Muito mais do que comida, a gastronomia é a identidade de um povo, tornando-se marca registrada da região de origem. Consumir alimentos típicos de um país ou de uma região, por exemplo, é uma forma de conhecer parte de sua tradição à distância.
Mesmo no atual cenário econômico, foram abertos 80 estabelecimentos em Santos neste ano com propostas bem diferentes, comprovando que o consumidor está sempre em busca de novas experiências gastronômicas e os locais buscam saciar esta curiosidade.
“Devemos estar atentos, pois muitas vezes não entregam a verdadeira expressão de um povo por não sê-lo, ocasionando mais confusões do que esclarecimentos”, destaca a pesquisadora de comida e personal chef, Georgia Bastos.
Para Georgia, os brasileiros precisam se aproximar dos modos tradicionais de se alimentar como uma forma de entendimento da própria cultura. “Apenas com o aprofundamento do conhecimento sentiremos orgulho da nossa expressão por meio da gastronomia”, salienta.
Roteiro local
A Rua Tolentino Filgueiras, no Gonzaga, representa da melhor maneira a evolução do roteiro gastronômico local. Por lá, em poucos metros é possível viajar pelos sabores da Itália, com a Cantina Di Lucca; do México, com o Guadalupe; Argentina, no Parrilla San Pablo; no Japão, com o Yow Sushi Louge; na China, no China in Box. As opções são muitas, agradando os mais exóticos paladares e o roteiro vai além desta região. A Avenida Siqueira Campos, por exemplo, está virando uma referência gastronômica. Em pouco tempo surgiram dois novos espaços trazendo novidades e chefs, como é o caso do O Almanaque (veja quadro ao lado) e do Amsterdam.
A Ponta da Praia é outra região que ganha destaque, com restaurantes como o Nhá Gastronomia, que trouxe chef de São Paulo para comandar a cozinha, e J. Garcia, Maurício, especialistas em frutos do mar.
Com responsabilidade e muito estudo, os profissionais de cozinha tentam resgatar culturas e criar novas sensações no paladar do consumidor. No quadro ao lado, conheça três chefs de Santos com propostas completamente diferentes em sua linhagem de criação e produção.
Os programas de televisão que envolvem a gastronomia têm ganho novos formatos e, consequentemente, atraído cada vez mais outro perfil de telespectador.No passado, o estilo que dominava nas telas eram mais focados em ensinar as receitas a quem estava do outro lado, atraindo principalmente as donas de casa. Muitos ainda resistem com o passar do tempo, principalmente pelo carisma da apresentadora, como é o caso do Programa da Palmirinha Onofre (transmitido pela Fox) e o Mais Você, com a Ana Maria Braga (na Globo).
Todavia, o que mais tem sido visto nos canais de televisão são os realitys culinários, promovendo desafios entre chefs e aspirantes. Exemplo disso foi a segunda edição do Master Chef Brasil, na Band, que teve como um dos finalistas o santista Raul Lemos, que junto com outros participantes está investindo em um projeto de comida de rua e programas no youtube, com o Nóiz Moscada.
A repercussão e participação do público por meio das redes sociais foi tão grande que o canal resolveu investir também no Master Chef Kids — lançado na última terça-feira (20) — no qual crianças a partir dos nove anos comandam fogões e utensílios profissionais. Logo no primeiro episódio, os chefs mirins chamaram a atenção e mostraram que para ter talento não existe idade.
De acordo com o chef Marcos Rossetto, que recentemente partipou do Que Seja Doce e da Batalha de FoodTrucks, ambos na GNT, o destaque para a culinária fez com que a profissão fosse mais valorizada.
“Hoje todo mundo quer ser um chef. Quer saber cozinhar, além disso, ganhamos mais destaque e saímos um pouco da cozinha para também fazer o social”, conta. (CC e NA).