Após a abertura plena das atividades e o aumento na circulação de pessoas pelas ruas, com concentração em diversos locais, muitas vezes sem os cuidados necessários como o uso de máscaras, assim como a ausência do distanciamento social, cresceram as internações nos hospitais do Brasil em razão da Covid-19, assim como tem ocorrido na Europa e em outras continentes
E pior: o volume de mortes pela Covid-19 também tem se elevado de forma preocupante, se aproximando dos meses mais críticos na pandemia, no final do primeiro semestre.
Na última semana, por exemplo, a Baixada Santista registrou 97 mortes pela doença, o sétimo maior índice dentro da Semana Epidemiológica desde o início de abril, quando surgiram os primeiros óbitos na região.
Ao todo, são 34 semanas analisadas desde o primeiro caso fatal da doença.
O levantamento leva em consideração os números semanais (de quinta a quarta), conforme estudo elaborado pelo médico Carlos Eid, coordenador da Comissão de Estudos Epidemiológicos para Enfrentamento da Covid-19 da Abramet – Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.
“A situação piorou muito em todos os lugares”, reconhece o profissional.
Ele coordena os estudos que realiza a análise dos resultados divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado (na página da Fundação Seade) para publicá-los em sua página na internet.
“Este panorama semanal é o correto para analisar as tendências. E o cenário é preocupante”, alerta.
Assim, Eid enfatiza que a despeito da ausência de atualização do governo paulista entre os dias 6 a 10 de novembro, o período de omissão foi englobado pela mudança realizada nos estudos, não atrapalhando as análises e números.
Na prática, a única mudança é que os quadros antes concluídos às segundas passaram a ser fechados às quartas.
Baixada Santista
Assim, na Baixada Santista a alta de casos e óbitos está cada vez mais latente.
Conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde, a média móvel de pacientes internados/semana em UTIs subiu de 116,43 para 180 em um mês – elevação de 54,5%.
Assim, a tendência de queda em internações que era negativa (-20,91%) em 19 de outubro em relação aos 28 dias anteriores, hoje (19) se reflete em uma alta de 43,78% na comparação com o período anterior.
Ao todo, nas últimas 24 horas, foram 64 novas internações em hospitais da região.
A ocupação atual está em 46,3% das UTIs para casos mais graves – alguns hospitais em Santos já estão com todos os leitos ocupados.
E 38,9% dos leitos de enfermaria.
Sem dúvida, o maior crescimento proporcional no Estado de São Paulo neste período.
De volta ao passado
Na última semana epidemiológica, Santos registrou 37 mortes, segundo o levantamento divulgado pelo médico.
Trata-se da quinta maior alta de vítimas fatais desde o início da pandemia, totalizando 737 mortes.
O que torna a Cidade com o maior índice de mortes pela Covid/100 mil habitantes.
São 170/100 mil moradores, conforme o levantamento do médico.
Ou seja, quase 0,2% da população santista já morreu pela doença em sete meses.
Assim como Santos e região, o Estado de São Paulo e o Brasil também registraram alta de mortes na última semana, voltando ao mesmo patamar do final de setembro.
Nos últimos sete dias, foram 1.020 mortes no Estado de São Paulo e 4.082 no Brasil.