Estudo de hidrovia regional tem início nesta semana. | Boqnews

Transporte

29 DE AGOSTO DE 2014

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Estudo de hidrovia regional tem início nesta semana.

Na última terça-feira (26), sistema de hidrovia foi debatido em reunião do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb)

Por: Da Redação

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Mesmo considerado o meio de transporte mais econômico e limpo ambientalmente, o sistema hidroviário ainda é pouco utilizado no Brasil, tanto para uso de passageiros como para o de cargas. Na Região Metropolitana da Baixada Santista, por exemplo, que – de acordo com especialistas possui ampla capacidade para desenvolver este tipo de transporte – poucas são as opções.

De acordo com o engenheiro, professor universitário da Unisanta e diretor de Portos da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS), Eduardo Lustoza, a matriz de transporte do país como um todo ainda é burra. “Temos uma matriz invertida. Ela é diretamente proporcional à má qualidade e incompetência do Poder Público, que não investe em outros modais, como o hidroviário, que tem diversos benefícios”, acredita o especialista.

O sistema falho, de acordo com Lustoza, interfere diretamente em toda a cadeia produtiva além da própria população. “As empresas dependem de uma boa matriz e desta maneira perdem competividade com o mercado exterior, pelo tempo que demoram para transportar os produtos. E a população perde qualidade de vida pelo tempo perdido no trânsito”, ressalta.

Na última terça-feira (26), o tema foi debatido em reunião do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb). O encontro teve início com apresentação do diretor do Departamento Hidroviário da Secretaria de Estado de Logística e Transporte, Casemiro Tércio, que anunciou o início de um estudo a ser elaborado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), já a partir desta semana.

Estudo
De acordo com Casemiro, o projeto final deve ser entregue em até 10 meses, portanto, em junho do próximo ano. No final de janeiro de 2015, ao completar cinco meses de estudo, porém, será apresentada a primeira parte já com os valores da elaboração do sistema, tanto das possíveis rotas da hidrovia regional como do próprio modelo a ser utilizado da embarcação, valor da tarifa, entre outros fatores.

O objetivo, de acordo com Casemiro, é fazer um projeto realista e o mais concreto possível, para que consiga sair do papel no tempo previsto. No final do estudo, também serão realizadas consultas públicas com a comunidade. “Com o estudo pronto – indicando a viabilidade técnica e econômica – a próxima etapa será buscar uma Parceria Público-Privada (PPP)”, explica. Uma licitação será aberta para que a empresa vencedora possa operar o sistema.

A concretização, que tem meta para ser entregue no final de 2018, depende de etapas importantes, que envolvem as três esferas públicas: municipais, estadual e federal. O sistema deverá ser, por exemplo, interligado com o transporte público de todas as cidades que será implantado, com a utilização de um bilhete único, com ônibus e o Veículo Leve Sobre Trilhos. “Conectar o transporte é essencial. Este processo multimodal é o coração de uma matriz de transporte de passageiros equilibrado”, ressalta .

Já a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) também faz parte do processo, pois o principal canal de navegação está sob seu controle. Vale lembrar que a Codesp é subordinada à Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), que trabalha paralelamente em um estudo deste mesmo modal só que visando o transporte de cargas na região.

O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), ressaltou no dia a importância do projeto. “Vejo um resultado prático, com prazos, execução e resultados do trabalho para que no final de 10 meses tenhamos um trabalho concreto para que possamos dar continuidade ao tema para melhorar a vida das pessoas. A utilização deste grande potencial que temos pode ser considerada esquecida, pelo pouco que é utilizada”, explica.

Para a prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito (PMDB), o projeto é favorável e estratégico para a região. “Cada cidade precisa se envolver neste estudo que vai integrar os municípios da Baixada Santista. Fiquei muito satisfeita com o que vi e me coloquei à disposição no que for necessário. Estamos muito próximos de concretizar um sonho antigo das nove cidades da região”.

Seminários
As hidrovias já foram temas de dois recentes seminários. O último Hidrovia Já aconteceu em maio deste ano e debateu as diversas soluções logísticas hidroviárias para a Baixada Santista, promovido pela Associação de Engenheiros e de Arquitetos de Santos (AEAS) e o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-SP), com apoio da Unisanta.

“Considero um crime de omissão pública a falta ainda hoje de investimentos neste modal”, enfatiza Lustoza. Na região, de acordo com o profissional, o problema é que falta logística e a concretização de projetos que melhorem efetivamente o transporte coletivo. “Um exemplo é a alternativa à balsa ligando Santos e Guarujá. Afinal, o projeto de ponte virou túnel submerso, mas até agora nada ocorreu de concreto”, explica.

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