada especificamente para este fim.

Ou seja, basta informar em sua declaração do Imposto de Renda de 2025.

Além do apoio financeiro, o “Castelinho” – chamado carinhosamente  – conta com a participação voluntária de um grupo de estagiários da Architetando Arquitetura, sob a supervisão do arquiteto urbanista Ricardo Andalaft.

Assim, os voluntários realizam um levantamento dos detalhes arquitetônicos e de restauro, contribuindo para o sucesso do projeto.

Informações  pelo telefone: (13) 3229-8504 no Departamento de Desenvolvimento Institucional.

Seja parceiro/voluntário

Aos interessados em colaborar com as ações em desenvolvimento no Educandário Anália Franco, também é oferecido à população serviço de
Lavanderia Doméstica (na Rua Barão de Paranapiacaba, 244, quase esquina com a Av. Ana Costa).

Além do Bazar (de itens seminovos), Telemarketing e da Chave PIX: 58225905000140 (CNPJ da Instituição), opções para doações de qualquer quantia.

E ainda existe a possibilidade sem tirar um centavo do bolso, cadastrando para a doação automática da Nota Fiscal Paulista.

Curiosidades históricas

Em 1907, a educadora Eunice Caldas, após sua formação em São Paulo no Liceu Feminino, resolveu fundar em Santos uma instituição sob inspiração da Anália Franco.

Já entre 1907 a 1917,  somente meninas recebiam atendimento.

No entanto,  dificuldades econômicas resultaram no apoio da Loja Maçônica Fraternidade de Santos, até então na Rua João Pessoa, no Centro de Santos.

Dessa forma, em 1922, inaugurou-se prédio número 285 da Avenida Ana Costa, esquina com a Rua Barão de Paranapiacaba – o que será restaurado.

Por sua vez, em 1946 ocorreu a entrega do prédio ao lado (atual endereço, no número 277), que funcionava como orfanato.

Além disso, recebia também crianças com família que não pudessem mantê-las ou eventualmente mães que trabalhavam em casas de família.

Neste momento, o atendimento já havia se tornado misto, por imposições e normas pedagógicas.

Além disso,  existiam oficinas de qualificação para que os internados deixassem a instituição aos 18 anos com uma profissão, como carpintaria, cabeleireiro, barbeiro, sapataria e tipografia.

Aliás, o jornal A Tribuna, inclusive, chegou a imprimir no Educandário Anália Franco.

Informações pelo telefone  (13) 3229-8500, que atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e também pelo aplicativo WhatsApp.

Jornal Enfoque

Confira a entrevista com o presidente do Anália Franco, Paulo Murat.

 

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