Além da Covid-19, é fundamental que a população esteja atenta as outras doenças, nas quais não pararam com a pandemia.
O calor e a chuva típica do verão é um cenário ideal para o mosquito Aedes Aegypti, causador de doenças, como a dengue, chikunguya, febre amarela e zika vírus se reproduzir, já que existe um acúmulo de água parada nas casas, terrenos e comércios, como borracharias.
A Baixada Santista vive um surto de dengue nestes primeiros meses de 2021. Os números são expressivos ao mesmo período dos anos anteriores.
De janeiro até esta semana, a região já registrou 468 casos de dengue e 94 de chikunguya, conforme as prefeituras.
Vale destacar que muitas pessoas com dengue não vão as unidades de saúde para fazer o exame, ou seja, o número de casos pode ser ainda maior.
Líder de Casos
Guarujá é o município da região com mais casos de dengue e chikunguya, os números são altos em comparativos com outras cidades. Ao todo, são 158 notificações de dengue e 49 de chikunguya no município que tem a 4ª população mais populosa da Baixada Santista, ficando atrás de Santos, São Vicente e Praia Grande.
Só nos dois primeiros meses de 2021, Guarujá registrou mais casos de dengue que a soma dos anos de 2018 e 2017, quando o município contabilizou 40 e 53 casos respectivamente.
No ano passado, a cidade também teve muitos casos de dengue, no total foram 393.
Se continuar com o número elevado de casos em janeiro e fevereiro, o ano de 2021 será ainda pior.
A Prefeitura de Guarujá destacou que as ações de bloqueio de controle de criadouros e bloqueio de controle de nebulização são realizadas obedecendo a cronologia das notificações de casos suspeitos e/ou confirmados para arboviroses.
Realizamos a nebulização costal em locais de difícil acesso e nebulização veicular noturna em áreas com maior agrupamento de casos notificados.
Cubatão
Outra cidade com um número expressivo do surto de dengue é Cubatão, que contabiliza 143 casos de dengue nos meses de janeiro e fevereiro.
Ou seja, proporcionalmente ao número da população, Cubatão está pior que Guarujá.
É importante frisar que no ano passado, o município foi o mais atingido pela doença na região, com 759 notificações.
A Prefeitura emitiu uma nota, ressaltando que realiza periodicamente o “bota-fora”, mutirão que consiste no recolhimento de materiais inservíveis, principalmente entulhados em terrenos, que podem acumular água parada; nebulização pelo bairro com produto específico que tem ação por 10 meses após aplicação, com apoio da SUCEN – Superintendência de Controle de Endemias.
São Vicente também conta com um número elevado de casos, em 2021 já houveram 66 notificações de dengue e 29 de chikunguya.
Mais Casos
O aumento dos casos de dengue são evidentes na maioria dos municípios da Baixada Santista.
Basta comparar os números do mesmo período (janeiro e fevereiro) de 2020 e 2021.
É o caso de Praia Grande que registrou 38 casos de dengue nos dois primeiros meses deste ano. No ano passado, foram apenas quatro casos no mesmo período. Situação parecida ocorre em Mongaguá que teve 8 casos em 2021 e 2 em 2020 e Bertioga que contabilizou 15 casos neste ano e 10 no ano passado.
Santos

Mutirões percorrem os bairros/ Foto: Divulgação
Segundo dados da Prefeitura de Santos, o município reduziu drasticamente os casos de dengue em 2021.
No mesmo período do ano passado foram 90 notificações de dengue e neste ano apenas 11.
Contudo, os casos de chikunguya voltaram a aparecer. Até o momento foram contabilizados 13 notificações, sendo que em janeiro e fevereiro de 2020 não houve registros desta doença.
Todas as semanas, acontecem mutirões em Santos, em diferentes bairros.
Nos primeiros meses de 2020, a Secretaria Municipal de Saúde priorizou as áreas próximas as praias, haja visto o aumento de circulação de pessoas neste período.
Em um destes mutirões na Ponta da Praia, os agentes flagraram 58 focos do mosquitos Aedes Aegypti em uma borracharia que foi autuada e intimada a realizar o descarte correto dos pneus.
Além de Santos, a cidade de Itanhaém diminuiu o número de notificações de dengue em 2021.
Morte
É necessário lembrar que a dengue pode matar.
Infelizmente nesta semana, a Baixada Santista registrou o primeiro óbito pela doença no ano de 2021.
A vítima foi um homem de 41 anos, morador da Vila Margarida, em São Vicente que veio a óbito em um hospital de Santos.
A Secretaria de Saúde (Sesau) de São Vicente informou que está monitorando a região onde esse morador residia a fim de orientar a vizinhança e o bairro vai receber os agentes de combate à dengue.
Dengue x Covid-19
Em um momento de pandemia, no qual o vírus pode apresentar diversos sintomas. Muitas pessoas estão com dúvida em relação as diferenças da Covid-19 e da dengue.
De acordo com o médico José Carlos Clemente, é natural que a população tenha este questionamento, haja visto que as duas doenças podem apresentar, os mesmos sintomas como febre e dor em alguns locais do corpo.
No entanto, o médico citou algumas diferenças importantes nos sintomas das doenças “A Covid-19 não costuma apresentar dor atrás dos olhos, por outro lado é uma característica da dengue essa dor. Outro ponto de grande diferencial, são os nódulos atrás das orelhas e as manchas vermelhas que aparecem na dengue e não na Covid-19”, destacou José Carlos Clemente.
O doutor ainda frisou que é fundamental as pessoas buscarem atendimento médico para tratar os sintomas nas duas doenças.
Ele afirmou que é possível ter Covid e dengue e aí surge a importância das unidades de saúde terem cuidado com um paciente que está com dengue não pegar o coronavírus no hospital.
Exemplos
O cientista político Rafael Moreira pegou Covid-19 e a dengue no ano passado.
Segundo ele, foram 10 dias difíceis.
“Tive muita dor no corpo e febre, precisei trocar de roupa três vezes por noite. Assim que esses sintomas diminuíram, comecei a ter náuseas que duraram por meses e um pouco de falta de ar”, frisou Moreira.
Apesar das dificuldades de ter duas doenças ao mesmo tempo ficando sozinho em casa, ele conseguiu se recuperar.