João Paulo Tavares Papa, deputado federal mais votado da região, defenderá o voto distrital | Boqnews

Política

09 DE OUTUBRO DE 2014

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João Paulo Tavares Papa, deputado federal mais votado da região, defenderá o voto distrital

Ex-prefeito de Santos fala das prioridades para a região e também da disputa eleitoral do segundo turno

Por: Da Redação

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O ex-prefeito de Santos e atual Deputado Federal, eleito pelo PSDB, João Paulo Tavares Papa obteve, no último dia 5 de outubro, 117.590 votos, sendo que aproximadamente 85% deste total vieram da Baixada Santista. A campanha foi focada na região e segue a tendência do político que, na Câmara, apoiará uma mudança no processo eleitoral para que seja instituído o voto distrital.

O ex-prefeito de Santos, que ao sair da prefeitura em 2012 teve aprovação de 86% segundo pesquisa realizada pela Enfoque Comunicação/Boqnews, acredita que a região precisa – para sanar os grandes problemas que enfrenta e diminuir assim a desigualdade existente – ter um comportamento metropolitano politicamente. Para Papa, que atuará pela primeira vez como parlamentar, um dos grandes desafios pontuais da região é a área da saúde com a necessidade da criação de um hospital público em São Vicente. Confira entrevista concedida nesta quinta-feira ao Boqnews: 

João Paulo Tavares Papa obteve 85% dos 117,590 dos votos, na região

João Paulo Tavares Papa obteve 85% dos 117,590 dos votos, na região. Foto: Douglas Luan

Quais os principais desafios da Baixada Santista que o Sr levará em consideração na Câmara?  

A Baixada Santista tem muitos desafios. Eu já tinha esta visão e pude confirmar e conhecer com mais profundidade. É uma região pequena, com nove municípios e mais de 1 milhão e 700 mil habitantes, mas é uma região muito desigual. Ficou mais claro e evidente durante a campanha eleitoral, quando temos um contato maior com as pessoas e vistamos todos os bairros. Tenho a visão que uma região metropolitana como a nossa só é capaz de superar seus maiores desafios se tiver um comportamento metropolitano que começa nas eleições, o que não é realidade.  Enfim, é possível construir a mentalidade política metropolitana, porém, enquanto isso não ocorre temos que olhar para os problemas objetivos da população a começar com a desigualdade econômica. Temos a base da economia em Santos, com atividades relacionadas direta ou indiretamente ao Porto. É o que sustenta a maior parte dos empregos formais.

Quando se analisa a realidade de cada município, fora deste núcleo, formado por Santos e Guarujá, o que percebemos é a falta de perspectivas e alternativas. Os jovens das cidades, portanto, não tem as melhores perspectivas em relação ao seu futuro. A partir desta desigualdade e da falta de uma maior homogeneidade advêm os demais problemas: socais e de infra-instrutoras graves. Isso tudo esta dentro do contexto e do diagnóstico que faço da região. Primeiro passo é unir a classe política. São três deputados federais e três estaduais. Uma bancada razoável. O primeiro trabalho é fazer com que estas lideranças tenham uma leitura e uma visão de união e de parceria aos projetos que iremos todos defender tanto na câmara como na assembléia.

O diagnóstico feito indica alguns problemas emergenciais, principalmente na área da saúde. Para ser mais preciso a falta de um hospital em São Vicente é um dos principais pontos que fragiliza o sistema de saúde regional. A cidade é a segunda maior em população e a que mais depende do sistema único de saúde e no entanto não tem um hospital público. Esta é uma prioridade. A prefeitura sabe disso, assim como as autoridades, mas agora precisamos partir para ação. Já conversei com o prefeito Luis Claudio Bili e temos que unir forças para conseguir o mais rapidamente possível colocar de pé e em funcionamento o hospital.

O Sr. obteve 117,590 mil votos, sendo que mais de 80% vieram da região. Como analisa o resultado? Alcançou as expectativas?

Ao todo 85% dos meus votos vieram da Baixada Santista. Isso reflete a visão que eu tenho e a estratégia que adotei de fazer campanha apenas na região.Os meus compromissos foram todos firmados na Baixada (…) Eu esperava ter os votos necessárias e suficientes para conseguir me eleger. Não fiz nenhum movimento mais forte para fora da região por convicção. Irei defender a implantação do voto distrital. É mais justo, mais barato e fixa o candidato a região. Eu imaginava que seria possível chegar de 110 a 120 mil votos e consegui. Os votos que eu tive além dos 100 mil da Baixada foram votos que viriam naturalmente, em cidades que eu nem imaginaria, por conta da atuação na Sabesp e da indicação dos amigos.

A Baixada Santista elegeu seis deputados, três federais e três estaduais. Como o Sr. avalia a representatividade da região?

A Baixada se saiu bem. Elegeu bancadas proporcionais à sua população. Agora corremos riscos porque o resultado foi bom muito em função do tipo de voto que ainda existe no país, que é o proporcional. A quantidade de votos da Baixada, por exemplo, para candidatos de fora aumentou muito comparado com a última eleição. Nos saímos bem por conta de um partido, que conseguiu eleger deputados daqui. O resultado final foi bom e temos que aproveita-lo. Agora se o voto distrital for implantado a Baixada Santista terá que fazer um movimento de conscientização no eleitorado para que entendem que o voto dado a quem é de fora trás prejuízos aos próprios munícipes. 

Como o Sr esta se preparando para exercer o cargo no legislativo, já que ainda não tem esta experiência, tendo atuado sempre em cargos no executivo?

É uma experiência nova e portanto preciso me preparar. Estou fazendo isso, conversando com outros colegas parlamentares. Estudando. Tenho até fevereiro para me preparar minimamente. O que eu tenho de vantagem, que pode ser bom para o mandato, é a experiência como gestor municipal. A grande maioria dos problemas enfrentados no Brasil estão no município. As pessoas moram no município, elas não moram nem no estado nem na união. Os problemas então estão no município e eu conheço principalmente os de Santos. Foram 30 anos de experiência na política na Cidade. Defenderei teses que podem ajudar os municípios a se desenvolverem. Presidi também o Condesb e tenho uma boa visão da nossa região metropolitana. Já o trabalho de parlamentar de fato será no dia a dia, com a experiência vivida em tempo real.

A campanha presidencial do PSDB não acabou, com o candidato Aécio Neves no segundo turno. Como será a atuação do partido aqui na região e qual a expectativa para as urnas?

Estou ajudando na campanha. Não sairei de ferias nestas três semanas. Todo o PSDB da Baixada Santista esta mobilizado para trabalhar estas três semanas. Existe um otimismo por parte do partido para que o Aécio possa se eleger. No primeiro turno ele venceu na Baixada, assim como o Geraldo Alckmin. Já foi um salto extraordinário e uma demonstração que o partido e coligação trabalharam bem. Temos chance até de virar o resultado aqui na região, nos municípios em que Aécio não conseguiu vencer no primeiro turno.

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