Hospital pretende implantar terapia com utilização de animais | Boqnews

Cidades

05 DE MAIO DE 2009

Siga-nos no Google Notícias!

Hospital pretende implantar terapia com utilização de animais

A ‘pet terapia’, ou terapia por animais, é um dos projetos de humanização que o Hospital Municipal Irmã Dulce pretende implantar visando a evolução clínica dos pacientes. O projeto está em fase de planejamento e deverá contar a participação do Canil da Guarda Civil Municipal (GCM). A princípio, dois cães estão em análise: Satine, da […]

Por: Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

A ‘pet terapia’, ou terapia por animais, é um dos projetos de humanização que o Hospital Municipal Irmã Dulce pretende implantar visando a evolução clínica dos pacientes. O projeto está em fase de planejamento e deverá contar a participação do Canil da Guarda Civil Municipal (GCM). A princípio, dois cães estão em análise: Satine, da raça golden retriever, e Brown, um labrador da Guarda Civil Municipal.


A fonoaudióloga Eliane Selma do Valle Blanco, coordenadora do projeto e dona de Satine, explica que a ‘pet terapia’ consiste em visitas semanais monitoradas de animais a crianças e adultos internados, tanto nos leitos como em outros espaços do hospital. “A presença do animal faz com que as pessoas se sintam mais relaxadas num lugar onde, às vezes, podem se sentir ameaçadas”, destaca. Com um ano e dois meses, a Golden foi adquirida pela fonoaudióloga num canil. “Sempre pensamos em desenvolver esse tipo de trabalho. Ela já veio com esse objetivo”.


A terapia pode se desenvolver com outros animais, como gatos e coelhos, apesar do cão ser preferencial no envolvimento com humanos no ambiente hospitalar. “Eles ajudam a diminuir a resistência a tratamentos dolorosos e ao próprio ambiente, que pode parecer hostil. Isso acaba fomentando a recuperação física rápida, entre outros benefícios”, explica a fonoaudióloga, que pesquisa o assunto e procura conhecer experiências de hospitais que promovem o serviço.


Em seu estudo, a técnica encontrou resultados positivos na recuperação não apenas de crianças, mas também de adultos. “Para pacientes psiquiátricos, o animal acaba atuando como um elo entre ele e o mundo”, menciona. “Temos conhecimento de trabalhos com idosos, pacientes com senilidade ou mesmo Alzheimer. Ver aquele animal acaba evocando memórias afetivas, fatos da vida, o que favorece a comunicação.”


Perfil


No Hospital Irmã Dulce, a princípio pretende-se usar cães, selecionados pelo perfil. “É um grupo fixo de animais selecionados. Eles têm que ser de raça e temperamento reconhecidamente mansos, que interajam bem com humanos e aceitem ser tocados”, prossegue a fonoaudióloga Eliane Blanco. “Além de ser de raça dócil, os cães devem ter o temperamento ideal para esse trabalho, sem serem medrosos demais, nem agressivos demais”, detalha.


Os cães para terapia devem ser saudáveis, vermifugados, sem qualquer tipo de doença (inclusive de pele) e ter a carteira de vacinação atualizada. Quando preparados para atuar dentro do hospital, eles tomam banho e receberem gel anti-séptico nas patas para visitar os pacientes.


Os pacientes terão liberdade de escolha: é perguntado se têm medo de animal e se desejam receber a visita. Em caso de resposta positiva, a pessoa poderá apenas observar, brincar, falar e tocar no animal, já treinado para esse tipo de integração. As visitas não poderão ultrapassar uma hora e terão a participação de um voluntário, que pode ser o dono do animal ou alguém que tenha domínio sobre ele, além de um técnico de saúde.


Adestramento


O inspetor Geraldo da Silva, da GCM, conta que esse trabalho será pioneiro e exigirá adestramento específico. “O cão para esse trabalho deve ser dócil, passivo e atuar com disciplina, obediência, sendo ao mesmo tempo alegre”, define. Com nove meses de idade, Brown é pura energia. Foi doado à Guarda aos cinco meses porque o dono queria um cão de guarda e descobriu que Brown não se enquadrava neste perfil.


“Ele fazia muita bagunça porque é muito ativo, brincalhão. Costumamos dizer que o labrador é uma eterna criança”, explica. “Para evitar situações desse tipo, e até de abandono, que conscientizamos sobre a posse responsável. Antes de adquirir um filhote, é preciso se orientar sobre as características da raça”.


Ao todo, o Canil da Guarda conta com 11 cães, que foram doados ou comprados. São cinco rottweilers, quatro pastores e dois labradores, todos machos. Os animais treinados se apresentam em escolas, surpreendendo as crianças ao andar em duas patas e se fingir de morto, entre outras exibições. “Não temos fêmeas porque durante o cio elas mudam seu comportamento, não obedecem e ficam mais dispersas”, justifica.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.