O novo Centro de Atividades Turísticas de Santos (CAT) já está com 95% das obras concluídas e tem previsão de inauguração para a segunda quinzena de outubro, porém a liberação depende ainda da avaliação do Corpo de Bombeiros.
As obras no local foram realizadas pela iniciativa privada, por meio de uma contrapartida exigida pela Lei de Uso e Ocupação do Solo, ou seja, não houve investimento público no local. O CAT faz parte do programa Nova Ponta da Praia que já teve diversas obras concluídas, como a fonte interativa, ciclovias e também o Mercado de Peixes.
O espaço, com área de 32.565,81 metros quadrados, terá no andar térreo um pavilhão de feiras e exposições de 8,5 mil m² e, no andar superior, um salão de eventos com 4,5 mil m² (3,5 mil m² de área útil). As capacidades dos locais são de 4mil e 3,2mil pessoas, respectivamente. Além disso, toda a parte externa do CAT será revitalizada. A Praça Almirante Gago Coutinho já está ganhando um novo visual.
Licitação

Empreendimento está na fase final das obras/ Foto: João Pedro Bezerra
De acordo com a Prefeitura de Santos, a licitação para saber quem vai gerir o Centro esteve em fase de recursos, com uma empresa habilitada. A abertura do envelope com a proposta dessa empresa ocorreu nesta sexta (25). O certame está agora em fase de homologação, prevista para ser publicada no Diário Oficial nos próximos dias.
A única empresa habilitada foi a francesa GL Events, que tem atuação em países de todos os continentes, como Estados Unidos (América), Itália, França (Europa), África do Sul (África), Emirados Árabes (Ásia) e Austrália (Oceania). No Brasil, a empresa atua em centros de São Paulo, Rio de Janeiro e também em Salvador.
O contrato de concessão é válido por 24 anos, com estimativa do imóvel avaliado em mais de R$ 32 milhões. A empresa está isenta do pagamento do IPTU, por conta do aval da Câmara. A estimativa é de isenção de R$ 1 milhão anual.
A outra empresa que estava concorrendo na licitação Fredy da Silva Gonçalves Bento recorreu da decisão, mas sem sucesso.
Turismo
Um dos setores mais beneficiados com o CAT será o turismo e a economia. Isso porque o local vai injetar recursos para a Cidade em uma área pouco frequentada no período noturno e aos fins de semana. Com os mais variados eventos: feiras, exposições, encontros de negócios e apresentações artísticas, como música e dança, o espaço dará um novo patamar de eventos a Santos.
A expectativa por parte do setor é uma das mais positivas, principalmente por conta que as pessoas devem retomar a atividades, como passeios e viagens nos próximos meses, já que a pandemia dá sinais de queda não só em São Paulo, como em todo o país.
De acordo com a advogada com ênfase em turismo, Carla Macedo, o local beneficiará toda a Baixada Santista “O ambiente concentrado valoriza ainda mais o porto e a orla”, destacou. Em relação ao processo de atrair turistas para o Município, a profissional cita que o CAT vai proporcionar uma série de eventos de grande impacto, atraindo viajantes dos mais diferentes perfis.
Trabalhadores
Quem trabalha na Ponta da Praia está otimista em relação ao comércio e o fortalecimento da economia. Os permissionários do Mercado de Peixes estão confiantes em relação ao novo Centro de Atividades Turísticas, vizinho ao novo Mercado de Peixes.
Assim, a expectativa é que o empreendimento leve mais pessoas ao local, que além de oferecer os mais diferentes tipos de pescados, conta com a atração do Restaurante Paru, comandado pelo chef Dário Costa, vencedor do reality show Mestre do Sabor, da TV Globo.
Além disso, outro grupo confiante nas mudanças são os comerciantes locais e os taxistas que ali fazem ponto nas imediações do 3º Distrito Policial.
O taxista Rone Mendes acredita que o movimento de passageiros terá um grande aumento. “As pessoas que irão ao evento querem segurança e o táxi oferece isso. O público muitas vezes deixa o carro em casa, para curtir mais o evento, podendo ingerir bebida alcoólica e sabe que do lado de fora estarão taxistas capacitados e autorizados a trabalhar pela Prefeitura”, enfatizou Rone.
Tráfego

Fluxo de pedestres é constante/ Foto: Nando Santos
Se o Centro de Atividades Turísticas será positivo para a economia e o turismo, um setor pode ter impactos negativos.
Após o início das obras, o trânsito no local apresentou problemas, especialmente nos horários de pico e finais de semana. Dessa forma, o mais visível é a saída de pedestres e ciclistas das barcas e balsas.
Com a faixa distante, as pessoas preferem se arriscar atravessando no cruzamento antigo.
Já para quem utiliza as bicicletas, precisa passar por quatro pistas e quando o semáforo fica no vermelho no meio do percurso transforma-se em um verdadeiro caos, pois os ciclistas não têm espaço e ficam na passagem dos carros e motos. O buzinaço é inevitável.
Além da balsa, da concentração de ônibus municipais e intermunicipais e do trânsito já habitual na região, o CAT terá 380 vagas para estacionamento – pouco mais da metade que o Mendes Convention Center, o que pode saturar ainda mais o tráfego e vias próximas.
De acordo com o pesquisador da Unisanta e engenheiro Eduardo Lustoza, a faixa de pedestres poderia ser modificada para o antigo local, havendo um melhor deslocamento dos usuários que atravessam ao Guarujá. Em relação ao número de vagas no estacionamento do CAT, ele acredita que o número seja suficiente, pois certamente houve um estudo de logística para a obra na Ponta da Praia.
Prefeitura
Questionada sobre o trânsito no local, a Prefeitura de Santos emitiu a seguinte nota. “Destacamos que o local passa por obras que vão tornar o acesso às balsas mais rápido, organizado e seguro. Pedimos a paciência e compreensão dos usuários”.
“Após o término dos trabalhos, o fluxo de veículos será normalizado, deixando de sobrecarregar a avenida da praia, e os tempos semafóricos para os pedestres serão readequados de acordo com a demanda futura. Para a segurança de todos, pedestres e motoristas devem seguir a sinalização presente em todo o trecho”.