Caio França quer “aproximar mandato das pessoas” | Boqnews
Foto: Nara Assunção

Política

08 DE OUTUBRO DE 2014

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Caio França quer “aproximar mandato das pessoas”

Deputado estadual mais votado da região, vicentino destaca que saúde e mobilidade são prioridades; ele aponta ser possível o apoio a Aécio no segundo turno

Por: Da Redação

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Aos 26 anos, Caio França já viveu os altos e baixos típicos da vida política. Eleito vereador em São Vicente no ano de 2008 com uma das maiores votações da história da cidade, sofreu um duro revés nas urnas, quatro anos depois, ao ser derrotado pelo oposicionista Luis Claudio Bili. Mas, houve pouco tempo para lamentações. Lançou-se candidato a deputado estadual pelo PSB e, no último dia 5 de outubro, recebeu 123.138 votos (75.173 conquistados na Baixada), que o levaram à Assembleia Legislativa com a maior votação dentro do PSB paulista.

Caio foi o mais votado em São Vicente, Itanhaém e Mongaguá. Agora, quer aproveitar o momento para reforçar as bandeiras políticas da Baixada Santista e ser um “deputado presente e próximo das pessoas”. “123 mil votos geram uma grande responsabilidade, mas estou preparado para ela, principalmente com o ânimo que a juventude me dá”. Confira a íntegra da entrevista:

Quais são os principais desafios da Baixada Santista?

A grande tarefa é aproximar o mandato das pessoas. Temos muitas coisas para fazer pela Baixada, com relação à mobilidade urbana, acompanhar de perto a obra do VLT, que precisa ser ampliado para a Área Continental de São Vicente. A questão da saúde pública é outro foco. Hoje o atendimento é muito centralizado em Santos, que absorve a demanda regional. Precisamos ampliar a rede de hospitais e leitos, e São Vicente precisa participar disso. Ampliação das ETECs e FATECs, dois instrumentos importantes que o Estado deve ampliar. Temos o Polo Industrial de Cubatão, o Porto de Santos, o turismo, que é muito importante. O Vale do Ribeira também me deu uma grande votação e precisa de mais atenção do Poder Público.

 

Então, saúde e mobilidade são as maiores demandas da região, na sua opinião?

Penso que são vários, mas a saúde é um gargalo duro que precisamos resolver. Uma prioridade nossa. Eu venho de uma cidade em que 80% da população depende do Sistema Público, portanto quero dedicar o mandato a esta questão. Sem me esquecer de outras áreas, como a mobilidade urbana. Em uma região metropolitana, a principal característica deveria ser a integração e a facilidade de transporte e locomoção. Hoje a gente não consegue ver isso na Baixada. Acho que o VLT suprirá esta demanda, mas e preciso pensar urgentemente na ampliação dele, a chegada até outros lugares da Baixada.

Vicentino obteve mais de 123 mil votos para a Assembleia Legislativa (Foto: Nara Assunção)

Vicentino obteve mais de 123 mil votos para a Assembleia Legislativa (Foto: Nara Assunção)

 

A Prefeitura de São Vicente apresentou, recentemente, projeto para criar um Hospital Regional no Centro de Convenções. Porém, o Hospital São José possui leitos fechados. É possível tocar um projeto novo com os problemas já existentes em um equipamento da cidade?

Eu acho que as duas coisas podem caminhar paralelamente. O São José fica no coração da cidade, é tradicional e muito bem localizado. Já atendeu a saúde pública, tem condições de  fazer isso, possui bons leitos, instalações melhores que em vários locais. Faz parte do meu rol de atuações fazer com que o São José volte a atender o SUS. Tenho contato com funcionários e a diretoria do hospital, e é vontade deles que isso também aconteça. Mas, para este plano sair do papel, é preciso mostrar para o Governo do Estado a importância disso para São Vicente e para a Baixada. Eu vou contar com a ajuda de outros colegas deputados que também se elegeram, conhecem as demandas da cidade, não só para a construção de um novo equipamento, mas para reabri-lo à saúde pública.

