Um em cada quatro contaminados pela Covid-19 em Santos tem menos de 29 anos | Boqnews
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Riscos

08 DE JANEIRO DE 2021

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Um em cada quatro contaminados pela Covid-19 em Santos tem menos de 29 anos

Cerca de 1 em cada 4 jovens, menores de 29 anos, foram infectados pela Covid em Santos. Já, 86% das mortes são entre idosos. Portanto, riscos de transmissão são altos

Por: Fernando De Maria

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Em todo o País, praias cheias são sinônimo de riscos e explosão de casos de Covid.  Foto: Agência Brasil

 

Pelo menos um em cada quatro contaminados pela Covid-19 em Santos, no litoral paulista, tem menos de 29 anos.

No entanto, como a grande maioria é assintomática, esta proporção é ainda maior.

Tanto na Europa, Estados Unidos como no Brasil, os jovens, de forma geral, são os que menos se atentam às regras de distanciamento, uso de máscaras e, principalmente, acabam se aglomerando em bares, bailes e outros eventos sociais.

Uma verdadeira ‘bomba’ para proliferação do vírus, cujos impactos são acompanhados pela alta de casos e mortes pelo mundo desde o final do ano e início de 2021.

A pedido do Boqnews, de março até novembro, segundo dados fornecidos pela Seção de Vigilância Epidemiológica de Santos, foram 28.028 casos confirmados, sendo 6.242 entre moradores nesta faixa etária. (22,2%).

Por sua vez, a taxa de mortalidade nas faixas etárias menores é mínima: 2 em 843 mortes (0,2%) registradas até novembro.

No dia que o Brasil superou a marca de 200 mil mortes pela doença, Santos atingiu 930 mortes até ontem, dia 7.

Ou seja, o Município representa 0,2% da população brasileira.

E 0,5% no total de mortes pela Covid-19.

Na outra ponta, das 843 mortes até novembro, 725 foram de vítimas acima de 60 anos (86%).

No entanto, no total de infectados, eles representam 19% do grupo – um cada cinco.

 

 

Jovens infectados

Chama a atenção, porém, o crescimento de jovens infectados.

Em outubro, foram 549 entre 20 a 29 anos e 151 entre 10 a 19 anos.

Em novembro, 750 e 201, respectivamente.

Além disso, o crescimento na participação dos jovens entre os infectados tem relação direta com o aumento de mortes entre os grupos de risco.

É o caso de junho, o pior mês da pandemia em Santos no ano passado.

Foram 192 mortes e 7.277 infectados.

Coincidência ou não, naquele mês, a taxa de infectados entre jovens foi a mais alta (23,8%) do total.

Vale lembrar que os assintomáticos não são computados, aumentando ainda mais o número de pessoas com o vírus em circulação.

Ou seja, com mais jovens infectados, os riscos  de contaminações e mortes entre os grupos acima de 60 anos crescem, atingindo especialmente os mais idosos, justamente os que menos circulam pelas ruas.

Em internações na rede pública municipal, via SUS, incluindo o Hospital Guilherme Álvaro, foram 193 crianças e jovens internados com a doença (de abril a outubro), de um total de 1789 pacientes.

Portanto, 11% do total.

Em termos proporcionais à população, segundo a Fundação Seade, santistas até 29 anos representam 35,4% da população.

 

 

Efeitos colaterais

Mas não se pode desconsiderar os efeitos colaterais decorrentes da infecção.

O atacante Raniel, 24 anos, do Santos FC, por exemplo, ficou internado em outubro por causa de uma trombose venosa profunda na perna direita.

Ele ainda não retornou ao time, nem aos treinos.

“Tudo que é raro, começa a ficar mais frequente. O risco entre os jovens existe, inclusive com sequelas, como tromboses, manifestações neurológicas e respiratórias”, alerta o médico infectologia Evaldo Stanislau.

Ele salienta que fatores de risco, como diabetes e obesidade, também podem agravar o quadro.

“Isso abre as portas para complicações pela Covid”, salienta.

Segundo ele, sempre fica o alerta aos jovens, que acham que terão sintomas leves (ou nem sentirão).

Sem contar os riscos de transmitir o vírus para os entes queridos e pessoas próximas.

 

30 a 59 anos

Já na faixa etária entre 30 a 59 anos, ainda fora do chamado grupo de risco, foram 116 as vítimas fatais pela Covid-19 em Santos, entre março a novembro.

Isso representa 13,7% dos casos.

Chama a atenção também o crescimento de vítimas fatais nas faixas de 30 a 49 anos.

Elas representavam 3,6% do total de mortes em junho – pior mês na Cidade; 2,3% em julho; 1,7% em agosto; 7,1% em setembro, 6,3% em outubro e 11,5% em novembro, com 12 de um total de 104 falecimentos de santistas naquele mês.

 

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