As chuvas recordes que atingiram a Baixada Santista nas últimas horas, provocando até o momento 15 mortes e outros 33 desaparecidos, afetaram milhares de motoristas que ficaram presos no trânsito e estradas em razão dos alagamentos.
Carros foram abandonados pelos motoristas nas vias públicas e sob as calçadas.
Por sua vez, a terça-feira foi agitada para os motoristas de guinchos que trabalharam de forma ininterrupta para atender os motoristas ilhados.
No entanto, mesmo quem tem seguro para o veículo deve ficar atento se o modelo do seguro contratado prevê indenização por causas naturais, como enchentes.
Caso contrário, o motorista pode arcar com todo o prejuízo, pois o seguro pode não cobrir determinados itens.
Mas existem alguns detalhes que fazem a diferença.

Em razão das chuvas, muitos motoristas colocaram os carros sob as calçadas para evitar danos aos veículos. Foto: Nando Santos
Situações
Caso a enchente ocorra dentro de uma garagem no subsolo de um condomínio, seja comercial ou residencial, a primeira etapa a se fazer é acionar o seguro tão logo ocorra o esvaziamento da mesma.
Segundo o corretor de seguros, Luiz Vita, caso o contrato preveja o seguro para fenômenos naturais e o sinistro ocorrer dentro de um condomínio, o proprietário pode acionar o seguro do prédio para solicitar o ressarcimento das despesas.
Assim, não há necessidade de pagamento de franquias, pois quem será acionado será o seguro do prédio – e não do motorista.
No entanto, caso o prédio não tenha este tipo de seguro, cabe ao motorista arcar com o custo e depois questionar o débito na Justiça – o que demandará um tempo maior – contra o condomínio.
Caso a situação ocorra em uma via pública, a recomendação é que o motorista não tente atravessar por áreas alagadas.
“Se o motorista estiver em uma situação onde é impossível passar e não tem como retornar, ele deve parar/estacionar o carro e, se for o caso, para sua segurança, sair dele”.
“Se tentar atravessar a enchente – e a seguradora tem como saber se o motorista fez isso ou não – a empresa não pagará pelo sinistro, pois entende que o motorista foi imprudente”.
Por sua vez, já existem seguradoras que oferecem higienização dos veículos atingidos por enchentes para casos de pequena monta.
No entanto, destaca Vita, ainda não há cobertura decorrente de ressacas do mar, como ocorrido na Ponta da Praia há alguns anos, quando carros foram atingidas pela ressaca em prédios estacionados naquele trecho da orla.
“Eles entendem que isso (a ressaca) é previsível”, diz.