Comerciantes lutam pela sobrevivência de seus negócios | Boqnews
Foto: Carla Nascimento

Pandemia

23 DE ABRIL DE 2021

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Comerciantes lutam pela sobrevivência de seus negócios

Números, porém, revelam alta de estabelecimentos fechados. E cenário pode ser ainda pior

Por: Da Redação

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A pandemia da Covid-19 foi um golpe na saúde pública, na economia e no trabalho da população de todo o país, certamente poucas pessoas imaginariam que o atual cenário de restrições fosse durar tanto tempo.

Diversos comerciantes até aguentaram a primeira onda do vírus no Brasil, porém com as novas variantes e mais restrições nos protocolos de segurança, a situação ficou ainda mais delicada.

Basta percorrer as ruas de Santos para perceber a quantidade de comércios que fecharam ao longo da pandemia. E esta sensação de fechamento de estabelecimentos já é possível ser quantificada.

Segundo dados divulgados pela Prefeitura de Santos, 1336 empresas tiveram suas respectivas atividades encerradas no ano passado.

Já apenas no primeiro trimestre de 2021, foram registrados 521 fechamentos, ou seja, se manter o ritmo de atividades encerradas, o município poderá ter mais de 2 mil empresas fechadas neste ano, o que significa um aumento de mais de 50%.

Em nota, a Secretaria de Finanças (Sefin) esclareceu que o Cadastro Fiscal tem como finalidade básica a cobrança dos tributos municipais, cujo controle de abertura e encerramento das empresas depende da iniciativa do interessado e da fiscalização da Prefeitura, que teve requerimentos dos contribuintes e operações fiscalizatórias prejudicados pela pandemia, podendo apresentar distorções em seus números. Ou seja, os números podem ser ainda maiores que os oficiais.

Comércio fechado na Av. Conselheiro Nébias/ Foto: Carla Nascimento

Sindicato

De acordo com o presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares da Baixada Santista e do Vale do Ribeira (Sinhores), Heitor Gonzalez, a situação no setor é crítica “Muitos comerciantes não têm dinheiro para pagar seus funcionários. O prejuízo é enorme, já são quase 14 meses de pandemia e os restaurantes ficaram seis meses fechados e os hotéis, oito”, citou Gonzalez.

Além disso, ele ressaltou que a estimativa é que 50 mil pessoas já perderam o emprego no comércio na Baixada e no Vale do Ribeira.
Heitor também enfatizou que é preciso uma ação do Governo Federal, como a retomada da MP 936, que permite benefícios para as empresas manterem seus empregados. A decisão do Governo deve sair na próxima semana.

Por fim, o presidente criticou as restrições de horários nos estabelecimentos, citando que o horário reduzido – fechamento até às 20 horas – acaba causando aglomerações “No lockdown, houve aglomeração nos mercados na sexta-feira, pois os locais estariam fechados nos fins de semana. Seria mais fácil ampliar o horário em 24h e assim as pessoas poderiam ficar mais tranquila em relação às aglomerações”.

Fechados

Dentre os setores com mais prejuízos durante a pandemia estão os bares e restaurantes que além das restrições no horário precisaram lidar com a disparada no preço dos alimentos, como o arroz, a carne e o feijão, que foi alavancada pelo aumento do dólar. A cesta básica, por exemplo, aumentou 27% em um ano.

Assim, sem retorno e com os produtos cada vez mais caros, o cenário para alguns comerciantes ficou insustentável.
Um restaurante localizado na Avenida Ana Costa, no bairro do Gonzaga, abriu as portas em fevereiro do ano passado. A expectativa era de um futuro promissor, pois no local passam milhares de pessoas, ávidas para almoçar quando saem do trabalho.

Porém, um mês depois, o coronavírus chegou ao País e o restaurante viu a clientela diminuir. Com a obrigatoriedade do delivery nos momentos mais restritivos, a situação ficou ainda mais difícil.

De acordo com uma das proprietárias, que preferiu não se identificar, o custo para manter o estabelecimento ficou elevado, em razão da necessidade de pagar o aluguel e outras despesas. Assim, o funcionamento apenas por delivery causou um déficit financeiro e o local precisou encerrar as atividades em janeiro passado.

Segundo a responsável, o momento é de incertezas, pois, infelizmente, ela não vislumbra a retomada de mais projetos.

Outros Pontos

Nem mesmo um dos pontos mais tradicionais de Santos conseguiu suportar os impactos causados pela pandemia.

O Petit Verdot, parada obrigatória para quem gosta de vinhos, teve as atividades da loja física localizada no Boqueirão encerradas no mês de fevereiro.

De acordo com o  jornalista, José Rodrigues, o estabelecimento sempre teve um respeito pelos clientes e funcionários, tentando ao máximo evitar os riscos. “Fizemos um teste e vimos que as pessoas não respeitavam as regras. Ao mesmo tempo em que sentíamos, no final do ano passado, que a pandemia voltaria para valer, como voltou. Então, resolvemos parar de atender presencialmente e continuamos no mercado de vinho, mas entregando em casa”, destacou Rodrigues.

O responsável pelo local ressaltou que o fechamento também foi causado pelo primeiro semestre de 2021 ser perdido, haja visto o aumento do contágio da Covid-19.

A loja física ficou aberta durante 10 anos. Rodrigues salienta que a experiência foi incrível, pois o local conseguiu proporcionar um ambiente único com música boa e dando liberdade de escolha para o cliente, fazendo que a área fosse uma das mais charmosas de Santos,

Apesar do fechamento do estabelecimento, as pessoas ainda podem adquirir os produtos do Petit Verdot e aproveitar um bom vinho ligando para o delivery. facebook.com/petitverdotsantos.

Petit Verdot segue com a venda de vinhos por delivery/ Foto: Divulgação

Fim do túnel

Com a pequena melhora nos índices da saúde, parte das atividades comerciais voltaram a funcionar com uma série de restrições de horário e ocupação, após o anúncio da fase de transição do Plano São Paulo por parte do Governo do Estado.

A expectativa dos comerciantes é não fechar mais as portas, já que a vacinação contra a Covid-19 acaba sendo uma luz no fim do túnel para a tão sonhada volta da normalidade no País e na região. Mas sabem que só com a vacinação plena a situação ficará melhor.

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