 

A Baixada conta com um vice-governador e uma bancada de deputados maior que em relação à última eleição. Isso é mostra de um amadurecimento político?

É importante que a gente tenha gratidão. Tenho que honrar a confiança depositada em mim com muito trabalho. A gente sempre entra numa disputa pensando em ganhar mas, de fato, 123 mil votos criam uma responsabilidade ainda maior. Embora a política esteja um pouco desgastada, trago em mim a esperança de um jovem que tem energia, boa vontade e me sinto preparado para um novo desafio. Serei um deputado presente, atuante e combativo. Alguém que pensa de maneira rápida. O que atrapalha muito o fato das pessoas acreditarem na política é que tudo demora muito para acontecer. Então, acredito que a minha juventude possa fazer com que as coisas sejam ágeis. Até porque o jovem sempre tem pressa para fazer as coisas acontecer. E comigo não é diferente. Santos e a Baixada podem esperar muito trabalho. Vamos também usar a figura do Márcio França, vice-governador com base na Baixada Santista, que também contribuirá muito conosco. É hora de somar esforços. São seis deputados com raízes na região, temos tudo para evoluir. A escolha do governador Geraldo Alckmin já mostra um pouco deste amadurecimento e a importância Baixada. Os deputados eleitos também devem dedicar o mandato para cá. Mas, além do protagonismo, temos que ter união. Já conversei com a maioria dos deputados eleitos e temos a ideia de formar um bloco forte de pessoas unidas com o mesmo interesse em resolver problemas

 

Mas especificamente de São Vicente, qual será sua relação com o prefeito Bili, já que hoje seu partido faz oposição ao governo atual?

A nossa disputa política não pode ser maior do que a cidade. Quero contribuir, trazer toda a minha experiência para o local onde vivo e amo. O fato de ter disputado uma eleição para prefeito aumenta ainda mais minha responsabilidade. Vou me colocar à disposição e, ao mesmo tempo, acompanhar de perto todos os recursos que levarmos para lá. São Vicente não permite amadorismo, incompetência de perder recursos. Eu tenho independência para fazer isso, pois disputei a eleição sem nenhuma ajuda do Governo Municipal. Muito pelo contrário. Quero ser uma pessoa influente na minha cidade. Sei que muitas questões fogem da competência de um deputado, mas quero ter como influenciar nas soluções. Problemas básicos como lixo, falta de pagamento de professores são problemas que não cabem a mim, mas quero estar próximo para opinar e ajudar a criar soluções.

 

O PSB possuía uma candidata à presidência (Marina Silva), que acabou não indo para o segundo turno. Em São Paulo, há um alinhamento com o PSDB. É possível firmar o apoio ao Aécio Neves no plano nacional?

Eu penso que sim. Fizemos uma campanha de oposição ao atual governo, por isso é natural que nosso caminho seja para a mudança. Então, hoje é natural que quem representa essa mudança à atual gestão é a candidatura do Aécio Neves. Minha posição pessoal é de apoio total a ele. Mas eu aprendi na minha vida a agradecer, e tenho que agradecer muito ao partido, sou partidário e respeitarei a decisão do PSB. Mas, não tenho dúvidas do apoio ao Aécio. Nós temos tudo para ganhar esta eleição. O PSB tem uma grande força no Nordeste. É importante lembrarmos isso: 60% dos nossos deputados são daquela região. É importante que a gente respeite isso. Pernambuco, que elegeu a maioria dos nossos deputados, tem tendência de apoiar o Aécio e nós, aqui em São Paulo, nos sentimos ainda mais a vontade para apoiá-lo e marchar junto com ele neste segundo turno, com essa nova opção. Aécio é inteligente, experiente, um grande político e acreditamos que pode fazer um grande governo.

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