As obras de revitalização do Complexo Rebouças iniciadas há mais de um ano ainda estão longe do fim. O prazo inicial da conclusão estimado para julho deste ano foi modificado para março de 2016, isso de acordo a placa do Governo Federal na frente da obra. Contudo, a placa vizinha, da Prefeitura de Santos, mantém a previsão para entrega do serviço em outubro passado (fotos ao lado). Questionada pela Reportagem, a Prefeitura estima a entrega só em abril.
A discordância do cronograma decorre de outra divergência: o projeto da piscina. Modificado três vezes, ele alterou a profundidade do local e a readequação do espaço para modalidades como pólo aquático e nado sincronizado.
As mudanças encareceram a obra em pelo menos R$ 1 milhão por conta das readequações da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb) e termos de aditamento do contrato com a empreiteira Inaplan. Os serviços estão orçados até agora em R$ 5,3 milhões.
Segundo a Prefeitura, os pedidos de adequação por parte de atletas só foram feitos após o início do primeiro projeto. Contatada, a Secretaria de Esportes (Semes) não atendeu a Reportagem a tempo para dizer se foi ou não consultada antes da elaboração do estudo.
Com as indecisões dos projetos, o início da construção da piscina só começou há pouco tempo, quase um ano após o início das obras. O atual período de chuvas colabora para o ritmo lento.
A Reportagem também apurou que atrasos de pagamentos da Prefeitura também contribuíram para a demora dos serviços. A Administração nega a informação.
Moradora do prédio em frente ao local das obras, Beth Freitas disse que só vê trabalhadores cerca de uma vez por semana. Na última terça-feira (24), 18 homens trabalhavam no local.
Durante a semana passada, a página do Facebook Sobreviver em Santos fez um vídeo denunciando o estado do local, com ferros expostos e água parada, ideal para a proliferação da dengue. O vídeo tinha 1.522 visualizações até sexta (27). Um dos itens da reforma, o vestiário 2, da piscina existente, foi concluído e deverá ser liberado ao uso ainda nesta semana.
Outros problemas
O telhado de parte das quadras esportivas do complexo esportivo está com problemas, fazendo com que o espaço seja parcialmente interditado e revezado entre as modalidades. Segundo usuários, a situação ocorre pelo menos desde o começo do ano.
Em nota, a Prefeitura informa que a Semes solicitou avaliação técnica no local para decidir qual tipo de intervenção será necessária para adequar o espaço às normas esportivas e de segurança. A Semes confirma que as quadras estão com acesso restrito “por medida de prevenção”. A Semes afirma que, em razão da reforma, algumas aulas foram readequadas, mas “nenhum aluno deixou de ser atendido”.