
Inaugurado oficialmente no final de dezembro, o prédio ainda não funciona ao público e nem há previsão para seu funcionamento. Foto: Nara Assunção/Arquivo
Diante de sucessivos atrasos na reabertura do Hospital dos Estivadores para atendimento à população, mesmo após consumir R$ 60 milhões na sua remodelação, a Comissão de Saúde e Higiene da Câmara Municipal, por iniciativa da vereadora Telma de Souza (PT) e presidente do colegiado, vai realizar audiência pública para discutir os reais motivos que impedem o início das atividades na unidade. Subscrito pelos membros da Comissão, vereadores Manoel Constantino (PMDB) e Ademir Pestana (PSDB), o debate vai acontecer no próximo dia 10 de fevereiro, às 14 horas, no auditório Zeny de Sá Goulart, no Castelinho, sede do Legislativo.
Fechado para atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2010, o hospital é fundamental para o atendimento de saúde de toda a população da Baixada Santista, especialmente por Santos ser a cidade-polo para os atendimentos que envolvem procedimentos de média e alta complexidade, como cirurgias e consultas com especialistas. O hospital foi adquirido pela Administração Municipal em 2011 e as obras foram iniciadas no ano seguinte. A partir de 2014, o atual governo desistiu do projeto anterior e iniciou mais um desenho do perfil e da estrutura do Estivadores.
As obras seguiram e, no final de junho do ano passado, às vésperas da eleição municipal, a Prefeitura de Santos anunciou a entrega das obras. Como o projeto não havia sido concluído, no dia 22 de dezembro passado, a Prefeitura promoveu nova inauguração do Complexo Hospitalar dos Estivadores – como é chamado agora o antigo Hospital Internacional dos Estivadores. Contudo, o hospital permanece fechado.
Desde dezembro, o Hospital conta com as equipes contratadas sem oferecer a assistência à saúde da população. São recursos municipais empregados em uma unidade que, por ora, não corresponde ao seu objetivo principal: o atendimento à população.
Para Telma de Souza, é fundamental esclarecer à população o que realmente está acontecendo com o hospital. Para ela, os recursos públicos empregados tanto na aquisição do imóvel, nos seus projetos de remodelação e nas obras quanto no custeio das equipes não podem ser desperdiçados em a contrapartida da oferta de consultas, exames, cirurgias e demais procedimentos.
“A população tem que ser respeitada. Não se pode iludir quem precisa de atendimento, com inaugurações fictícias, e, no dia seguinte ao evento, as portas do Hospital permanecerem fechadas. Quem aguarda atendimento tem pressa e a Prefeitura tem que esclarecer o que acontece e, por isso, a Câmara Municipal cumprirá seu papel constitucional de fiscalizar o Poder Executivo”, afirma a vereadora.