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17 DE JULHO DE 2009

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Da praia ao estuário

Os canais de Santos têm cada qual sua peculiaridade. Todos respondem por uma avenida cujo nome é menos lembrado do que o número do canal onde se situa — o que comprova a importância não só histórica, mas até de imersão na cultura santista —  que as obras do engenheiro Saturnino de Brito, iniciadas há […]

Por: Da Redação

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Os canais de Santos têm cada qual sua peculiaridade. Todos respondem por uma avenida cujo nome é menos lembrado do que o número do canal onde se situa — o que comprova a importância não só histórica, mas até de imersão na cultura santista —  que as obras do engenheiro Saturnino de Brito, iniciadas há 102 anos, tomaram com o tempo. Um deles, em especial, chama a atenção:  o Canal 4, que percorre a Avenida Siqueira Campos, estendendo-se da praia à Bacia do Macuco, junto ao cais.

Assim, ele é o único canal que não sofreu descaracterizações provocadas pela urbanização e cobertura dos espaços —  antes da proibição legal (os canais são tombados pelo Conselho de Desenvolvimento do Patrimônio Histórico do Estado) — ao longo das décadas e que une os extremos do mar: das praias até o estuário.

Outras características: o trecho que se estende do Canal 1, onde se situa a Avenida Pinheiro Machado até a Avenida Siqueira Campos, soma 2.525 metros. Já o da Siqueira Campos em direção ao Canal 7, onde está a Avenida General San Martin, na Ponta da Praia, tem 3.200 metros.

A via conta com algumas curiosidades. Logo na frente do canal, no sentido praia-Macuco, destacam-se os números 22 e 24 da Avenida Bartolomeu de Gusmão, na esquina com a Siqueira Campos, tidos como alguns dos prédios mais tortos de toda a orla — uma das peculiaridades, aliás, da própria faixa da orla santista, embora os desvios estejam corrigidos — , em razão do solo arenoso. Tanto é que no número 22 da via fica o Bar do Torto, tradicional estabelecimento musical, cujo nome sintetiza o que representa este trecho da avenida.

Por falar em comércio, trata-se de uma área em expansão na avenida, outrora restrita a residências. Ao todo, existem 436 estabelecimentos dessa natureza ao longo da via, de acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin). Boa parte deles se concentra no trecho inicial, até, aproximadamente, a Avenida Afonso Pena.

O setor alimentício, em seus diversos ramos (atacado, varejo, bares, pizzarias, padarias, lanchonetes, restaurantes, açougues, buffets) é o que existe em maior quantidade, com quase 40 referências. Em números absolutos — ou seja, de inscrições de mesmo ramo —, as campeãs são as costureiras. Ao todo, a  Siqueira Campos conta com 37 profissionais da área registradas na Prefeitura. Número que supera, por pouco, o de taxistas cadastrados na avenida —  são 36 motoristas.

Siqueira Campos
O nome da avenida que remete ao canal presta homenagem ao militar e político brasileiro Antônio de Siqueira Campos. Nascido em Rio Claro, em 1898, foi membro do Movimento Tenentista e da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, ato marcante do fim dos anos 20/início dos anos 30 no Brasil. Hoje, ele também batiza o Parque Trianon, na Capital, e a Praça do Relógio, em Belém (PA). Faleceu em maio de 1930 em um acidente aéreo.


Guilherme Álvaro é referência regional


É da área médica uma das maiores referências da Avenida Siqueira Campos. Trata-se do Hospital Guilherme Álvaro (HGA), órgão da Secretaria de Estado da Saúde, e local para atendimento de moradores de Santos, Baixada Santista e Vale do Ribeira.






Em 2007, a instituição foi premiada pelo Ministério da Saúde com o Prêmio Nacional Fernando Figueira, o “Oscar” do meio, no que diz respeito ao atendimento humanizado a crianças da região Sudeste do Brasil.

O lugar onde hoje se situa o HGA tem também relação direta com a função inicial do canal. De acordo com site Novo Milênio, que discorre sobre a história de Santos, o projeto original do Canal 4, inaugurado em 1911, era justamente para o transporte de pequenas embarcações com passageiros doentes que chegavam a Santos, com destino ao Hospital do Isolamento — atual terreno do Guilherme Álvaro, inaugurado em 1913, mesma época da Doca do Macuco.

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