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Nando Santos

Santos

06 DE MAIO DE 2017

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Após reforma, ocupação da Cadeia Velha ainda é questionada

Pertencente ao Governo do Estado, a expectativa é que convênio entre secretarias estadual e municipal de Cultura seja assinado ainda este mês para a retomada das atividades

Por: Da Redação

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cadeia velha

Desde quando foi fechada para reforma em maio de 2014, o futuro da Cadeia Velha — um dos casarões mais emblemáticos e culturais do Centro Histórico de Santos — já era discutido. O espaço, que antes respirava cultura como sede das Oficinais Culturais Pagu, agora abrigará a administração da Agência Metropolitana da Baixada Santista (AGEM) e o programa sociocultural Projeto Guri, posteriormente instalado na Zona Noroeste.

A decisão foi declarada em janeiro deste ano pelo ex-secretário de Cultura do Estado, José Roberto Sadek e reprovada pela classe artística. Até agora, porém, o prédio funciona de forma parcial.
Na perspectiva do escritor Flávio Viegas Amoreira, depois da milionária obra orçada em aproximadamente R$ 11 milhões, o edifício está sendo “subutilizado de maneira burocrática”.

“Foi um álibi colocar o Projeto Guri lá para subestimar o grave crime contra a região, pois ele estava muito bem sediado na Zona Noroeste. Foi uma jogada política para diminuir o dano”, acredita. “Ao invés de ser um equipamento cultural vivo, a Cadeia Velha perdeu sua função. Aquele prédio tinha mais de 40 anos de Oficinas Culturais e é um edifício histórico. Lá tinha que ser um polo de criatividade e produtividade.”, salienta.

Em nota, a Secretaria da Cultura do Estado reitera que o equipamento continuará a receber atividades do programa Oficinas Culturais, por meio de convênio a ser firmado ainda este mês com a Prefeitura de Santos prevendo o repasse, por parte da pasta, de R$ 214,6 mil para a realização de 86 atividades ao longo de 2017.

Para o secretário municipal de Cultura, Fábio Nunes, se para existir a manutenção da Cadeia Velha é necessário abrigar a administração da AGEM, não existe desvantagem. “Acredito que a ida (da AGEM) para o prédio tenha sido uma questão de baratear os alugueis pagos pelo Estado. Sobre o custo operacional, nós ainda não sabemos”, diz.

“A gente precisa que o local seja reaberto e utilizado. Se existir espaço vazio, este será usado com arte e cultura, pois é possível compatibilizar. Queremos que as oficinas aconteçam tanto dentro dela quanto em outros lugares culturais”, ressalta.

História

Tombado por três órgãos de esferas de preservação cultural, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) e Condepasa, a Cadeia Velha, localizada na Praça dos Andradas, é um dos edifícios coloniais mais antigos do município (obras iniciadas em 1839 com ocupação em meados de 1865).

Foi cadeia, Fórum, Tribunal de Júri e Câmara. A partir de 1981, passou a abrigar manifestações culturais símbolo da resistência artística.

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