É comum não saber qual o verdadeiro custo de se manter um veículo, mas quando se coloca na ponta do lápis é que dá para perceber o real dispêndio com este item. Se a escolha for feita somente baseada nos números, dificilmente alguém escolheria ter um carro e sim utilizaria o transporte coletivo por ser mais econômico. “O carro hoje está muito caro. Você tem gastos com manutenção, combustível, estacionamento, uma série de gastos diários que vão consumindo os recursos”, afirma o economista José Pascoal Vaz. De acordo com ele, a depreciação de um carro também acontece rápido, o que faz com que o proprietário ainda perca dinheiro. “Se você comprar um carro por R$ 40 mil, em pouco tempo ele estará custando cerca de R$ 27 a 30 mil. Então, a perda ainda é muito grande e rápida. Com esse dinheiro, você não consegue nem recompor as perdas com a inflação. Sem falar dos aborrecimentos que você tem e que acaba se sentindo melhor andando de ônibus, porque é mais racional”, afirma. O custo mensal para manter um veículo é alto e nem sempre está calculado no orçamento doméstico. Um veículo popular, que custa em torno de R$ 30 mil, comprado por meio de um financiamento tem custo anual de R$ 7.380,00, IPVA de R$ 1.200, Seguro Obrigatório (DPVAT) de R$ 84,87, licenciamento R$ 50,59, seguro de R$ 2.765,00 (valor calculado sem filho menor de 24 anos que se utiliza do veículo), depreciação de 10 a 20% ao ano e consumo de gasolina (R$ 150/mês), estacionamento (R$ 90/mês) e lavagem (R$ 40/mês). Calculando-se, a partir deste exemplo, o custo mensal para se manter o veículo gira em torno de R$ 980,03, o que permitiria comprar cerca de 445 passagens para utilizar o transporte coletivo em Santos, uma média de 18 passagens por dia útil. Levando-se em conta que são gastos apenas quatro passagens diárias, o custo com o transporte coletivo chegaria a R$ 220,00. Mesmo se fosse utilizado o ônibus seletivo, com custo de R$ 2,90, ainda sairia por cerca de 1/3 do que é gasto com o veículo. “Quando você analisa todos esses fatores de quanto se gasta realmente para manter o veículo, é que você sente o quanto está sendo irracional. É bom lembrar que não é investimento porque quando o carro sai da loja ele está em depreciação. Você pode até achar que valorizou porque o valor aumentou, mas não acompanha nem a inflação”, destaca Pascoal Vaz. (RO)
28 DE ABRIL DE 2008
Custo não é considerado
É comum não saber qual o verdadeiro custo de se manter um veículo, mas quando se coloca na ponta do lápis é que dá para perceber o real dispêndio com este item. Se a escolha for feita somente baseada nos números, dificilmente alguém escolheria ter um carro e sim utilizaria o transporte coletivo por ser […]