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Santos

08 DE ABRIL DE 2022

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Brigas viram rotina dentro de escolas do Ensino Médio em Santos

Casos de brigas constantes nas escolas da região chamam a atenção e preocupam pais e professores

Por: Da Redação

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Briga quase diárias, medo e insegurança. Essa é a situação de algumas escolas estaduais de Santos. Um dos casos mais graves acontece no colégio Professor Primo Ferreira, localizado no bairro da Vila Belmiro, a poucos metros do estádio Urbano Caldeira.

A escola que é uma das mais tradicionais do município lida com cenas de violências diárias.

Em vídeos enviados para a equipe de reportagem do Boqnews é possível notar que as brigas acontecem em diversos locais, como no pátio, na sala de aula e também na Praça Olímpio Lima, próximo à escola.

A brutalidade chama a atenção entre os jovens. Para se ter uma ideia, um aluno deitado no chão continua apanhando de vários indivíduos. Em outro vídeo, um inspetor entra no meio da confusão para tentar separar a briga. Dentre as cenas mais impactantes está a de um jovem ameaçando bater em outro aluno com uma cadeira.

A violência segue no horário da saída, onde os alunos brigam sem qualquer medo.

Providências

Uma mãe que não quis se identificar, alegando a preocupação com a divulgação do seu nome, conta do medo e da insegurança de mandar o filho para a escola. “É muita violência. A escola deveria ser um lugar apenas para estudo, oriento meu filho para não entrar em qualquer provocação e ficar longe das confusões”, destacou.

Ela ressalta que nos últimos dias surgiu o reforço da Polícia Militar nas imediações da escola. Diante desta situação, um grupo de pais juntamente com a diretoria tem realizado reuniões para resolver o problema. De acordo com outra mãe que também não quis se identificar, a escola abriu as portas para o debate e o cenário parece melhor.

“A culpa não é da escola. Existe todo um contexto para essas brigas. A diretoria da Escola Primo Ferreira tem realizado ações para tentar acabar com elas. Muitas delas começam no banheiro. Então há um cartão que limita o acesso aos sanitários”, explica a mãe.

Nesta semana, Andreia Azevedo assumiu a diretoria da escola. Ela enfatiza que vai buscar colaborar para o projeto de formação dos estudantes. “Eu trabalhava em um colégio na região, onde também havia casos de brigas. Então, é uma questão abrangente”, citou. Andreia destaca que a escola Primo Ferreira está promovendo mais atividades culturais e esportivas, além do acompanhamento psicológico.

A diretora conta que a pandemia da Covid-19 foi um fator que agravou essa violência. Afinal os alunos estavam em casa e é notável as dificuldades que eles têm para atender todas as regras estabelecidas.

Outras escolas

A insegurança também se faz presente em diversas escolas. O colégio estadual Antônio Ablas Filho, localizado no bairro da Aparecida, chegou a registrar caso de furto na própria unidade. Até o celular de um professor foi levado.

Além disso, a presença de drogas não se limita mais ao espaço externo, ou seja, nas ruas próximas. Ela já é uma realidade dentro das unidades, alterando simples hábitos, como a ida aos banheiros, por exemplo, por alunos.

Ronda

O vereador de Santos, Sérgio Santana (PL) defende o retorno do patrulhamento intenso da ronda escolar nos colégios. “A violência nas escolas está acontecendo por conta da ausência da ronda escolar. Acredito que esse tema é uma preocupação para a segurança pública do Estado e do Município”, enfatizou. Santana, policial militar reformado, salienta que para qualquer ocorrência nas escolas é preciso ligar para o 190.

“Quando a Ronda Escolar tinha o contato com os professores, pais e alunos era um negócio bonito. Se continuar na atual situação, a violências nas escolas vai permanecer”.

Santana detalhou que o serviço de relações públicas da Polícia Militar deveria realizar palestras, orientando os alunos sobre os prejuízos da violência e do uso de drogas, mas isso não ocorre por falta de efetivo.

Secretaria de Educação

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou, em nota, que quando há qualquer caso de ocorrência nas instituições de ensino, a direção da unidade entra em contato com os responsáveis pelos estudantes envolvidos para fins de mediação, tomando as providências restaurativas que preservem o direito à Educação.

“A pasta conta com o Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP) composto por projetos e ações articuladas entre Convivência e Colaboração; Articulação Pedagógica e Psicossocial; Proteção e Saúde; Segurança Escolar.

Todos os casos são registrados na Plataforma Conviva SP – Placon, sistema utilizado para acompanhamento de registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino. Há também a disponibilização de atendimento com profissionais por meio do Psicólogos na Educação, tanto para servidores e estudantes, mediante autorização dos responsáveis” informou. Os casos de violência nas escolas não ficam apenas em São Paulo, mas como em todo o Brasil.

Segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, um em cada dez estudantes brasileiros são vítimas frequentes da prática de bullying.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) foi contatado, mas não teve retorno até o fechamento desta Reportagem.

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