A Justiça aceitou a primeira denúncia contra dois policiais militares envolvidos em mortes durante a Operação Verão.
A ação – iniciada como Operação Escudo – chegou a 56 mortes entre o segundo semestre e o início deste ano somente da Baixada Santista.
Assim, dois agentes da Rota, tropa de elite da Polícia Militar, viraram réus por homicídio qualificado.
Conforme o Ministério Público, eles teriam simulado o confronto e teriam alterado a cena do crime.
A vítima em questão era Allan de Morais Santos, 36 anos, conhecido como “Príncipe”.
Ele teria envolvimento com o crime organizado, segundo a PM.
Santos atuava como roupeiro do Jabaquara Atlético Clube.
Além disso, se diria para casa quando foi baleado e morto em 10 de fevereiro deste ano na Avenida Martins Fontes, em Santos.
Conforme os PMs, eles teriam recebido a denúncia em relação a Allan que circulava pela Zona Noroeste.
Na sequência, os policiais teriam perseguido Santos.
Na ação policial, segundo a PM, Allan teria atirado contra os policiais e chocado seu veículo contra a viatura policial.
No entanto, imagens resgatadas pelo Ministério Público com base em algumas das câmaras corporais em funcionamento registraram cenas que apontam no sentido oposto.
Ou seja, houve armação por parte dos PMs, segundo o Ministério Público.
Dessa forma, o homem chegou à Santa Casa, sem vida.
Justiça
Assim, o juiz Alexandre Betini determinou que ambos os acusados sejam afastados do trabalho das ruas e permaneçam em trabalho administrativo.
Ele acolheu, em parte, o pedido do Ministério Público de São Paulo, que havia requisitado o afastamento integral de ambos até a finalização do processo.
Resposta
Confira a nota divulgada aos veículos de comunicação sobre o tema:
A Polícia Militar esclarece que a ocorrência foi investigada por meio de IPM, que foi encaminhado à Justiça.
Os policiais envolvidos na ocorrência permanecem afastados do serviço operacional até o final do processo.
Todos os casos de Morte em Decorrência de Intervenção Policial são rigorosamente investigados pelas forças de segurança, com acompanhamento das respectivas Corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário.