O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para a cidade de Santos, no mês de junho apresentou inflação 1,60% contra 0,21% em maio acumulando no ano 6,51% de elevação. Este índice elevado no mês reflete os aumentos de energia elétrica, agua e gás de botijão cujos efeitos são significativos na apuração do índice. A expectativa de inflação anual já ultrapassa os 9% podendo chegar a dois dígitos.
Em termos de grupos os de maior impacto foram: habitação, despesas pessoais e transportes. Apesar da forte elevação dos juros, e da consequente desaceleração da economia os preços continuam em ascensão, isto decorre do fator inercial da inflação e principalmente da elevação dos preços administrados no caso a energia, água e esgoto e gás.
Estes itens acabam por influenciar toda a cadeia produtiva que se vê obrigada a repassar seus efeitos nos preços dos produtos e serviços. A elevação dos preços corrói a capacidade de consumo das famílias que são obrigadas a restringir consumo e com isto a economia que depende do mesmo se enfraquece. Este é o ciclo vicioso da economia, que pode gerar a chamada estagflação (estagnação e inflação).
De forma específica, é feita a seguir análise detalhada por grupo, das principais variações apuradas:
– Grupo Habitação: Foi apurada inflação de 2,21%, no mês. O aumento de energia, agua e esgoto, gás de botijão e dos equipamentos do domicilio são os principais geradores da inflação no mês.
– Grupo Alimentação: Apresentou inflação de 0,79%, tendo por principais causas a elevação dos preços de: produtos panificados em 4%, pescados 2,99%, leites 4,62% e refeição fora do domicilio 4,44%. Em termos de acumulado a alimentação atingiu inflação de 6,23% no ano.
– Grupo Transportes: Constatou-se inflação de 1,71%, tendo por motivação principal os aumentos do preço dos automóveis em 2,64% e transporte coletivo 5,18% .
– Grupo Despesas Pessoais: Houve forte inflação de 3,51% sendo constatada elevação de preços nas bebidas alcoólicas em 3,79%, recreação e cultura 6,3%, artigos de beleza 4,46% e loterias e jogos aumentos de 40% a 100%.
– Grupo Saúde: Foi apurada inflação de 0,08% devido à elevação de preço dos produtos farmacêuticos em 4,7%.
– Grupo Vestuário: Apresentou pequena redução com deflação de -0,31% por influencia da redução de preço dos calçados e acessórios em -10,03%, joias e bijuterias -3,81% e roupas de homem -1,71%, compensado os fortes aumentos de roupas de criança 12% e roupas de mulher 5,2%.